Pacientes de câncer de mama enfrentam via crúcis na Justiça

1A maior preocupação do paciente com câncer de mama e de seus familiares deveria ser a luta pela cura da doença. Direcionar as energias e atenções para o tratamento, a recuperação e o bem-estar da mulher. Mas associado ao desgaste trazido pela doença, o paciente e seus familiares muitas vezes precisam enfrentar outro mal tão temível quanto o câncer: a burocracia do setor de serviços ligados à saúde, que nega ao paciente o cumprimento de seus direitos.

De acordo com a advogada Diana Câmara, a judicialização da saúde tem garantido a manutenção de benefícios básicos, muitas vezes negligenciados tanto por operadores de planos de saúde quanto pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Direito à quimioterapia oral, medicamentos, reconstituição mamária e anestesia, por exemplo, são garantidos por leis nem sempre cumpridas. Tudo isso torna o que já é difícil ainda pior.

De liminar em liminar, o sentimento de impotência diante da burocracia leva as famílias a preferir vender o que têm e a se endividar para ganhar tempo e impedir o avanço da doença, do que perder tempo aguardando decisão judicial.

Especialista em direito do paciente, a advogada é autora do livro que versa sobre o assunto: Câncer 360º Orientações para uma Vida Melhor, lançado em 2013 pela Carpe Diem.

“O Tribunal de Justiça tem sido sensível às questões relativas à saúde. As decisões liminares são céleres, principalmente em relação ao câncer porque tempo é vida”, diz Diana Câmara, fazendo uma ressalva ao andamento dos processos.

Entretanto, a também advogada e especialista em direito do paciente, Antonieta Barbosa luta na justiça há 17 anos pelos seus próprios direitos. Em 1998, Antonieta descobriu um câncer na mama esquerda, passou por uma quadrantectomia e pela reconstrução mamária.

Passado o susto, Antonieta iniciou uma pesquisa na legislação, buscando seus direitos, o que resultou em diversas ações judiciais, algumas das quais, após 17 anos de luta, ainda não foram solucionadas pela Justiça, devido à enorme quantidade de recursos e manobras jurídicas possíveis na legislação brasileira.

O depoimento das mulheres é muito semelhante ao descrever o sentimento no momento em que recebem o diagnóstico de câncer de mama: “É como uma sentença de morte”. Foi exatamente esta a descrição feita pela advogada. Ela superou a doença e todos os entraves que a burocracia impõe ao paciente.

Para ajudar outras pessoas acometidas pela doença, escreveu Câncer Direito e Cidadania – Como a Lei Pode Beneficiar Pacientes e Familiares, já na sua 15ª edição, uma referência nacional para médicos, pacientes e advogados, publicado pela Editora Atlas.

Antonieta foi vítima de situações denominadas por ela de absurdas. De acordo com a legislação, quando o funcionário público se aposenta por doença grave pode requerer remuneração integral e isenção do Imposto de Renda (IR) sobre os proventos, direitos que foram negados à advogada, pelos quais ela luta desde 1999. Outra batalha enfrentada por ela foi a isenção de impostos na compra de veículo adaptado à sua limitação física, somente conseguido a partir de liminar judicial.

Este último benefício justifica-se nos casos em que a mastectomia exige o esvaziamento dos gânglios linfáticos axilares. Após a realização desse procedimento, a mulher sofre com a redução da sensibilidade, força, defesa e mobilidade do braço. Caso não seja orientada a fazer a drenagem e a fisioterapia corretamente, poderá desenvolver um inchaço que compromete definitivamente o membro afetado. O problema acarreta trauma psicológico, segregação social e até aposentadoria precoce.

Como essa mulher passa a ter limitações e necessidade de adequar-se à nova realidade, faz-se necessário que as condutoras de veículos troquem o carro manual por um automático, que exige muito menos esforço.

JUDICIALIZAÇÃO

“Todo paciente tem direito a iniciar seu tratamento em, no máximo, 60 dias após o diagnóstico. Porém, a estrutura das unidades de saúde existentes não consegue suprir a demanda por atendimento, seja por falta de profissionais de saúde, de medicamentos ou de leitos hospitalares. Em consequência, a lei é solenemente ignorada”, afirma a advogada.

A reconstrução mamária é outro exemplo com o qual Antonieta Barbosa tem se deparado. Apesar da existência de duas leis federais obrigando o SUS e os planos de saúde a fazer o procedimento gratuitamente, são recorrentes as queixas de pacientes que não conseguem exercer esse direito.

“Em alguns casos o plano nem autoriza nem nega, fica ‘cozinhando’ o paciente”, enfatiza Diana Câmara, que reforça o depoimento de Antonieta ao acrescentar que a mama é o maior símbolo de feminilidade. Ela considera a mastectomia uma amputação tão drástica e nociva à auto-estima da mulher que, por isso, não pode ser considerada estética. Embora a jurisprudência reconheça esses direitos, contraditoriamente a Justiça é contestada o tempo todo.

Fonte: JC

Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)

 

Nenhum comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Clipping
GONZAGA PATRIOTA PARTICIPA DO DESFILE DA INDEPENDÊNCIA NO PALANQUE DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA E É ABRAÇADO POR LULA E POR GERALDO ALCKMIN.

Gonzaga Patriota, acompanhado da esposa, Rocksana Príncipe e da netinha Selena, estiveram, na manhã desta quinta-feira, 07 (Sete de Setembro), no Palanque da Presidência da República, onde foram abraçados por Lula, sua esposa Janja e por todos os Ministros de Estado, que estavam presentes, nos Desfiles da Independência da República. Gonzaga Patriota que já participou de muitos outros desfiles, na Esplanada dos Ministérios, disse ter sido o deste ano, o maior e o mais organizado de todos. “Há quatro décadas, como Patriota até no nome, participo anualmente dos desfiles de Sete de Setembro, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Este ano, o governo preparou espaços com cadeiras e coberturas, para 30.000 pessoas, só que o número de Patriotas Brasileiros Independentes, dobrou na Esplanada. Eu, Lula e os presentes, ficamos muito felizes com isto”, disse Gonzaga Patriota.

Clipping
Gonzaga Patriota participa de evento em prol do desenvolvimento do Nordeste

Hoje, participei de uma reunião no Palácio do Planalto, no evento “Desenvolvimento Econômico – Perspectivas e Desafios da Região Nordeste”, promovido em parceria com o Consórcio Nordeste. Na pauta do encontro, está o plano estratégico de desenvolvimento sustentável da região, e os desafios para a elaboração de políticas públicas, que possam solucionar problemas estruturais nesses estados. O evento contou com a presença do Vice-presidente Geraldo Alckmin, que também ocupa o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, o ex governador de Pernambuco, agora Presidente do Banco do Nordeste, Paulo Câmara, o ex Deputado Federal, e atualmente Superintendente da SUDENE, Danilo Cabral, da Governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, os ministros da Casa Civil, Rui Costa, e da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, entre outras diversas autoridades de todo Nordeste que também ajudam a fomentar o progresso da região.

Clipping
GONZAGA PATRIOTA comemora o retorno da FUNASA

Gonzaga Patriota comemorou a recriação da Fundação Nacional de Saúde – FUNASA, Instituição federal vinculada ao Ministério da Saúde, que havia sido extinta no início do terceiro governo do Presidente Lula, por meio da Medida Provisória alterada e aprovada nesta quinta-feira, pelo Congresso Nacional.  Gonzaga Patriota disse hoje em entrevistas, que durante esses 40 anos, como parlamentar, sempre contou com o apoio da FUNASA, para o desenvolvimento dos seus municípios e, somente o ano passado, essa Fundação distribuiu mais de três bilhões de reais, com suas maravilhosas ações, dentre alas, mais de 500 milhões, foram aplicados em serviços de melhoria do saneamento básico, em pequenas comunidades rurais. Patriota disse ainda que, mesmo sem mandato, contribuiu muito na Câmara dos Deputados, para a retirada da extinção da FUNASA, nessa Medida Provisória do Executivo, aprovada ontem.