Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)
O cenário político e econômico brasileiro tem despertado a curiosidade do mundo acadêmico internacional. O País, que até pouco tempo era visto como uma potência em plena ascensão, experimenta uma inflexão de sua imagem no mercado global, de forma rápida e preocupante. Com o intuito de contribuir com o debate em torno das origens e possíveis desdobramentos da crise atual, o professor de ciências políticas da Universidade Sorbonne, Stéphane Monclaire, proferiu uma palestra, ontem, no Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe), localizado na Ilha do Leite, no Recife. Em sua análise, a conjuntura contemporânea é fruto de uma série de fatores sobrepostos, que favoreceram a desconfiança da população na classe política e a perda da governabilidade, por parte da presidente Dilma Rousseff (PT).
Em sua palestra, intitulada “Fábrica de Opinião Pública”, o brasilianista falou que a queda da popularidade da presidente Dilma está associada ao impacto real da crise na vida do brasileiro. “Independente do nível de instrução, as pessoas começam a sentir a crise. O desemprego chegou. Isso sem contar com a repetição de notícias negativas contra o governo. Dilma prometeu muitas coisas que não cumpriu e as pessoas passaram a não acreditar nela. Sem carisma, ela assumiu o poder depois de Lula, não tem a mesma capacidade de se comunicar da mesma forma e paga um preço caro por isso”, completou.
Segundo o professor, o aumento do nível de instrução do brasileiro também determinou a ampliação da consciência crítica em torno da classe política. “Em 1990, a quantidade de analfabetos era bem maior. Hoje, a população está mais instruída e se interessa mais pela política. Isso sem contar com o papel fundamental da internet”, disse.
Para ilustrar sua tese, o cientista citou a continuidade do programa Bolsa Família. “No início, as pessoas tinham a tendência de dar o voto ao ex-presidente Lula, como forma de reconhecimento. Mas, pouco a pouco, o que era considerado um presente, passou a ser visto como uma coisa normal, um direito adquirido. Desta forma, o Bolsa Família perdeu o seu impacto”, ressaltou.
Fonte: Blog da Folha
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