Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)
Ex-senador Gim Argello fala ao juiz Sérgio Moro na condição de réu
- By : Assessoria de Comunicação do Deputado Gonzaga Patriota
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O ex-senador Gim Argello e o filho dele, Jorge Argello, devem prestar depoimento ao juiz Sérgio Moro na manhã desta sexta-feira (26). Os dois são réus em um processo que apura indícios de que o político recebeu propina para atrapalhar o andamento da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), que buscava investigar os desvios de dinheiro que aconteceram na Petrobras.
O político está preso desde abril deste ano, quando a Polícia Federal (PF) deflagrou a 28ª fase da Operação Lava Jato.
Conforme as investigações, a PF diz que há indícios concretos de que Gim tentou evitar a convocação de empreiteiros para prestar depoimento, mediante a cobrança de pagamentos indevidos disfarçados de doações eleitorais. Ele era um dos membros da CPMI.
O ex-diretor financeiro da UTC EngenhariaWalmir Pinheiro Santana, um dos delatores do esquema investigado pela Lava Jato, relatou em depoimento à Procuradoria-Geral da República um suposto acordo firmado em 2014 entre o dono da empresa, Ricardo Pessoa, e o ex-senador Gim Argello.
Pelo acordo, Pessoa não seria chamado a depor na CPI mista da Petrobras, que à época tinha Gim Argello como vice-presidente, e, em contrapartida, o empresário repassaria recursos a pessoas indicadas pelo então senador.
Ricardo Pessoa foi preso pela Polícia Federal na 7ª fase da Operação Lava
Jato, em novembro de 2015. Ele é citado por outros delatores como o chefe do “Clube das Empreiteiras”, grupo formado por empresas que combinavam resultados de licitações. O empresário cumpre prisão domiciliar desde abril de 2015.
Segundo Pessoa, o então senador teria orientado que os R$ 5 milhões fossem divididos e doados aos diretórios de quatro partidos políticos no Distrito Federal:
– Democratas (DEM) – R$ 1,7 milhão
– Partido da República (PR) – R$ 1 milhão
– Partido da Mobilização Nacional (PMN) – R$ 1,15 milhão
– e Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB) – R$ 1,15 milhão.
Estes partidos, juntamente com o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), formaram em 2014 a coligação “União e Força”, pela qual Gim Argello era candidato a novo mandato de senador pelo DF. O MPF diz que não há indício de que os partidos tenham participado ou tivessem ciência da origem ilícita dos recursos.
Pessoa não foi convocado pela CPMI da Petrobras, mas esteve na CPI do Senado, onde admitiu participação no cartel de empresas. “Para que UTC continuasse a prestar seus serviços à Petrobras, estava claro que teria de contribuir financeiramente”, disse à época.
Repasses da OAS
A PF encontrou, no celular de José Adelmário Pinheiro Filho (Léo Pinheiro), presidente da OAS, mensagens relacionadas a Gim Argello. Em uma delas, de 14 de maio de 2015 (data da instalação da CPI da Petrobras no Senado) e enviada a executivos do Grupo OAS, Léo Pinheiro pede o depósito de R$ 350 mil na conta bancária de uma paróquia do Distrito Federal, apontando como centro de custo a “Obra da Renest” (referência à RNEST, refinaria da Petrobras).
Segundo o MPF, o pagamento à paróquia é associado a uma pessoa identificada como “Alcoólico”, que seria o apelido de Gim Argello, por ser trocadilho com a bebida “Gim”. O apelido apareceu em troca de mensagens de Léo Pinheiro com Otávio Marques de Azevedo, presidente da Andrade Gutierrez, outra empreiteira envolvida no esquema da Petrobras.
Além de pagamentos feitos pela UTC e OAS, o Ministério Público apura pedidos de propina dirigidos a outras empreiteiras.
Fase final
Além dos depoimentos de Gim Argello e do filho, outros dois réus devem ser ouvidos por Sérgio Moro na segunda-feira (29). Ao fim dos depoimentos dos réus, o juiz deverá abrir prazo para que o MPF e as defesas apresentem as alegações finais no processo. Ao fim desta etapa, os autos voltam para o magistrado, para que ele defina a sentença que poderá condenar ou absolver os envolvidos.
Fonte: G1
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