Vinte prefeitos estiveram reunidos na quinta-feira, 30, na sede da Academia da Saúde em Quixaba, no sertão de Pernambuco, para a plenária ordinária do Cimpajeú (Consórcio Intermuniciipal do Sertão do Pajeú). O encontro teve como convidada especial a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Paranaíba (Codevasf), 3ª superintendência regional que tem sede em Petrolina. Em pauta, a apresentação de projetos, obras e ações da Companhia voltadas para a região, especialmente nas áreas de resíduos sólidos e hídricos. A Codevasf atua em 69 municípios pernambucanos.

 “O que nos trouxe aqui foi uma demanda apresentada pelos prefeitos do Cimpajeu no final do ano passado, tendo como principal motivo a questão dos resíduos sólidos. A Codevasf irá ajudar os prefeitos a elaborar os projetos de implantação da política de tratamento dos resíduos em suas cidades. Atendemos a solicitação e estamos com uma equipe de engenheiros da empresa para tirar as dúvidas e apresentar outras ações que estamos executando na região”, disse o superintendente da Codevasf em Pernambuco, João Bosco Lacerda de Alencar.

 A preocupação com a falta de uma politica de resíduos sólidos nas cidades foi tema de destaque no encontro. A exigência legal para que as cidades brasileiras eliminem de uma vez por todas os lixões de suas áreas urbanas, tem deixado gestores em todo país preocupados, porque se não executarem a medida, sofrerão punições. A Codevasf tem dado apoio a 12 cidades das 20 que compõem o Cimpajeú dentro desse processo.

 A empresa é parceira dos municípios na elaboração dos projetos executivos para a implantação do plano de resíduos sólidos local, entretanto oito integrantes do Consórcio ficaram fora da parceria e na reunião, o entendimento foi buscar meios para incluir esses municípios.

 “O superintendente João Bosco disse que levará nossa demanda para Brasília e os prefeitos irão buscar apoio político para fazer os recursos chegarem de forma mais ágil. Vamos assinar um documento em conjunto, pedindo que a Codevasf intervenha nessa situação. É de interesse nosso contemplar os oito municípios que estão aqui no Pajeú e outros três do sertão do Moxotó que ainda não entraram na parceria”, enfatizou o presidente do Cimpajeú, Edvan César Pessoa, prefeito de Tuparetama.

 O gestor de Afogados da Ingazeira, José Patriota, também presidente da Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe), se comprometeu ajudar na articulação para que todas as cidades associadas se enquadrem. Ele frisa que o Cimpajeú irá buscar recursos para que todos os municípios associados tenham seus projetos. Patriota cita ainda a importância da Codevasf nesse apoio.

 “Essa foi uma decisão que não teve nada a ver com a Codevasf que é um braço operacional do Ministério da Integração que a meu ver lembra a Sudene quando foi muito atuante. É uma parceira que atua de forma eficiente. Ficamos felizes quando nos encontramos para o diálogo, para constatarmos o trabalho e as ações que realizamos conjuntamente”, acrescentou José Patriota.

 Segundo a chefe regional da Unidade de Meio Ambiente da Codevasf, Glaucia Oliveira, o projeto de implantação da política de resíduos sólidos nos municípios da região, constará de seis etapas, mas o processo ainda encontra-se na segunda etapa. Segundo a empresa contratada informou à Companhia, a dificuldade maior está na busca das informações sobre os municípios.

 “Eles sempre nos passam que estão existindo dificuldades. É preciso que tenham pessoas responsáveis para colher e nos repassar essas informações. Só avançaremos para as demais etapas a partir desse levantamento”, ressaltou Glaucia.

 Cada cidade receberá um empreendimento. As cidades de Afogados da Ingazeira e São José do Egito sediarão a central de resíduos da região e o Cimpajeu irá criar meios para os municípios se consorciarem para avançar na eliminação dos lixões de suas áreas urbanas. A orientação dos técnicos da Codevasf e dos representantes da empresa parceira na elaboração dos projetos é que as prefeituras estruturem também um setor de meio ambiente no âmbito administrativo dos municípios

“Os prefeitos precisam cobrar a participação das cidades nas respostas do diagnostico local”, reforçou Gláucia Oliveira. O prefeito de Afogados da Ingazeira entregou seu levantamento durante a reunião. A cidade terá três empreendimentos: usina de remediação, triagem e central de resíduos. Ainda no encontro, foi alertado para as prefeituras apresentarem as áreas onde serão implantados os equipamentos.

“A licença prévia sairá em nome da Codevasf, mas o documento final ficará no nome de cada município”, complementou Glaucia Oliveira que solicitou aos prefeitos se mobilizarem e promoverem ações de educação ambiental e orientações sobre coleta seletiva, informações importantes que diminuirão os custos com os aterros.

O presidente da Amupe e prefeito de Afogados da Ingazeira, José Patriota, reiterou a importância do trabalho de educação ambiental junto à população no processo de implantação da política local de resíduos sólidos. Segundo José Patriota, o recolhimento e tratamento adequado do lixo, foram negligenciados a vida inteira pelos gestores.

“Cabe a nós agora tomar conta disso, cuidar, fazer o trabalho de educação ambiental e buscar as parcerias como essa com a Codevasf para estruturar os projetos e implementar, no sentido que a população crie a cultura e o costume de saber descartar, tratar, separar, lidar com essa situação para não mais agredir o meio ambiente”, declarou o gestor.

Gerente de revitalização de bacias da Codevasf em Pernambuco, Elijalma Augusto Beserra, fez uma explanação de todo o trabalho desenvolvido pelo órgão nas áreas de esgotamento sanitário, inclusão produtiva, recursos hídricos e irrigação. “Temos na área de saneamento, média de 80% dos serviços executados. Nesse momento de estiagem, todas as demandas relacionadas á convivência com a seca, temos procurado atender aos municípios que nos demandam”, informou o engenheiro.

Elijalma Beserra citou ainda alguns números da atuação da Codevasf dentro da área de recursos hídricos como a recuperação e construção de 232 barragens, mais de 40 mil cisternas entregues em 37 municípios nos últimos dois anos dentro do programa Água para Todos que contempla ainda a implantação de sistemas de abastecimento de água, investimento que chega a R$ 61.121.451,30 no estado.