Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)
A estagnação da economia brasileira em 2014, a maior confiança dos consumidores americanos e a remessa de dólares para o exterior estão pressionando o câmbio nessa sexta-feira. Às 13h06, o dólar comercial avançava 1,47% ante o real, cotado a R$ 3,236 na compra e a R$ 3,238 na venda. Já o Ibovespa, principal índice do mercado acionário local, tem desvalorização de 1,17%, aos 49.989 pontos. Na avaliação de analistas, os dados do Produto Interno Bruto (PIB) divulgados nessa manhã aumentam a volatilidade nos negócios. A economia brasileira ficou estagnada em 2014, com crescimento de apenas 0,1%.
O dólar acelerou a alta após a divulgação, nos Estados Unidos, da melhora da confiança dos consumidores, colaborando para a recuperação da economia americana e a possibilidade de aumento dos juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano). O índice de confiança ficou em 93 pontos em março, acima dos 92 pontos esperados. Além disso, de acordo com Ítalo Abucater, gerente de câmbio da corretora Icap do Brasil, a remessa de dólares ao exterior também contribui para esse movimento.
— O mercado já está sem liquidez e há um fluxo negativo nessa sexta-feira. São saídas tanto do segmento financeiro como comercial, e isso ajuda a aumentar a volatilidade — afirmou, lembrando que o dólar no Brasil acompanha o movimento global da moeda.
Na quinta-feira, a divisa encerrou o pregão cotada a R$ 3,191, recuo de 0,31% em relação à cotação anterior.
“O mercado de câmbio local deverá ser impactado pelos números, ensejando nova sessão de volatilidade, pelo menos na primeira parte dos negócios. Registre-se que as incertezas domésticas, relacionadas especialmente com o quadro político, deverão manter no curto prazo, o viés de valorização da moeda norte-americana ante o real”, avaliou, em relatório a clientes, Ricardo Gomes da Silva, economista da Correparti Corretora de Câmbio.
Além da volatilidade causada pela divulgação de dados econômicos, o mercado de câmbio praticamente não reagiu ao anúncio, na quinta-feira à noite, do primeiro leilão de dólares com compromisso de recompra que será feito pelo Banco Central desde o anúncio do fim do programa de intervenções diárias no mercado de câmbio, anunciado na terça-feira à noite. Na próxima terça-feira, o BC irá ofertar US$ 2,5 bilhões com o compromisso de recompra da moeda nos dias 4 de agosto e 2 de setembro de 2015.
De acordo com Abucater, da Icap, esse tipo de leilão, conhecido como leilão de linha, mexe pouco com a cotação do dólar, já que é uma operação casada e que serve apenas para cobrir a exposição de um agente financeiro no mercado de câmbio, sem aumento significativo da liquidez.
AÇÕES MAIS NEGOCIADAS EM QUEDA
As ações mais negociadas e com peso relevante na composição do Ibovespa operam em queda nessa manhã. Os papéis preferenciais (PNs, sem direito a voto) da Petrobras têm desvalorização de 0,74%, cotados a R$ 9,28. Já os ordinários (ONs, com direito a voto) caem 0,75%, a R$ 9,16. As ações do setor bancário, que possuem a maior participação no índice, estão no vermelho. As preferenciais do Itaú Unibanco recuam 2,08% e as do Bradesco têm queda de 2,61%. No caso do Banco do Brasil, a variação está negativa em 0,99%.
— O mercado vai seguindo o ritmo do último pregão, com as ações mais negociadas pressionadas — disse Ari Santos, gerente de renda variável da corretora H.Commcor.
No exterior, as Bolsas europeias operam sem tendência única. O DAX, de Frankfurt, e o CAC 40, da Bolsa de Paris, registravam alta de 0,41% e 0,68%, respectivamente. Já o FTSE 100, de Londres, tem queda de 0,56%. Nos Estados Unidos, Dow Jones tem pequena variação positiva de 0,05% e o S&P 500 tem alta de 0,20%. Nessa sexta-feira, foi divulgado o PIB americano do quarto trimestre, que ficou em 2,2% (anualizado), pouco abaixo das expectativas.
Fonte: O Globo
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