Desde 2000, número de professores de creches que fizeram faculdade passa de 11% para 66% do total

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Em 17 anos, a formação dos professores que trabalham nas creches brasileiras mudou radicalmente. O mais comum, em 2000, era encontrar docentes que tinham estudado até o ensino médio, sem fazer uma graduação – caso de 66,4% deles. Cerca de 9% não tinham nem terminado o ensino fundamental.

Em 2017, ano do último Censo Escolar, a situação se inverteu: 66,3% dos professores têm diploma de ensino superior. Um terço do total fez, inclusive, algum tipo de especialização. Segundo estudiosos consultados pelo G1, os dados do Censo, divulgados anualmente pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), comprovam uma mudança na forma como a creche é vista: não é um local onde bebês e crianças de 0 a 3 anos recebem apenas cuidados básicos. É mais do que isso: está no sistema educacional e tem funções pedagógicas importantes. Consequentemente, passa a exigir profissionais capacitados. “A creche promove a possibilidade de um desenvolvimento saudável. Precisa de um programa pedagógico e de boa formação de professores”, diz Beatriz Abuchaim, da Fundação Maria Cecília Souto Vidigal. “Ali, a criança vai conhecer o mundo, aprender a se relacionar com pessoas da mesma idade que ela e desenvolver questões cognitivas, como a expressão verbal”, diz.

Cristina Nogueira, coordenadora do curso de pedagogia no Instituto Singularidades (SP), também reforça a mudança de perspectiva em relação à creche. “Ela nasceu como uma instituição de assistencialismo, para ajudar os pais. Depois, com estudos na sociologia, na pedagogia e na psicologia do desenvolvimento, a creche passou a ir além dos cuidados – e a aprendizagem e o bem-estar começaram a ser valorizados nessa fase”, explica.

Apesar dos avanços, há desafios: existem faculdades de pedagogia de curta duração e sem experiências práticas. Os profissionais formados ainda se deparam com salários baixos, salas de aula superlotadas e falta de infraestrutura em determinadas instituições de ensino.

A seguir, especialistas analisam os avanços e os obstáculos para os professores que atuam nessa etapa de ensino.

Até que período esses professores estudaram?

Analisando o Censo Escolar de 2017, é possível afirmar que o Brasil tinha, no ano passado, 273.639 professores atuando em creches, com as seguintes formações:

  • 0,57% deles estudaram até o ensino fundamental
  • 33% cursaram até o ensino médio
  • 66,3% fizeram uma graduação

Na parcela de 181.668 professores com diploma no ensino superior, 75.522 deles continuaram estudando depois de terminar a faculdade. A maioria fez algum curso de especialização (74.478 docentes, o equivalente a 27% do total de professores brasileiros).

Além disso, há aqueles que ingressaram em pós-graduações stricto sensu – 932 cursam ou já concluíram o mestrado (0,3% do total) e 112, o doutorado.

Em 2000, o Censo mostra que a quantidade de professores formados era muito inferior. De um total de 50.224 docentes de creches:

  • 8,96% tinham o ensino fundamental incompleto, ou seja, abandonaram a escola antes do 9º ano (antiga 8ª série);
  • 13,18% terminaram apenas o ensino fundamental;
  • 66,4%, ou seja, a maioria, estudaram até o ensino médio, sem graduação;
  • 11,43% conseguiram terminar o ensino superior.

Gráfico indica o grau de formação dos professores de creche. — Foto: Infográfico: Juliane Monteiro/G1Gráfico indica o grau de formação dos professores de creche. — Foto: Infográfico: Juliane Monteiro/G1

“Nos anos 2000, houve um movimento de países desenvolvidos pressionarem os demais para promoverem a formação profissional de quem atua na primeira infância. Antes, os chamados pajens (atendentes) tinham essa visão da parte física e biológica”, explica Maria Angela Barbato Carneiro, professora do curso de educação na PUC-SP.

“As crianças ficavam no berço, não havia diálogo na hora do banho. Estudos foram reforçando a necessidade de um profissional que estimulasse o desenvolvimento social, linguístico e afetivo. Por isso, foi crescendo a porcentagem de docentes formados”, completa Maria Angela.

No Centro de Educação Infantil Indianópolis, creche da rede pública na zona sul de São Paulo, mais de 90% dos professores fizeram uma pós-graduação. Uma delas é Adriana Sanches, de 47 anos, que atua há 28 anos em escolas públicas e privadas. Ela se especializou em áreas como educação inclusiva, cidadania e psicopedagogia.

“É importante sempre estudar porque a mão de obra precisa se adequar às mudanças da sociedade. Antes, as crianças com deficiência ficavam em casa. Hoje, elas estão nas creches e precisamos saber educá-las. Tenho um aluno cadeirante e, por isso, fui buscar uma especialização na área”, conta.

Outra profissional dessa mesma creche, Lucy Almeida, faz mestrado em educação e saúde na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). “A iniciativa para estudar costuma vir dos próprios professores, com apoio da gestão da escola, para conseguir conciliar os horários. A educação infantil exige uma melhor formação. É a fase mais importante da educação básica”, diz.

‘Trabalho em creche e faço doutorado’

A pedagoga Beatran Abuchaim, de 42 anos, é uma das 112 professoras de creches no Brasil que fez ou está cursando o doutorado. Ela trabalha na Escola Municipal de Educação Infantil (Emei) Vó Olga, na cidade de Mato Leitão, a 135 km de Porto Alegre (RS). É o único estabelecimento de ensino com creche no município – que tem aproximadamente 4 mil habitantes.

Beatran tem duas turmas na creche: uma com bebês de 1 a 2 anos e outra com crianças de 3 anos. Ela concilia o trabalho na instituição com o doutorado em educação na Universidade Federal do Rio Grande (Furg), onde estuda sobre a formação de professores.

“Eu era atendente e fui percebendo, aos poucos, que lidar com crianças exigia preparo. Eu não sabia o que fazer, o que pensar sobre elas. Conseguia só focar no básico, como trocar fraldas e dar as refeições. Não sabia nada sobre o desenvolvimento de cada faixa etária.”

Ela, então, decidiu cursar pedagogia. Em 2014, ingressou no mestrado na Furg – quando estudou sobre infância e educação infantil – e já emendou com o doutorado, que será concluído em 2020. “É difícil conciliar o estudo e o trabalho. Passo minhas férias, minhas noites e meus finais de semana estudando. Levo duas horas para chegar a Porto Alegre e assistir às aulas na universidade”, diz.

Beatran conta que a formação profissional muda a atuação do professor na creche. Desde que passou a estudar, ela tem argumentos para explicar aos pais e à comunidade a importância de brincar com argila e terra, por exemplo. Também consegue perceber como é essencial escutar as crianças e contar histórias.

“Sendo a única creche da cidade, nossa força para defender a infância é muito forte. A gente tenta pensar cada vez mais em formação continuada, para os professores não pararem de estudar”, conta Beatran. “Outro esforço é sempre trazer as famílias para perto da escola.”

Ela conta que não parará de trabalhar na creche após concluir o doutorado. “Preciso da teoria, que aprendo estudando, sempre aliada à prática do dia a dia com as minhas turmas. Uma pedagogia só acadêmica, longe da escola, não leva tanto em conta os desafios e as perspectivas do professor”, diz. “E não quero parar de ver o sorriso das crianças, o encanto a cada descoberta.”

O que a lei diz sobre a formação de professores da creche?

Em 1996, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) passou a estimular que todos os professores tivessem formação em curso superior. Mas, até hoje, o documento permite que, na educação infantil (formada por creche e pré-escola), ainda haja profissionais que tenham estudado até a extinta modalidade “normal” – um tipo de ensino médio no qual o aluno cursava um ano extra para poder atuar em sala de aula.

Mesmo com essa permissão, existe a tentativa de aumentar a porcentagem de professores graduados. Uma das metas do Plano Nacional de Educação (PNE) é garantir a todos os profissionais da educação básica, até 2024, a formação continuada.

“Houve um esforço a nível municipal e nacional para que professores que já estivessem atuando na sala de aula, mas sem formação superior, conseguissem estudar”, diz Beatriz, da Fundação Maria Cecília Souto Vidigal.

A professora Maria Angela, da PUC-SP, explica que a situação varia conforme o estado. “Naqueles com poucas faculdades e escolas distantes, ainda existe essa realidade de profissionais sem formação”, explica. “Mas em São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina, por exemplo, a rede pública só contrata um professor efetivo que tenha feito ensino superior.”

O curso de pedagogia

Maria Angela Barbato Carneiro explica que, apesar de as políticas públicas estimularem a formação do profissional da creche, existem ainda faculdades de pedagogia de baixa qualidade, curta duração e sem experiências práticas.

E, mesmo entre as que são bem avaliadas, reformulações precisam ser feitas, segundo Beatriz, da Fundação Maria Cecília. “O currículo necessita ser discutido, porque é muito generalista. O estudante de pedagogia vai poder atuar na educação infantil, no ensino fundamental, como também se tornar gestor de escola ou professor de jovens e adultos”, diz. “Isso pulveriza a educação infantil – ela vira só um item entre todos esses. E, normalmente, é ensinada apenas em disciplinas teóricas. É fundamental que o aluno tenha atividades práticas desde o início do curso.”

Ela acredita que a formulação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) – documento que estipula o que deve ser ensinado, no mínimo, em cada etapa de ensino – pode ajudar a guiar uma reformulação na graduação de pedagogia.

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GONZAGA PATRIOTA PARTICIPA DO DESFILE DA INDEPENDÊNCIA NO PALANQUE DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA E É ABRAÇADO POR LULA E POR GERALDO ALCKMIN.

Gonzaga Patriota, acompanhado da esposa, Rocksana Príncipe e da netinha Selena, estiveram, na manhã desta quinta-feira, 07 (Sete de Setembro), no Palanque da Presidência da República, onde foram abraçados por Lula, sua esposa Janja e por todos os Ministros de Estado, que estavam presentes, nos Desfiles da Independência da República. Gonzaga Patriota que já participou de muitos outros desfiles, na Esplanada dos Ministérios, disse ter sido o deste ano, o maior e o mais organizado de todos. “Há quatro décadas, como Patriota até no nome, participo anualmente dos desfiles de Sete de Setembro, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Este ano, o governo preparou espaços com cadeiras e coberturas, para 30.000 pessoas, só que o número de Patriotas Brasileiros Independentes, dobrou na Esplanada. Eu, Lula e os presentes, ficamos muito felizes com isto”, disse Gonzaga Patriota.

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Gonzaga Patriota participa de evento em prol do desenvolvimento do Nordeste

Hoje, participei de uma reunião no Palácio do Planalto, no evento “Desenvolvimento Econômico – Perspectivas e Desafios da Região Nordeste”, promovido em parceria com o Consórcio Nordeste. Na pauta do encontro, está o plano estratégico de desenvolvimento sustentável da região, e os desafios para a elaboração de políticas públicas, que possam solucionar problemas estruturais nesses estados. O evento contou com a presença do Vice-presidente Geraldo Alckmin, que também ocupa o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, o ex governador de Pernambuco, agora Presidente do Banco do Nordeste, Paulo Câmara, o ex Deputado Federal, e atualmente Superintendente da SUDENE, Danilo Cabral, da Governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, os ministros da Casa Civil, Rui Costa, e da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, entre outras diversas autoridades de todo Nordeste que também ajudam a fomentar o progresso da região.

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GONZAGA PATRIOTA comemora o retorno da FUNASA

Gonzaga Patriota comemorou a recriação da Fundação Nacional de Saúde – FUNASA, Instituição federal vinculada ao Ministério da Saúde, que havia sido extinta no início do terceiro governo do Presidente Lula, por meio da Medida Provisória alterada e aprovada nesta quinta-feira, pelo Congresso Nacional.  Gonzaga Patriota disse hoje em entrevistas, que durante esses 40 anos, como parlamentar, sempre contou com o apoio da FUNASA, para o desenvolvimento dos seus municípios e, somente o ano passado, essa Fundação distribuiu mais de três bilhões de reais, com suas maravilhosas ações, dentre alas, mais de 500 milhões, foram aplicados em serviços de melhoria do saneamento básico, em pequenas comunidades rurais. Patriota disse ainda que, mesmo sem mandato, contribuiu muito na Câmara dos Deputados, para a retirada da extinção da FUNASA, nessa Medida Provisória do Executivo, aprovada ontem.