Médicos apontam falhas em postos do Recife; prefeitura anuncia plano
- By : Assessoria de Comunicação do Deputado Gonzaga Patriota
- Category : Clipping
Falta de medicamentos, infraestrutura precária, problemas de acessibilidade, mofos e rachaduras em prédios estão entre os principais problemas encontrados nas unidades do Programa de Saúde da Família (PSF) do Recife. A denúncia foi feita nesta terça-feira (4) pelo Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe) e Conselho Regional de Medicina (Cremepe), que vistoriaram 15 postos, nas últimas semanas, para fazer um diagnóstico da rede de saúde da capital. Na mesma hora em que as entidades divulgavam o relatório, a prefeitura do município anunciava investimento de R$ 30,4 milhões para reforma e revitalização de unidades e mais R$ 104,5 milhões para construção de novos centros médicos.
O diagnóstico faz parte da Caravana Cremepe-Simepe, que já está na 9ª edição. “Nós percebemos que há uma piora [nas unidades] em relação ao último ano. É como uma casa sem manutenção, piora ano a ano. Vemos espaços mal cuidados, com goteiras. Tem que ter uma política de manutenção predial. Esses espaços estão mais deteriorados que antes. Dancing Days [comunidade da Zona Sul] está com goteira e alagamento”, apontou a diretora do Simepe, Rafaela Pacheco.
A pesquisa foi dividida entre os problemas apontados pelos profissionais de saúde e a percepção dos moradores. “Percebemos que a maioria da população ainda tem que faltar ao trabalho ou à escola para ir a uma consulta médica. Em relação ao acesso, nenhuma [unidade] está aberta sábado e domingo, não existe horário estendido ou flexibilização. Isso dificulta o acesso do trabalhador”, acreditou Rafaela
A fiscalização nas unidades apontou também dificuldade em conseguir na marcação de consultas com especialista em cardiologia, neurologia, psiquiatria, ortopedia, reumatologia e fisioterapia. “Para quem tem um AVC [acidente vascular cerebral], é necessário fisioterapia para reabilitação e é dificílimo conseguir”, apontou o médico fiscal do Cremepe, Otávio Valença.
Além de problemas estruturais, faltam itens básicos do atendimento, ressaltou diretor do Cremepe, Ricardo Paiva. “Falta esparadrapo, receituário e remédio. Isso são relatos dos médicos. Não tem como você trabalhar sem condições. Fornecimento de remédio deve ser gratuito para qualquer brasileiro, isso é lei”, afirmou Paiva.
As três unidades avaliadas como piores durante a caravana foram as de Dancing Days, Alto do Pascoal e Alto José Bonifácio, as duas últimas situadas na Zona Norte. “A de Dancing Days é uma situação crítica, com cupim e rachaduras. Para chegar lá, você passa por uma rua de terra, com muito lixo. A condição de infraestrutura é essencial no atendimento e você não tem”, lembrou Rafaela.
A unidade do Alto do Pascoal funciona em uma casa improvisada, desde que o imóvel original teve problemas no teto, relata o Cremepe. Sem identificação, o G1 encontrou o local com ajuda dos moradores. “Tem uns três meses que chegou médico aqui. Tem todo dia, mas não tem farmácia. A médica foi na minha casa e já disse que vou ter que comprar o remédio”, contou a empregada doméstica Solange da Silva.
Em caso de ferimentos mais sérios, que precisem de um curativo feito por uma unidade de saúde, os moradores do Alto do Pascoal são obrigados a procurar uma policlínica. “Aqui não tem nada nem remédio para verme, pressão ou para cuidar de machucado. Se a pessoa passa mal, só pode ser na segunda, que é o dia que marca consulta. Se não, tem que ir para a policlínica”, reclamou Solange.
A filha da costureira Severina Lima acabou tendo que comprar um antibiótico que precisava, já que não havia no posto da Bomba do Hemetério. “A gente chega lá, dizem que não tem. Não ia para um terceiro posto”, relatou. Situação semelhante passou a dona de casa Arlete Soares, que não conseguiu pegar o remédio de pressão. “Fui cinco vezes, disseram que o sistema estava fora em todas as vezes”, denunciou.
Fonte: G1 PE
Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)
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