Um dos empecilhos para o pleno desenvolvimento do turismo no Brasil é a rigidez das leis ambientais, afirmou o Ministro do Turismo, Henrique Alves, ontem, durante a entrevista coletiva do 2º Salão de Turismo Rota 101 Nordeste. De acordo com o ministro, a inflexibilidade dessa legislação impede a realização de medidas que contribuiriam para o desenvolvimento do setor no Brasil. “Precisamos criar áreas especiais de interesse turístico, onde haja tributos mais simples e um cerceamento ambiental mais simplificado”, disse o Ministro. Para exemplificar a afirmação, Alves citou alguns pontos turísticos do exterior.

“As pessoas quando vão aos Estados Unidos, a países de fora, tiram fotos nas marinas e gostam. Por que aqui não podemos fazer o mesmo?”, questionou. “Passei uma vez por uma das praias de Florianópolis e perguntei por que naquela área não tem algo do tipo. A resposta foi que algumas questões, entre elas as exigências do Ibama e outras leis ambientais, impedem a realização desse tipo de empreendimento”, disse. 

Em 2014, o mercado turístico brasileiro registrou um faturamento de R$ 11,9 bilhões, valor 6,7% superior ao apurado em 2013, conforme apontam os dados divulgados pela Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (Braztoa). O mesmo levantamento aponta que o Nordeste se destaca com mais de 54,2% do faturamento das viagens domésticas no País. Tamanho potencial do turismo no país também foi um ponto ressaltado pelo ministro durante a entrevista do Salão de Turismo Rota 101 NE.

“Quando eu assumi a pasta, não tinha uma ideia exata do que representa o turismo no Brasil, mesmo tendo uma vida política extensa. Optei pelo turismo porque achei que seria tranquilo, que as 18h, 19h eu já estaria livre e poderia ir conversar com meus colegas, mas me enganei. É impressionante a agenda do turismo”, brincou Henrique Alves.

O ministro disse ainda que o governo federal precisa investir mais no setor e que o MTur pretende levar ao ministro da Fazenda, Joaquim Levy, propostas e questionamentos acerca dos investimentos no setor no Brasil. “Ano passado, o México, por exemplo, recebeu 30 milhões de turistas, cinco vezes mais do que o Brasil. Não é possível que o governo não entenda, especialmente no atual momento da economia, a importância do turismo e do que ele pode trazer para o País. Há um enorme preconceito com o investidor do turismo. Essa é uma atividade que emprega desde a camareira até o dono de um resort”, disse o Alves.

A 2º edição do Salão de Turismo Rota 101 Nordeste será realizada de 6 a 8 de agosto deste ano, no Centro de Convenções de Pernambuco, em Olinda. O objetivo é integrar e fortalecer o turismo entre os Estados da Paraíba, Alagoas, Pernambuco e Rio Grande do Norte.

Fonte: JC