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Adoção de crianças acima dos 3 anos dobra entre 2013 e 2015
- By : Assessoria de Comunicação do Deputado Gonzaga Patriota
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No Dia Nacional da Adoção, comemorado nesta quarta-feira (25), dados da Corregedoria Nacional de Justiça (CNJ) trazem esperança para as mais de 130 crianças e adolescentes pernambucanos de 3 a 17 anos que aguardam o acolhimento de uma família. De acordo com o órgão, no estado, a adoção de órfãos nessa faixa etária cresceu 100% entre 2013 e 2015.
Normalmente, os casais que optam pela adoção preferem crianças pequenas. Por isso, quanto mais velho, mais difícil se torna sair dos abrigos antes de alcançar a maioridade. No Cadastro Nacional de Adoção (CNA), há 6.800 meninos e meninas. Desses, cerca de 6.200 têm mais de 3 anos. No ano passado, 711 conseguiram um lar. Hoje o CNA tem cadastradas 35.500 pessoas que deram entrada no processo judicial para ter um filho.“Mais de 57% só aceitam adotar crianças de até 3 anos e apenas 13% possuem até 3 anos. Então, há uma disparidade entre aquela criança idealizada pelo pretendente e a criança real, que está disponível para uma adoção”, comenta a juíza da Vara da Infância de Jaboatão dos Guararapes, Christiana Brito Caribé.
Segundo o levantamento da CNJ divulgado esta semana, em 2015, Pernambuco contabilizou 66 adoções tardias, quantidade que corresponde a quase 10% do total verificado no país. Em 2013, esse número chegou a 33, portanto, um aumento de 100% em três anos.
Preparação
Desde 2009, após a aprovação da Lei da Convivência Familiar pelo Congresso Nacional, os candidatos a adotar uma criança precisam passar por uma preparação antes de acolhê-la. Trata-se do Curso de Pretendentes à Adoção, cuja duração varia de acordo com a comarca que oferece o treinamento.
Para a juíza da Vara da Infância e Juventude do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), Hélia Viegas, a exigência é um dos fatores que contribuíram para o aumento. “Quem organiza as atividades é a equipe interdisciplinar de Justiça. Não é que a equipe vai estimular a adoção tardia, até porque trata-se de um amor espontâneo, mas, no curso, há uma conscientização de que, se o pretendente quer uma criança pequena, a espera vai ser maior”, acredita.
A magistrada cita, ainda, outras iniciativas que procuram ajudar os órfãos que não conseguem pretendentes. “Temos o Projeto de Apadrinhamento Afetivo, que arranja padrinhos para essas crianças. Às vezes criam laços de tal forma que terminam por adotar”, lembra. Também há o Projeto Família da Comissão Estadual Judiciária de Adoção (Ceja-PE).
Por meio dele, a entidade disponibiliza uma relação de crianças para organismos internacionais com credenciais para promover a adoção de meninos e meninas brasileiros. A lista está disponível no site do TJPE. Nela, há uma tabela com os nomes e as idades. Os pares que aparecem em amarelo são de irmãos.
“Em Jaboatão, dura dois dias. Durante esse período, a gente tem várias palestras, dinâmicas de grupo, a gente trabalha com pais que já adotaram aqui e que vêm trazer o seu depoimento para incentivar outras pessoas que também estão esperando esse filho”, explica a coordenadora da equipe interdisciplinar da Infância de Jaboatão, Elisama Costa.
Após essa preparação, os futuros pais passam por uma avaliação individual feita por uma equipe de psicólogos, pedagogos e assistentes sociais. “Envolve entrevistas, uma visita domiciliar, e se for o caso, a gente também encaminha essa pessoa para o Gead (Grupo de Estudos e Apoio à Adoção do Recife) se a gente entender que há a necessidade dessa pessoa de trabalhar certas questões”, diz a coordenadora.
Fonte: G1
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