Renan começou a sua fala ironizando o fato de Dilma ter decidido pela primeira vez desde que chegou à Presidência, não se pronunciar na TV por medo de um novo panelaço, como ocorreu em março durante a sua fala em comemoração ao Dia Internacional da Mulher. “Nós fizemos a democracia no Brasil para deixar as panelas falarem, as panelas precisam se manifestar, vamos ouvir o que as panelas dizem”, afirmou.
Apesar das críticas, o presidente do Senado disse que vai conversar com Dilma sobre o pacto, para que os Poderes Executivo e Legislativo possam atuar juntos na defesa pelo emprego.
Entre as sugestões do peemedebista, estão a desoneração da folha de pagamento e a oferta de mais créditos, via bancos públicos, para empresas que criarem novas vagas de trabalho. Ele também vai propor que o governo priorize, em suascompras, empresas que não estejam fazendo cortes de pessoal.
Serra
Em mais um sinal do seu distanciamento com o Palácio do Planalto Renan deve escolher o tucano José Serra (PSDB-SP) para coordenar o trabalho e reunir as propostas que podem ser encaminhas pelo Congresso.
Renan também criticou o ajuste fiscal proposto pela equipe econômica, o qual chamou de “ajuste trabalhista”. Ele voltou a defender que, se o governo precisa economizar, deveria dar o exemplo e “cortar na carne”, começando pela diminuição do número de ministérios.
Papel do PT
Renan Calheiros acusou o PT de aparelhar o Estado e criticou a atuação do vice-presidente e correligionário Michel Temer à frente da coordenação política do governo.
“O pior papel que o PMDB pode fazer é substituir o PT naquilo que o PT tem de pior, que é no aparelhamento do Estado. O PMDB não pode transformar a coordenação política, sua participação no governo, em uma articulação de RH (Recursos Humanos), para distribuir cargos e boquinhas”, afirmou Renan.
Segundo Renan, Temer deveria trabalhar para melhorar a coalização que dá sustentação ao governo. “O papel é esse, não o retrocesso que essa distribuição de cargos significa”, disse.
Apesar das críticas, Renan mantinha um aliado à frente do Ministério do Turismo até o último dia 15, quando perdeu o cargo para o PMDB da Câmara. Com Temer à frente da articulação política, o peemedebista também conseguiu emplacar nomes no segundo escalão, como o de Jorge Luiz Macedo Bastos na diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
Questionado se ele iria pedir para os seus apadrinhados políticos deixarem os cargos, Renan desconversou. “O que não quero é participar do Executivo. Não vou indicar cargo no Executivo. Esse papel hoje é incompatível com o Senado independente. Prefiro manter a coerência do Senado independente não participando de forma nenhuma de indicação de cargos no Executivo”, afirmou.
Fonte: DP
Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)
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