Combustível fóssil puxa emissão de CO² em Pernambuco
- By : Assessoria de Comunicação do Deputado Gonzaga Patriota
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Em 2017, Pernambuco liberou mais de 30 milhões de toneladas de gás carbônico na atmosfera, seis milhões de toneladas a mais que no ano anterior. As emissões provocadas por automóveis e motocicletas que utilizam combustível fóssil puxaram a taxa, representando pouco mais de um terço de toda a carga lançada em um ano, com 11 milhões de toneladas. A outra causa foi a da modificação do uso da terra, ou seja, quando uma floresta é desmatada para dar lugar a alguma atividade agropecuária ou pastagens. Só esse problema foi responsável por emitir nove milhões de toneladas de carbono.
Os dados vêm da análise das emissões do Sistema de Estimativa de Emissão de Gases de Efeito Estufa (Seeg), lançados recentemente pelo Observatório do Clima. No ranking nacional, o resultado coloca Pernambuco na 15ª posição entre os estados que mais contribuíram para o aquecimento global. Mesmo estando abaixo da metade da fila, formada por 26 estados, o coordenador do Observatório do Clima e gerente de Economia da Biodiversidade da Fundação Grupo Boticário, André Ferretti, reforça que não há motivos para comemorar.
Para ele, os setores que mais alavancaram o resultado das emissões em relação a 2017 – transporte e modificação do solo – , refletem o quanto o poder público deve estar atento a alternativas que melhorem esse cenário. “É preciso estimular o uso do etanol e biodiesel. Para favorecer isso, pode-se aumentar o incentivo fiscal ao biocombustível e incluir veículos elétricos na mobilidade de Pernambuco. Melhorar o sistema do transporte coletivo para que as pessoas se motivem a deixar os carros em casa e usar combustível limpo nesse transporte público. É repensar um transporte público acessível e menos poluente para o Estado”, analisa.
Na avaliação de Ferreti, outra solução para estimular os proprietários de terra a proteger os ecossistemas é a redução do IPTU para territórios que resguardem florestas intactas, empreendimentos que tenham telhado verde, que reaproveite água da chuva, entre outras medidas sustentáveis. “É uma forma de instigar boas práticas que também terão retorno para a própria sociedade. Porque preservar a natureza é sinônimo de qualidade de vida”, afirma.
Outra solução seria o estímulo à criação de novas Unidades de Conservação (UCs) a fim de coibir o desmatamento e possibilitar que áreas degradadas se regenerem naturalmente. “Dar essa proteção aos biomas é também contribuir para que não haja aumento das emissões de gás carbônico. Árvore funciona como uma esponja e, quando cortada, é mais liberação de gás carbônico ao ar”, explica. Dados nacionais No âmbito nacional, as emissões de gases de efeito estufa caíram 2,3% em 2017. O País emitiu 2,071 bilhões de toneladas brutas de gás carbônico equivalente (CO 2 e1) no ano passado, contra 2,119 bilhões de toneladas em 2016.
Segundo o Seeg, a queda foi puxada pela redução da taxa de desmatamento na Amazônia. No ano passado, a destruição da floresta recuou 12%, na esteira da retomada da fiscalização do Ibama. Isso fez as emissões por mudança de uso da terra, setor que responde por quase metade do total nacional de gases-estufa, recuarem 5,5% em 2017. Até o próximo dia 14, quando ocorre Conferência do Clima (COP-24), em Katowice, na Polônia, o Brasil e mais de 190 países trabalharão em nova rodada de negociações de medidas para conter o aquecimento global e os impactos associados, como secas, queimadas e enchentes. A reunião tem como objetivo avançar nos acordos internacionais para conter o aumento da temperatura média do planeta.