O deputado federal Gonzaga Patriota (PSB-PE) fez, nesta quarta-feira (18), um apelo à direção das instituições bancárias brasileiras, entre eles o Banco do Brasil, para que se debata a reabertura de agências em pequenas cidades do interior de Pernambuco após onda de ataques criminosos. O estado contabiliza 25 agências que não conseguiram retomar o atendimento e outros 28 estabelecimentos que têm realizado somente atendimentos burocráticos, sem tesouraria. O número foi exposto pelo diretor jurídico do Sindicato dos Bancários, João Rufino, durante audiência pública realizada na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) nesse ano.

“A sensação que temos é que a referida instituição financeira estaria se amparando nas investidas dos assaltantes para encerrar permanentemente o atendimento nos municípios menores; prejudicando, assim, toda a população do Estado. Existem microrregiões com apenas uma agência funcionando. O Banco do Brasil precisa explicar aos pernambucanos o que pretende, porque quem está pagando a conta é a população. Isso não há dúvidas. Há relatos de idosos que chegam a se deslocar até 50 quilômetros para receber suas aposentadorias, e sobre a dificuldade de comerciantes no transporte de dinheiro para depósito em agências de municípios vizinhos”, destacou o parlamentar durante discurso no plenário da Câmara dos Deputados.

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A maioria das cidades do interior é guarnecida apenas por três ou quatro homens da polícia. De acordo com João Rufino, foram 346 investidas criminosas contra os bancos em 2016. Em 2017, já foram registradas mais de 50.

“A polícia dos estados precisa de mais apoio do Governo Federal para combater os crimes contra bancos. Precisamos do apoio das Forças Armadas, da Guarda Nacional. Esse problema não acontece somente em Pernambuco, mas também em outros estados do país. Esses crimes precisam ser federalizados e os envolvidos precisam ser detidos em presídios federais”, defendeu o parlamentar.

No caso do Banco do Brasil (BB), após a reestruturação do banco foram fechadas sete unidades no Estado. Com tudo, as demais agências ficaram superlotadas e sufocadas com o aumento da demanda. A agência Ipojuca, por exemplo, absorveu as agências dos municípios de Escada, que foi transformada em Posto de Atendimento; e Cabo de Santo Agostinho, que foi alvo de investida criminosa e permanece inoperante.

“É inadmissível que o banco penalize os clientes, usuários e funcionários, pois já se passou bastante tempo e não há ação efetiva para ao menos minimizar a precarização do atendimento. Não vamos ficar de braços cruzados vendo a população e os bancários sofrendo com o fechamento das agências”, alegou Patriota.

Dados do Banco Central revelam que em dois anos mais de 100 municípios brasileiros deixaram de ter agências bancárias. Em 2014, 241 cidades não possuíam unidades de atendimento tradicionais, número que subiu para 352 em 2016. “Estes dados revelam que os bancos continuam não respeitando sua obrigação, como concessões públicas, de oferecer atendimento de qualidade à população brasileira”, ressaltou Gonzaga.

Na sessão desta terça-feira (17), os vereadores do município de Orocó usaram a tribuna para manifestar total indignação por conta da decisão já anunciada, da direção geral do banco do Brasil, de fechar a agência da cidade. Todos os vereadores fizeram questão de ressaltar que a medida do BB vai causar enormes prejuízos e transtornos para a população, sem falar na situação de risco que o banco está impondo a quem precisa de seus serviços.

De acordo com as colocações dos próprios vereadores, a superintendência do BB regional ao fazer o comunicado da decisão de que a agência não seria mais aberta, o mesmo teria dito que toda movimentação seria transferida para a agência de Santa Maria da Boa Vista.