Petrobras cogitou suspender negociação de ações na Bolsa

1O Conselho de Administração da Petrobras cogitou a suspensão da negociação de ações da companhia nas Bolsas de Valores do Brasil e dos Estados Unidos por até três dias, decisão classificada pelos próprios conselheiros como “radical”, diante da esperada repercussão no mercado do anúncio da perda de R$ 88,6 bilhões em ativos da estatal, em janeiro deste ano. É o que revela o áudio da reunião do colegiado realizada em 23 de janeiro, obtido pelo GLOBO. A então presidente da Petrobras, Graça Foster, sinalizou ser favorável à interrupção momentânea dos negócios.

Boa parte das quatro horas de reunião foi consumida para discutir o número da baixa contábil no balanço. A proposta de discutir a suspensão dos negócios partiu de um dos conselheiros que representavam acionistas minoritários. Não foi possível identificar se o autor da proposta foi Mauro Rodrigues da Cunha ou José Guimarães Monforte.

— Eu tenho mais uma provocação a fazer: em momentos radicais, a gente tem de pensar em coisas radicais. Dado o tamanho do que estamos falando, não seria o caso de solicitarmos a suspensão dos negócios da Petrobras até a publicação (do balanço)? — propôs o conselheiro.

‘REMÉDIO SUPERAMARGO’

Graça, então, questionou:

— Negócios? Como assim?

— Das ações na Bolsa, na segunda e na terça — respondeu um outro integrante do colegiado. — Esses números vão começar a rodar dentro da contabilidade, vai aumentar exponencialmente o número de pessoas em contato com esses números. Os (fundos) “abutres” estão todos olhando para a companhia.

Graça concordou com a questão dos “abutres”, que inclusive se esforçavam para descobrir o motivo da reunião naquele dia 23 de janeiro, segundo ela. Um conselheiro propôs que a suspensão já começasse a valer no mesmo dia:

— A gente pode chegar e solicitar a suspensão de negociações de hoje a terça-feira. É radical, é o papel mais líquido da Bolsa, o Edemir (Pinto, diretor-presidente da Bovespa) vai ficar chateado…

— Sim, mas R$ 90 bilhões também é radical pra caramba, né — complementou Graça, para quem seria “quase impossível não vazar esse troço”.

Os conselheiros debateram os procedimentos sobre a suspensão, com comunicado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que poderia acionar a SEC — o órgão regulador do mercado dos Estados Unidos — para uma suspensão das ações também na Bolsa de Nova York. O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, comandava a reunião. Ele concordou com o “remédio superamargo” de registrar uma perda de R$ 88,6 bilhões no balanço contábil, como forma de a estatal resgatar credibilidade, mas encerrou a reunião sem deliberar sobre a suspensão da negociação de ações.

— Eventualmente uma comunicação muito boa possa, para os analistas de mercado, trazer uma percepção positiva. Continuarão preocupados com o balanço do ano, mas se mostra uma disposição em cortar profundamente na carne para limpar de maneira inequívoca, dura, profunda. Vamos jogar para frente. Daqui para frente isso nunca vai se repetir — disse Coutinho, que encerrou a reunião e pediu “confidencialidade total e absoluta”.

A gravação se encerra sem uma decisão a respeito das ações da companhia.

A CVM confirmou ao GLOBO, por meio de sua assessoria de imprensa, que não recebeu “pedido ou comunicação formal” da Petrobras sobre suspensão de negociações de ações. A medida está prevista numa instrução normativa da CVM de 2002, segundo o órgão. Uma suspensão se justificaria se “tornar-se pública notícia ou informação vaga, incompleta ou que suscite dúvida quanto ao seu teor ou procedência, que possa vir a influir de maneira relevante na cotação do valor mobiliário ou induzir os investidores a erro”. E a medida ainda deve observar o manual de procedimentos da Bovespa.

PROCEDIMENTO É RARO, DIZEM ANALISTAS

O GLOBO apurou com analistas de mercado que esse é um tipo de procedimento muito raro, possível só com anuência da Bolsa e da CVM, em casos de proteção a acionistas minoritários. Os ex-conselheiros Cunha e Monforte foram procurados, mas não quiseram se pronunciar.

A Petrobras foi procurada, mas não houve retorno até o fechamento da edição. A estatal vem respondendo, sobre os áudios das reuniões do Conselho de Administração, que “não comenta informações supostamente oriundas de vazamentos ilegais”.

Fonte: O Globo

Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)

 

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