Percentual de candidatos negros cresce, mas segue abaixo da proporção da população

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O percentual de candidatos negros cresceu nas eleições de 2018 em relação ao último pleito presidencial, em 2014, mas segue abaixo da proporção encontrada na população brasileira, apontam dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Das mais de 28 mil pessoas concorrendo a um cargo eletivo neste ano, quase 12,9 mil se declaram como pardas ou pretas, o que corresponde a 46,2% do total. Segundo classificação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), pardos e pretos são considerados como negros em conjunto. Já 52,7% dos candidatos se declaram brancos.

Há quatro anos, 44,3% dos candidatos eram negros e 55% eram brancos — um aumento de 1,9 ponto percentual para os negros e uma queda de 2,2 pontos percentuais para os brancos. Não é possível comparar com eleições anteriores, já que os dados de cor de pele dos candidatos não eram contabilizados antes de 2014.

2014 X 2018
A proporção de candidatos negros (pardos e pretos) aumentou desde a última eleição presidencial
Proporção de candidatos (%)0,50,50,60,6555552,752,70,30,30,50,5353535,435,49,39,310,810,82014 – Amarelos2018 – Amarelos2014 – Brancos2018 – Brancos2014 – Indígenas2018 – Indígenas2014 – Pardos2018 – Pardos2014 – Pretos2018 – Pretos0102030405060
Fonte: TSE

Mesmo com o ligeiro aumento, as proporções das eleições deste ano continuam não refletindo a realidade do país, já que a maioria dos brasileiros se enquadra como negro – 47,1% pardo e 8,8% preto, totalizando 55,9% —, e não como branco, como acontece entre os candidatos. Os dados são do segundo trimestre de 2018 da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua.

Eleições X Brasil
Veja as diferenças nas proporções de raça entre os candidatos das eleições de 2018 e a população brasileira, segundo o IBGE.
Percentual de candidatos e de brasileiros (%)1,11,11,11,152,752,743,143,135,435,447,147,110,810,88,88,8Eleições – Amarelos e indígenasBrasil – Amarelos e indígenasEleições – BrancosBrasil – BrancosEleições – PardosBrasil – PardosEleições – PretosBrasil – Pretos0204060

A Pnad trimestral não contabiliza amarelos e indígenas de forma separada, mas apenas em conjunto com as pessoas sem declaração de cor de pele. Por isso, a proporção apresentada de 1,1% pode ser ligeiramente menor na realidade.

“[Essa disparidade é] mais um exemplo de como a sociedade brasileira é estruturada pelo racismo. A baixa representatividade de políticos negros e indígenas é um dos muitos exemplos que corroboram a profunda desigualdade racial que rege o Brasil”, diz Ynaê Lopes dos Santos, professora do Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Segundo ela, a representatividade é um elemento fundamental para o país conseguir lutar contra o racismo e ela deve alcançar todos os lugares sociais, como a mídia e a política.

“[A representatividade] é um caminho importante não só para ajudar a evidenciar o racismo, mas também para fazer com que pessoas com trajetórias, vidas e perspectivas distintas estejam fazendo a ‘grande política’, podendo assim desenvolver outros tipo de políticas públicas que tentem pensar em sujeitos sociais historicamente discriminados e marginalizados”, diz Ynaê dos Santos, professora da FGV.

Partidos e pautas identitárias

Em relação ao leve aumento de candidatos negros nas eleições de 2018, Santos afirma que é importante estar atento a essas mudanças, mas há ainda muito a ser feito na política brasileira.

A professora do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Rachel Meneguello também reconhece mudanças no cenário político nos últimos anos, mas faz ressalvas.

“As eleições legislativas a partir de 2006 mostram que houve certa ‘popularização’ do Congresso, ampliando o acesso aos cargos representativos a setores sociais não exclusivos de segmentos mais tradicionais da sociedade. Mas isso não significa automaticamente levar pautas identitarias para o Congresso”, diz Rachel Meneguello, professora da Unicamp.

Por isso, segundo a professora, o fato de um partido ter candidatos negros não significa automaticamente que tem uma agenda mais identitária. “Há exemplos de parlamentares negros que são contrários à política de cotas, e essa é uma ponderação que vale para as outras consideradas minorias, como as mulheres e suas pautas especificas”, afirma.

De todo modo, Meneguello diz que as diferenças entre as candidaturas e a realidade brasileira refletem a incapacidade do sistema representativo de traduzir as características da população. Segundo ela, a relação entre as agendas dos políticos e suas identidades raciais está sendo aperfeiçoada. “Os movimentos e mobilizações sociais têm criado pautas incorporadas na política”, diz.

A professora destaca, porém, que o ponto principal e inicial da mudança na representação política está na organização interna dos partidos.

“São os partidos que precisam reconhecer e incorporar candidaturas associadas às pautas de raça e gênero, distribuir recursos eleitorais para esses candidatos, viabilizar suas eleições. Em geral, os partidos de esquerda mostram uma preocupação maior com essa incorporação, mas mesmo assim deixam a desejar em sua organização e funcionamento”, diz Meneguello.

Partidos

O PCdoB, por exemplo, é o partido com mais negros (55,7% dos candidatos pardos ou pretos). Apesar disso, o percentual ainda não atinge o da população brasileira, de 55,9%.

Além do PCdoB, apenas um outro partido, o PSTU, tem menos brancos que o país. Mas nenhuma sigla tem mais negros que a proporção nacional.

“Os partidos [de esquerda] têm um caminho a percorrer. [Mas eles] se demonstram mais simpáticos à discussão sobre o racismo e mais atuantes na promoção de políticas antirracistas do que partidos de direita que, grosso modo, ainda fazem uso dos termos elaborados pelo mito da democracia racial”, diz Ynaê dos Santos.

Das 35 siglas, 5 não têm candidatos amarelos (PMB, Solidariedade, PCB, PSD e PCO), e 4 não têm indígenas (PCO, PMN, PROS e Novo). O Novo, inclusive, é o partido com mais candidatos brancos (84,5% do total). Veja abaixo o percentual de todas as 35 siglas do país.

Situação dos partidos
Veja o percentual de candidatos que se declararam brancos por partido e a comparação com a proporção nacional.

Disputa por cargo

Já entre as disputas, a corrida presidencial é a mais desigual em relação à divisão racial da sociedade brasileira. Isso porque, dos 26 candidatos a presidente e vice-presidente, 19 se declaram brancos, ou 73% do total. Há três pretos e dois pardos.

Disputa para presidente e vice-presidente
Veja a proporção de candidatos de cada raça/etnia segundo dados do TSE.

A única disputa por cargo que tem menos da metade dos candidatos brancos é a para deputado distrital, disputa por vagas para a Câmara Legislativa do Distrito Federal. Dos 954 candidatos, 394 constam como brancos, ou 41,3% do total. Já os pretos e pardos são 58,1%.

Disputa para deputado distrital
Veja a proporção de candidatos de cada raça/etnia segundo dados do TSE.
Proporção de candidatos (%)0,50,541,341,30,10,147,147,11111AmarelosBrancosIndígenasPardosPretos01020304050
Fonte: TSE

“A política brasileira está ainda estabelecida sobre bases tradicionais de representação demográfica, assim como socioeconômica, e isso explica em boa medida porque 19 dos 26 candidatos a presidente e vice presidente declaram-se brancos e porque há apenas 6 mulheres dentre esses mesmos 26 candidatos”, diz Meneguello.

Nas eleições de 2014, dos 513 deputados federais eleitos, 411 eram brancos, ou 80,1% do total. Outros 21 eram pretos (4,1%), e 81, pardos (15,8%). A proporção foi parecida com a encontrada nas eleições para senadores: das 27 vagas preenchidas em 2014, 22 foram para candidatos brancos, ou 81,5% do total.

Por conta disso, Santos acredita que a eleição de um presidente negro ainda esteja longe. “O Brasil ainda é, infelizmente, permeado pelo mito da democracia racial que, dentre outros males, considera uma perda de tempo falar em racismo, pois, em tese, todos os cidadãos são iguais. Esse é o argumento utilizado por muitos candidatos à Presidência no quadro atual, que se recusam a fazer uma discussão aberta sobre o racismo no Brasil e as desigualdades que ele gera”, afirma.

“Para a maior parte das pessoas que estão historicamente no poder, leia-se aqui homens brancos, é crucial que essas desigualdades se mantenham, pois elas são o pilar dos seus privilégios”, conclui.

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GONZAGA PATRIOTA PARTICIPA DO DESFILE DA INDEPENDÊNCIA NO PALANQUE DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA E É ABRAÇADO POR LULA E POR GERALDO ALCKMIN.

Gonzaga Patriota, acompanhado da esposa, Rocksana Príncipe e da netinha Selena, estiveram, na manhã desta quinta-feira, 07 (Sete de Setembro), no Palanque da Presidência da República, onde foram abraçados por Lula, sua esposa Janja e por todos os Ministros de Estado, que estavam presentes, nos Desfiles da Independência da República. Gonzaga Patriota que já participou de muitos outros desfiles, na Esplanada dos Ministérios, disse ter sido o deste ano, o maior e o mais organizado de todos. “Há quatro décadas, como Patriota até no nome, participo anualmente dos desfiles de Sete de Setembro, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Este ano, o governo preparou espaços com cadeiras e coberturas, para 30.000 pessoas, só que o número de Patriotas Brasileiros Independentes, dobrou na Esplanada. Eu, Lula e os presentes, ficamos muito felizes com isto”, disse Gonzaga Patriota.

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Gonzaga Patriota participa de evento em prol do desenvolvimento do Nordeste

Hoje, participei de uma reunião no Palácio do Planalto, no evento “Desenvolvimento Econômico – Perspectivas e Desafios da Região Nordeste”, promovido em parceria com o Consórcio Nordeste. Na pauta do encontro, está o plano estratégico de desenvolvimento sustentável da região, e os desafios para a elaboração de políticas públicas, que possam solucionar problemas estruturais nesses estados. O evento contou com a presença do Vice-presidente Geraldo Alckmin, que também ocupa o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, o ex governador de Pernambuco, agora Presidente do Banco do Nordeste, Paulo Câmara, o ex Deputado Federal, e atualmente Superintendente da SUDENE, Danilo Cabral, da Governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, os ministros da Casa Civil, Rui Costa, e da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, entre outras diversas autoridades de todo Nordeste que também ajudam a fomentar o progresso da região.

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GONZAGA PATRIOTA comemora o retorno da FUNASA

Gonzaga Patriota comemorou a recriação da Fundação Nacional de Saúde – FUNASA, Instituição federal vinculada ao Ministério da Saúde, que havia sido extinta no início do terceiro governo do Presidente Lula, por meio da Medida Provisória alterada e aprovada nesta quinta-feira, pelo Congresso Nacional.  Gonzaga Patriota disse hoje em entrevistas, que durante esses 40 anos, como parlamentar, sempre contou com o apoio da FUNASA, para o desenvolvimento dos seus municípios e, somente o ano passado, essa Fundação distribuiu mais de três bilhões de reais, com suas maravilhosas ações, dentre alas, mais de 500 milhões, foram aplicados em serviços de melhoria do saneamento básico, em pequenas comunidades rurais. Patriota disse ainda que, mesmo sem mandato, contribuiu muito na Câmara dos Deputados, para a retirada da extinção da FUNASA, nessa Medida Provisória do Executivo, aprovada ontem.