Aborto vira tema de debate na web
- By : Assessoria de Comunicação do Deputado Gonzaga Patriota
- Category : Clipping
Um dia após se declarar contra o aborto, o ex-governador de Pernambuco e pré-candidato à Presidência da República Eduardo Campos (PSB) precisou lidar com questionamentos em redes sociais. Pelo Twitter, voltou a defender sua posição de apoio a atual legislação brasileira – que criminaliza o procedimento, sendo classificada por ele como “adequada”. No Facebook, um evento criado por defensores da chamada “pró-escolha” propõe apresentar a Eduardo aqueles que são a favor do aborto. Com menos de 24 horas no ar, contabilizava convites a 4,4 mil pessoas e 672 confirmações.
As declarações foram feitas à imprensa após o presidenciável ter assistido, com sua família, a missa de Páscoa no Santuário Nacional de Aparecida, interior de São Paulo. O evento é uma resposta a afirmação do ex-governador de que “como cidadão acho que minha posição é a de todos. Não conheço ninguém que seja a favor do aborto”. Na página, internautas são conclamados a tirarem uma foto “simpática” e “dando um olá”, seguida da afirmação “sou a favor do aborto/da descriminalização do aborto/sou pró-escolha”.
A última afirmação é uma tradução do inglês pro-choice, alcunha de movimentos sociais em defesa das liberdades individuais das mulheres, especialmente a de interromper uma gravidez. Em outra rede social, a PicBadges, 62 internautas, a maioria mulheres, postaram, atém o final da tarde, fotos com os dizeres, reforçando a campanha.
“Em Aparecida respondi a uma pergunta sobre a legalização do aborto. Respondi com clareza e transparência. Minha caminhada será assim (segue)”, escreveu o perfil do presidenciável no Twitter, onde as discussões foram mais acaloradas. A um internauta de João Pessoa (PB), que atacou a “transparência” do pré-candidato “contra o direito reprodutivo das mulheres e que não dialoga”, Eduardo respondeu “dei minha opinião, apenas isso”.
Outros usuários saíram em defesa do ex-governador. “Assim é melhor. Ter posições claras e não defender uma coisa na oposição e fazer outra no governo”, escreveu um internauta de São Paulo.
Eduardo Campos não foi o primeiro pré-candidato a se manifestar sobre o aborto na corrida eleitoral deste ano. Em uma posição completamente oposta, o ex-deputado paulista Eduardo Jorge, escolhido pelo PV para concorrer ao Palácio do Planalto, já no lançamento de sua candidatura, em março defendeu a descriminalização do aborto e da maconha.
Nos debates sobre mudanças no Código Penal, no final do ano passado, o senador pelo Amapá e pré-candidato do PSOL à Presidência, Randolfe Rodrigues, defendeu o debate sobre a legalização do aborto, mas frisou que parte “do princípio deste debate tem quer ser pautado pelo princípio da vida. Pelo respeito da vida e notadamente quando a vida da mãe está sob risco”, em entrevista na época.
O assunto é explosivo em eleições. Em 2010, a então candidata e hoje postulante a vice de Eduardo, Marina Silva (PSB/Rede), também se dizia pessoalmente contra o aborto. Ao longo da campanha, quando o tema começou a ser muito explorado, chegou a defender a realização de um plebiscito.
Dilma Rousseff (PT) precisou escrever uma carta aos eleitores em que afirmava ser “pessoalmente contra o aborto” e defendendo a “manutenção da legislação atual sobre o assunto”. Na época, as afirmações foram tratadas como recuo às suas posições pessoais. A estratégia foi se defender do bombardeio de religiosos que a identificavam como pró-aborto. As últimas pesquisas sobre o tema, da CNT/Sensus, em 2010, e Vox Populi, em 2012, apontam que a imensa maioria da população brasileira é contra o aborto. Na primeira, 73,5% acompanharam essa linha. Na segunda, 82%.
Fonte: JC
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