De símbolo da região à árvore que gerou polêmica à época da inauguração do espaço, há seis meses, o juazeiro do Cais do Sertão, no Armazém 10 do Porto do Recife, volta a ser o centro das atenções a partir de hoje. É quando será inaugurada a exposição temporária Ziziphus Joazeiro, nome científico do joá. A mostra, com fotografias, mudas da planta, podas e exemplares do fruto do juazeiro, servirá para discutir questões como sustentabilidade e conscientização ambiental.

A exposição, na verdade, marca uma nova fase do museu que abriu as portas no dia 3 de abril deste ano, depois de ter sido gestado por quase oito anos. Neste primeiro semestre, atingiu a marca de quase 40 mil visitantes, número que pretende ampliar até o final do ano, com temáticas já elencadas para cada mês. Outubro será dedicado às crianças; novembro, à economia criativa e dezembro, com uma programação de Natal combinada com o mês de nascimento de Luiz Gonzaga, pode vir a fazer parte do calendário turístico e cultural do Recife, a partir da realização de evento como uma cantata natalina.Entre as novidades a partir desta semana, estão a discografia de Luiz Gonzaga, que antes podia ser apenas visualizada. Agora, as pessoas poderão escutar cada música, através de 40 tablets que serão disponibilizados no local. “O interessante é que o número de pagantes cresceu nos últimos dois meses, superando o de visitantes que têm direito à gratuidade, como estudantes de escolas públicas e professores”, pontua Gilberto Pimentel, gerente geral do Cais.

Segundo ele, a escolha do juazeiro como mote para a exposição temporária, que ficará em cartaz até 15 de outubro, foi proposital, para suscitar discussões mais amplas sobre o assunto. “A experiência de quem vai ao Cais é sensorial. No Imbalança, por exemplo, monitores comandam oficinas com instrumentos musicais, começando por sanfona, zabumba e triângulo”, detalha Pimentel, lembrando que o conteúdo do museu é coordenado pela pesquisadora e também sanfoneira Leda Dias. Na equipe, 32 pessoas cuidam do atendimento ao público.

Exposição

O juazeiro, árvore típica do semiárido nordestino, também é conhecida por joá, laranjeira-de-vaqueiro, juá-espinho, ziziphus ou juazeiro. Logo na entrada do Cais do Sertão, uma destas árvores, seca, foi instalada, depois de ser trazida de Gravatá. O fato gerou polêmicana inauguração do museu e até hoje se questiona se a árvore deve permanecer num ambiente tão diferente do seu habitat de origem.

Um pé de juazeiro pode chegar a 16 metros de altura, apresenta folhas de coloração amarelo-esverdeada, que constituem valioso recurso alimentar, consumido pelos animais nos períodos de seca. As cascas e as folhas são usadas na medicina popular, na forma de extrato que, feito com água, é usado para alívio de problemas gástricos. Externamente é usado para limpeza de cabelos e dentes, sendo inclusive utilizado para fabricação de pasta de dente.

Na exposição Ziziphus Joazeiro, serão expostas 150 mudas da planta trazidas de Juazeiro do Norte, no Ceará. Elas serão doadas ao longo da exposição. A exposição acontece em parceria com o Jardim Botânico, a Agro Indústria do Vale do São Francisco (Agrovale), a Prefeitura do Recife e o Cais do Sertão.

Curadoria

A curadoria do Cais é de Isa Grispum Ferraz, mesma profissional responsável pelas escolhas curatoriais do Museu da Língua Portugesa, em São Paulo, referência quando se trata de interatividade. É gerenciado pelo IDG (Instituto de Desenvolvimento e Gestão), que também é responsável por administrar o Paço do Frevo, na Praça do Arsenal, no Recife, e ainda espaços como as Bibliotecas Parque, em manguinhos, na Rocinha e no Morro do Alemão, no Rio.

O Cais fechou suas portas durante uma semana, para instalar novos equipamentos e fazer manutenção nos que já estão em funcionamento, embora a área que utilize atualmente seja apenas parcial. Por enquanto, os sete ambientes ou “territórios” ocupam 2,5 mil metros quadrados. Mais outros 5 mil metros quadrados devem ser inaugurados para visitação no segundo semestre do ano que vem. Entre as novidades nesta segunda etapa, auditório, restaurante, sala de eventos, loja com produtos do museu.

Outro detalhe que muda é o horário de funcionamento. O museu fechará mais cedo de quarta a sexta-feira, às 17h (antes era às 18h), mas amplia o horário aos domingos. Abria às 13h, e agora receberá os visitantes a partir das 11h. Às terças-feiras, a visitação é gratuita. Nos demais dias, exceto segundas-feiras, a entrada custa R$ 8 e R$ 4 (meia-entrada). Informações: (81) 3089-2974.

PROGRAMAÇÃO – SETEMBRO

Peixamento

Ação educativa para levar vida à réplica do Rio São Francisco, que fica dentro do museu Cais do Sertão

18/09 (quinta) às 10h

Poetas cantam à natureza

20/09 (sábado), às 16h30 [Gereba (BA) e Jessier Quirino (PB)]

27/09 (sábado), às 16h30 [Luiz Homero (PE), Miguel Marcondes (PE) e Eliezer Setton (AL)].

Abertura da Exposição Ziziphus Joazeiro

De 16 de setembro a 15 de outubro

Conexão Cais

Cais Sanfonado com Joahnanthan Malaquias: Das 15h às 16h30, no hall interno do Museu

Ciranda Pernambucana: Das 17h às 18h na Praça do Juazeiro

* Todo último domingo do mês: 28/09

SERVIÇO:
Museu Cais do Sertão
Onde: Av. Alfredo Lisboa, s/n, Bairro do Recife, (Armazém 10 do Porto do Recife)

Quanto: R$ 8 e  R$ 4 (meia-entrada)
Informações: (81) 3089-2974
Novo horário de funcionamento:
Segunda: fechado
Terça: das 9h às 21h
De quarta a sexta-feira: das 9h às 17h
Sábado: das 13h às 19h
Domingo: das 11h às 19h

Fonte: DP

Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)