Localizado numa das principais ruas do Sítio Histórico de Olinda, o único museu do mundo dedicado aos mamulengos é mais visitado por estrangeiros do que por pernambucanos. Uma rápida consulta ao livro preto de visitas do Museu do Mamulengo – Espaço Tiridá mostra a ausência da população local no centro cultural que completou 20 anos no último mês de dezembro.

A constatação já foi feita pelo diretor do museu, Fernando Augusto Gonçalves. Segundo ele, apenas 20% dos dois mil visitantes nos meses de maior movimento, como janeiro e fevereiro, são do estado. “Estamos iniciando um processo de readequações para nos aproximarmos mais da comunidade e atrair mais pernambucanos”, ressaltou.

O Museu do Mamulengo será explorado pela terceira reportagem da série Tesouros urbanos, que o Diario publica até o próximo dia 12, em homenagem aos aniversários do Recife e de Olinda.

Os personagens

A Quitéria e o Simão são os dois personagens mais conhecidos do teatro de mamulengo. Além deles, o Cabo, o Coronel, o Cangaceiro, o Padre, o Diabo e as almas penadas estão presentes na representação teatral com bonecos de madeira.

Improviso e cordéis

O mamulengo é um teatro popular que surgiu em Pernambuco com bonecos de vara ou de luva e técnicas de manipulação rápida. Os espetáculos, de improviso, com repentes e cordéis, estão representados na obra, uma das principais peças do museu.

As três formas 

Os bonecos do mamulengo assumem três formas: humanas, animais e fantásticas. Este último grupo tem uma sala exclusiva no museu. O papa-figo, o vampiro, a morte, o
diabo e outras figuras ocupam a sala vermelha, a preferida das crianças.

Sagrado e profano

Peças de cunho religioso também estão presentes no museu. Os bonecos de mamulengo surgiram em representações do presépio natalino. A Igreja Católica chegou a utilizar o teatro para difundir o espírito religioso. Com o tempo, porém, o mamulengo perdeu o caráter religioso de suas representações.

Mestre Salu 

Uma sala do museu é dedicada exclusivamente à obra do Mestre Salustiano, o Mestre Salu. O artesão nascido em Aliança, Mata Norte de Pernambuco, foi um dos grandes responsáveis pela preservação do mamulengo e outros folguedos populares nordestinos.

Cangaceiros

No mezanino do museu, uma sala é dedicada exclusivamente aos bonecos relacionados ao cangaço. Policiais, donos de engenho, cangaceiros, Lampião e Maria Bonita são figuras recorrentes no mamulengo e fazem parte do acervo do espaço cultural.

Saiba mais

– O manulengo é uma manifestação típica do teatro de bonecos popular nordestino, representado por figuras em situações do cotidiano

– O espetáculo de mamulengo começa quase sempre com uma dança e a participação de uma “orquestra”

– Sem conteúdo político explícito, o espetáculo faz uma crônica regional sobre os valores humanos, relações de trabalho e tradições folclóricas

– O boneco do mamulengo – de papel, madeira e tecido – é uma escultura animada. Ele “fala”, “dança”, “briga” e, geralmente, “morre” na apresentação

– O mamulengueiro é o artista que produz os bonecos e interpreta o cotidiano nos espetáculos

– Atualmente, existem cerca de 60 mamulengueiros em atividade no país, sendo a maioria nordestino

Fonte: Museu do Mamulengo
– Espaço Tiridá

Fonte: DP

Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)