ENTREVISTA – ‘Eu caí, mas caí para cima’, diz Anderson Silva

Aos 38 anos, Anderson Silva descarta a aposentadoria - Epitácio Pessoa/EstadãoSÃO PAULO – Quem já acompanhou a saga de algum super-herói dos quadrinhos sabe que altos e baixos fazem parte da história de superação do homem com poderes sobrenaturais. Talvez por isso Anderson Silva tenha incorporado à sua imagem o apelido “Spider”. Assim como o personagem, ele sabe que estar em desvantagem pode significar voltar como soberano. Não por acaso ele foi firme ao dizer que caiu, mas caiu para cima, e seu único foco é recuperar o cinturão dos médios.

Com disposição e recuperado da surpreendente e desgostosa derrota para Chris Weidman no UFC 162, há menos de um mês, Anderson garantiu, em entrevista ao Estado, que pretende cumprir seu contrato, mesmo estando com 38 anos. A ideia da aposentadoria, que também surgiu no calor das discussões sobre o futuro do maior campeão de MMA do mundo, ficou para trás.

A queda diante do americano, que interrompeu a série invicta, ainda tem um gosto amargo. Tanto que Spider não gosta de lembrar da luta, assume toda a responsabilidade pelo fracasso e revela mudanças na equipe para a revanche de 28 de dezembro, quando volta a pisar no octógono em busca da volta por cima digna de um super-herói. Para isso, Anderson abandonou até alguns sonhos, como lutar tae kwon do nos Jogos Olímpicos do Rio, em 2016. O que ele ainda cogita, porém, é encarar o pugilista Roy Jones Jr., seu ídolo e um dos lutadores que mantêm sua motivação.

ESTADÃO – O que você está achando de toda essa polêmica?
ANDERSON SILVA –
 Não estou achando nada. Acho que luta é luta. As pessoas precisam expressar a opinião delas, vivemos em um País livre e eu fiz o que eu tinha que fazer. Agora é voltar a treinar, isso já faz parte do meu passado. Tenho que me preocupar com a próxima luta.

ESTADÃO – Você acha que eles foram duros com você?
ANDERSON SILVA –
 Cada um tem sua opinião, tenho que respeitar, manter meu foco e fazer meu trabalho.

ESTADÃO – Como está sendo esse momento com sua família? Alguma coisa mudou?
ANDERSON SILVA –
 Eu já perdi outras vezes. Perder e ganhar são coisas que andam lado a lado. Precisa  saber que você vai ter altos e baixos. Costumo dizer assim: a gente cai, mas cai para cima. É o que eu fiz, ao invés de eu cair para baixo, eu caí para cima. Quanto à família continua a mesma coisa, meu trabalho é meu trabalho, minha família em casa é totalmente fora do meu trabalho, não levo meus problemas profissionais para casa. Meus filhos são super cabeça em relação a isso, são atletas também, então eles sabem como se portar e como agir.

ESTADÃO – Um dos treinadores comentou que existe muita gente na sua equipe e que isso estaria o atrapalhando. O que você acha disso?
ANDERSON SILVA –
 Já estamos mudando toda equipe, quer dizer, estamos mudando o que, supostamente, achamos que houve falha, mas no geral, acho que todo mundo fez seu trabalho bem feito, todo mundo está de parabéns. Quem cometeu o erro fui eu, eu que cometi um erro técnico, não tenho que colocar a culpa na minha equipe. O erro de ter perdido a luta, de ter sido nocauteado foi meu. Agora é rever o que eu fiz de errado tecnicamente, que é uma coisa que já estamos fazendo, e pensar para frente.

ESTADÃO – Inclusive, ele disse que na revanche, se você lutar sério, a luta acaba, no máximo, no segundo round. É isso mesmo?
ANDERSON SILVA –
 O que eu posso dizer é que eu vou treinar e estar focado para fazer meu trabalho bem feito.

ESTADÃO – Se você perder a revanche, dá para dizer que está terá sido sua última defesa de cinturão?
ANDERSON SILVA –
 Não sei. Acho que tudo vai depender do que vai acontecer depois, minha conversa com o Dana. Essa era uma ótima pergunta para o Dana White.

ESTADÃO – O que fez você mudar de ideia sobre a revanche?
ANDERSON SILVA –
 Na verdade, eu estava um pouco estressado naquele momento, a ficha não tinha caído. Logo depois eu me acalmei, aí o Dana entrou em contato com os meus empresários e conversaram. Tive uma conversa com pessoal com ele também. Independe, se eu tivesse ganhado ou não, haveria uma revanche com o Weidman, isso estava nos planos do UFC. Como eu tenho um contrato de 10 lutas, eles preferiram fazer a revanche com ele agora do que deixar para uma outra oportunidade, ou dar oportunidade para outro atleta que não tenha tido as vitórias que eu tive no UFC.

ESTADÃO – Quando começa sua preparação para a revanche?
ANDERSON SILVA –
 Já comecei, já estou treinando. Estamos com um calendário de treino bacana, estamos indo em breve para a Tailândia para passar um tempo lá e depois voltamos para terminar nosso treino no Rio.

ESTADÃO – Uma super luta está descartada? Saiu dos planos?
ANDERSON SILVA –
 Não tem nada descartado. Eu vou aguardar, meu foco é o próximo compromisso, vamos esperar o resultado para ver o que faremos depois.

ESTADÃO – Tirando essa próxima luta em dezembro, você tem mais oito por contrato. Você faz cerca de duas por ano e já está com 38…
ANDERSON SILVA –
 Eu pretendo fazer todas as lutas das quais assinei o contrato. Até porque eu assinei, minha intenção é de fazer essas 10 lutas.

ESTADÃO – Mudou alguma coisa depois do fim do contrato com o Corinthians?
ANDERSON SILVA –
 Não mudou nada, na verdade a minha equipe está cuidando para que isso seja resolvido. Eu sou corintiano, isso não vai mudar, mas o contrato é uma coisa que tem que ser resolvido da forma correta, com as pessoas que fizeram todo o intermédio desse contrato. Está sendo resolvido. Não mudou nada, até porque eu não treino em São Paulo, no CT do Corinthians, eu treino no Rio de Janeiro.

ESTADÃO – Esse deve ser seu último contrato como lutador do UFC? A ideia é se aposentar depois dele?
ANDERSON SILVA –
 A ideia é tentar se manter fazendo o que eu gosto de fazer. Tudo mundo precisa se aposentar um dia, mas isso não está nos meus planos agora.

ESTADÃO – O que vai fazer depois que se aposentar?
ANDERSON SILVA –
 Tenho alguns projetos pessoais, mas meu foco agora é continuar lutando.

ESTADÃO – Alguns lutadores estão declarando que o UFC paga pouco. Se formos comparar com o boxe…
ANDERSON SILVA –
 É um esporte diferente, muito mais tradicional que o MMA, é uma outra atmosfera, é um outro mundo, um outro universo. Não tem como comparar. Acho que o MMA é um esporte novo, que está ganhando espaço. Os atletas que estão no UFC estão lá porque supostamente são bem remunerados pra isso e tem condições de estar lá. Alguns não têm os contratos tão bons quanto eles gostariam, mas isso é uma questão de tempo.

ESTADÃO – O que você acha do monopólio do UFC? Tem como fugir disso?
ANDERSON SILVA –
 Acho que não é um monopólio, é um momento que o UFC vive. É a forma como o Lorenzo (Fertitta), o Dana (White) e o Joe Silva dirigem o UFC, faz com que seja o maior evento da atualidade. Assim como alguns anos atrás, tínhamos o Pride, que era o maior evento de MMA do mundo. É uma fase, um momento que eles estão sabendo exatamente como fazer essa máquina andar. Eles transformaram um simples evento de MMA em uma marca mundial. Então tenho que tirar o chapéu, não só para eles, mas também para os atletas que ajudaram na construção dessa marca.

ESTADÃO – Existe um abismo muito grande entre quem gosta do esporte e quem não gosta. É difícil encontrar um meio termo. Por quê?
ANDERSON SILVA –
 É um esporte de contato. Mas está mudando, as opiniões estão mudando. Como eu falei, o UFC se tornou uma marca e as pessoas estão começando a entender como funciona de fato, são dois atletas que estão preparados para fazer o que o público paga para ser feito: um show. Tem gente que gosta, assim como futebol, tem gente que não gosta, que gosta de basquete. É um esporte como outro qualquer.

ESTADÃO – Você acha que há chance de se tornar um esporte olímpico? Isso ajudaria?
ANDERSON SILVA –
 Acho que não tem nenhuma possibilidade desse esporte virar olímpico, não tem a ver com esporte olímpico.

ESTADÃO – Você continua com a ideia de participar dos Jogos Olímpicos do Rio, lutando taekwondo?
ANDERSON SILVA –
 Essa ideia estava super fixa na minha cabeça, mas eu tenho tanta coisa, tantos compromissos para serem cumpridos com meus patrocinadores, com o UFC, que eu precisaria de um tempo para fazer um treinamento específico para me preparar da forma correta de participar de algumas competições para que eu pudesse me credenciar para disputar uma competição olímpica. Mas eu não consegui tempo, mas é uma coisa que eu gostaria de ter feito sim, infelizmente o tempo não me deu essa oportunidade. Eu ia participar como qualquer outro atleta, fazer as seletivas. Como eu não tenho tempo para treinar, me adaptar, ter treino suficiente para participar das seletivas para tentar uma vaga, não deu certo, mas era uma coisa que eu gostaria de ter feito sim.

ESTADÃO – Antes da luta contra Weidman, você tinha expressado o desejo de lutar boxe contra o Roy Jones Jr? Ainda pensa nisso?
ANDERSON SILVA –
 Claro, é meu sonho lutar contra o Roy Jones Jr.. É um desejo pessoal meu, ele também disse que gostaria que a luta acontecesse e espero que aconteça logo. Eu tenho contrato com o UFC, acho que tem que ser uma coisa conversada com o Dana e o Lorenzo, para que eles me liberem para fazer essa luta. Acho que vai acontecer sim.

ESTADÃO – Quando começa sua preparação para a revanche?
ANDERSON SILVA –
 Já comecei, já estou treinando. Estamos com um calendário de treino bacana, estamos indo em breve para a Tailândia para passar um tempo lá e depois voltamos para terminar nosso treino no Rio.

ESTADÃO – Em quem você se inspira para continuar motivado?
ANDERSON SILVA –
 Minha inspiração é saber que eu posso fazer o que eu amo. Tenho meus ídolos, sou fã do Roy Jones Jr., do Muhammad Ali, do Bruce Lee. São figurinhas carimbadas do meio do esporte que eu admiro bastante e tento pegar alguma coisa deles e colocar no meu jogo.

ESTADÃO – Tem algum lugar em especial que você gostaria de lutar? Algum adversário?
ANDERSON SILVA –
 Não, acho que tudo está caminhando da maneira que tem que caminhar. É aguardar os próximos compromissos com o UFC e treinar bastante, ficar focado para os próximos compromissos.

ESTADÃO – Você tem vontade de lugar em um estádio de futebol?
ANDERSON SILVA –
 Acho que está caminhando para isso. O esporte está crescendo no Brasil e logo vamos ter um grande evento no estádio de futebol.

Fonte: Estadão

Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)

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