“Faroeste Caboclo” surpreende pela qualidade da direção

Um dos projetos mais arriscados do cinema brasileiro recente – dada a aura mítica em torno da canção em si e do legado como um todo da Legião Urbana -, “Faroeste Caboclo” é um filme raro. Não que seja uma obra vanguardista ou coisa do tipo. Não. É um filme com narrativa clássica, mas que entra num cinema de gênero pouco produzido no Brasil atualmente. No caso, o filme policial, e que, em se tratando de “Faroeste Caboclo”, também tangencia o spaghetti western nos momentos de tiroteios.

João de Santo Cristo (interpretado por Fabrício Bolívar): personagem criado por Renato Russo no épico da Legião Urbana ganha elementos do faroeste italiano

A inspiração em clássicos do bangue-bangue italiano é explícita. Já na abertura do filme, os olhos de João de Santo Cristo (interpretado por Fabrício Bolívar) aparecem em primeiríssimo plano, remetendo ao mestre Sérgio Leone (de “Três homens em conflito” e “Era uma Vez no Oeste”).

Assim como a canção, que tem seus momentos de calmaria e de violência, o filme reveza momentos de tranquilidade, os que mostram os encontros entre João e Maria Lúcia (Ísis Valverde), com as sequências que mostram os ataques do traficante playboy Jeremias (Felipe Abib) e sua gangue ao negro pobre e “pé rapado” que conseguiu aquilo que ele nunca conseguira: ganhar o coração de Maria Lúcia, a bela e rica filha de um senador (Marcos Paulo).

Zonas cinzentas

Um dos aspectos positivos do filme é já trazer um personagem, João, em tons de cinza, que não hesita em matar um policial quando deixa a sua cidade natal, no interior da Bahia, para chegar a Brasília e conseguir emprego com o primo Pablo (Cesar Trancoso), o qual trafica maconha da Bolívia e do Paraguai. Mais adiante, saberemos o motivo por que ele matou aquele policial, através de alguns dos flashbacks de sua infância que ajudam a formar para o espectador a personalidade do protagonista.

Para quem gosta da Legião Urbana e do rock de Brasília, há pelo menos dois momentos muito especiais que dão muito prazer de se ouvir no cinema: a primeira vez que ele chega numa festa em Brasília, quando o Aborto Elétrico está tocando “Tédio (com um T bem grande pra você)”, e uma outra, mais movimentada, ao som de “Até Quando Esperar”, da Plebe Rude. Philippe Seabra, o líder da Plebe, inclusive, é o responsável pela trilha sonora.

Nem tudo que é narrado na canção é transposto para o filme, mas todas as liberdades tomadas pelo diretor estreante em longas René Sampaio são bem-vindas. Inclusive a belíssima fala final de João de Santo Cristo. Uma das liberdades do diretor é não dar qualquer relação sacra ao personagem, algo mais próprio da poética de Renato Russo, que era bem ligado à religiosidade e esoterismo. Se João passa por uma via-crúcis, ela é mostrada de maneira seca e violenta, sem direito aos aplausos no final ou a câmeras de televisão.

Diferente de João, que é um personagem mais complexo, os vilões são tipicamente vilões. Caso do policial corrupto vivido por Antonio Calloni e do já citado Jeremias. Eles fazem com que o “ódio por dentro” de João seja sentido também por nós, principalmente nas sequências finais. Por isso o registro de violência que o diretor apresenta é imprescindível para tornar o filme uma obra de respeito. Diria que chega até a endurecer um pouco os nossos corações no que se refere ao amor entre João e Maria Lúcia. Ainda assim, é uma bela história de amor quase impossível, que muito deve às interpretações de Boliveira e Ísis.

No mais, quem é fã da canção que deu origem ao filme não deve deixar passar a oportunidade de ouvi-la integralmente no cinema durante os créditos finais. Certas coisas simplesmente não têm preço.

Fonte: TN Online

Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)

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