A cada dia, milhares de pessoas são obrigadas a fugir das suas casas

1Muhammad Yaquob, 16 anos, Neem, 14 anos e Yazdan, 11 anos, nasceram no Afeganistão. Sua família fugiu para o Paquistão em 2010, refugiando-se em Quetta. Em 2012, o pai dos meninos fez uma jornada perigosa de barco até a Austrália. Infelizmente, ele se afogou junto com outras 94 pessoas quando o barco em que estavam virou perto de uma ilha chamada Christmas. O caso dos meninos foi reportado a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) e eles foram levados para Islamabad.  Enquanto Muhammad descobriu o amor pela gastronomia, Ibrahim, de 10 anos, gosta de jogar futebol. Ele vivia em um vilarejo na Nigéria que foi atacado por insurgentes. Eles assassinaram seu pai e bateram em Ibrahim com um machado. Depois, jogaram o menino em uma vala e o deixaram para morrer. Mas ele foi salvo pela irmã. “Larama me salvou,” conta. “Ela descobriu que os insurgentes tinham me enterrado vivo”. Ele passou quatro meses e meio em um hospital. A família agora vive no campo de refugiados de Minawao, em Camarões, que abriga cerca de 33 mil refugiados nigerianos.

Assim como eles, milhões de mães, pais, irmãs, irmãos – que são também estudantes, músicos ou cozinheiros – fugiram de suas casas para escapar da guerra ou de abuso de direitos humanos. Alguns tem a história contada no site da ACNUR. A agência estima que, desde janeiro, mais de 300 mil atravessaram o Mediterrâneo. Outros ainda não sabem onde vão conseguir chegar ou se terão a oportunidade de contar turdo que viveram. Milhares de sírios e iraquianos ainda fogem da guerra, assim como por albaneses, kosovares e sérvios que partem em busca de uma vida melhor. As cenas de caos se multiplicam nos países do leste da Europa à medida que milhares avançam rumo ao continente.

Ibrahim e sua irmã, Larama, em frente ao abrigo no campo de refugiados de Minawao

Eles tentam escapar a pé ou em qualquer meio de transporte que conseguem. No meio do caminho, vários terminam morrendo. Outros são recepcionados por autoridades que ou buscam repartir os imigrantes, como na Alemanha, ou reprimem eles com gases lacrimogêneos, como na Macedônia e na Hungria, onde o número tem alcançado níveis máximos de cerca de 2.100 pessoas por dia. A Hungria busca blindar sua fronteira com a Sérvia com a construção de uma barreira.

A crise migratória é a pior desde a Segunda Guerra Mundial. Os países da União Europeia (UE) recorrem a medidas desesperadas em uma tentativa de frear a avalanche humana sem que, por ora, se vislumbre uma solução. Na Síria, as estatísticas falam por si. O conflito sangrento desalojou pelo menos 7,6 milhões de pessoas dentro do país. Por volta de 4 milhões fugiram para o exterior como refugiados. 95% destes vivem atualmente na Turquia, Líbano, Jordânia, Iraque e Egito.

Segundo a agência de refugiados da Organização das Nações Unidas (ONU), pelo menos 380 mil dos refugiados nesses países necessitam urgentemente de reassentamento em outro país, onde possam recomeçar suas vidas com o apoio necessário. Esse número inclui pessoas vulneráveis que sobreviveram a estupros e tortura, crianças desacompanhadas e quem não tem acesso aos cuidados médicos que desesperadamente necessitam.

Os líderes europeus foram chamados à ação em abril, logo após o naufrágio de um barco e a morte de 700 imigrantes. Contudo, as discussões sobre o estabelecimento de cotas para distribuir os refugiados que chegam à Europa e aliviar a pressão que recebem Itália e Grécia, se estancaram.

Discursos xenófobos
Berlim tem se destacado por seu papel ativo frente à crise, em um momento no qual o governo anunciou que espera acolher cerca de 800.000 refugiados em 2015, que representam mais da metade dos refugiados que a UE receberá em conjunto. Contudo, em outros países a situação é diferente. O problema é que tanto Reino Unido, quanto Suécia e França enfrentam a hostilidade dos partidos de ultra direita contrários à imigração. Na Alemanha, Merkel tem tido que enfrentar atos de violência e protestos contra os imigrantes. Neste mês, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, advertiu que os governos têm o dever de não deixarem-se cegar pelo populismo.

Este chamado foi replicado pelo relator especial das Nações Unidas para os direitos dos imigrantes, François Crepeau, que pediu aos líderes europeus que evitem utilizar termos negativos, depois que em julho o primeiro-ministro britânico foi criticado por usar a palavra “enxame” para referir-se aos imigrantes. “A construção de cercas, a utilização de gases lacrimogêneos e outras formas de violência contra os imigrantes e as pessoas que pedem asilo, a negação de serviços básicos como o acesso à comida e à água e a utilização de uma linguagem ameaçadora e denegridora, não evita que os imigrantes tentem chegar à Europa”, afirmou.

Diplomata
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, exortou os governos a intensificar sua resposta diante da crise migratória na Europa e no Mediterrâneo, em particular. Ban declarou, em um comunicado, que está “horrorizado e aflito pela morte de refugiados e imigrantes” nesta região, em alusão à descoberta de 71 cadáveres de imigrantes abandonados em um caminhão na Áustria e ao naufrágio que deixou pelo menos 76 mortos entre imigrantes que tentavam chegar à Itália provenientes da Líbia.

O diplomata também anunciou a organização de uma reunião sobre esta crise migratória em 30 de setembro, durante a sessão anual da Assembleia geral da ONU, em Nova York. “Lanço um chamado a todos os governos envolvidos para que deem respostas globais, que desenvolvam os canais legais e seguros de migração e ajam com humanidade, compaixão e respeito de suas obrigações internacionais”, acrescentou Ban.

Ele disse, ainda, que “quando examinarem as solicitações de asilo, os Estados não devem fazer diferenças fundamentadas na religião ou na identidade e que eles não podem forçar mais as pessoas a voltar aos locais de onde fugiram se existirem riscos patentes de perseguição ou ataques. Para o encarregado, não se trata “apenas de uma questão de direito internacional, também é nosso dever como seres humanos”.

Ele também alertou os governos “a mostrar mais determinação para resolver os conflitos e outros problemas que forçam as pessoas a fugir”, porque sem ela, “o número de deslocados – mais de 40.000 por dia – não fará mais do que aumentar”. “É preciso muito mais”, reforçou Ban Ki-moon.

Fonte: Folha-PE

Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)

 

Nenhum comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Clipping
GONZAGA PATRIOTA PARTICIPA DO DESFILE DA INDEPENDÊNCIA NO PALANQUE DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA E É ABRAÇADO POR LULA E POR GERALDO ALCKMIN.

Gonzaga Patriota, acompanhado da esposa, Rocksana Príncipe e da netinha Selena, estiveram, na manhã desta quinta-feira, 07 (Sete de Setembro), no Palanque da Presidência da República, onde foram abraçados por Lula, sua esposa Janja e por todos os Ministros de Estado, que estavam presentes, nos Desfiles da Independência da República. Gonzaga Patriota que já participou de muitos outros desfiles, na Esplanada dos Ministérios, disse ter sido o deste ano, o maior e o mais organizado de todos. “Há quatro décadas, como Patriota até no nome, participo anualmente dos desfiles de Sete de Setembro, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Este ano, o governo preparou espaços com cadeiras e coberturas, para 30.000 pessoas, só que o número de Patriotas Brasileiros Independentes, dobrou na Esplanada. Eu, Lula e os presentes, ficamos muito felizes com isto”, disse Gonzaga Patriota.

Clipping
Gonzaga Patriota participa de evento em prol do desenvolvimento do Nordeste

Hoje, participei de uma reunião no Palácio do Planalto, no evento “Desenvolvimento Econômico – Perspectivas e Desafios da Região Nordeste”, promovido em parceria com o Consórcio Nordeste. Na pauta do encontro, está o plano estratégico de desenvolvimento sustentável da região, e os desafios para a elaboração de políticas públicas, que possam solucionar problemas estruturais nesses estados. O evento contou com a presença do Vice-presidente Geraldo Alckmin, que também ocupa o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, o ex governador de Pernambuco, agora Presidente do Banco do Nordeste, Paulo Câmara, o ex Deputado Federal, e atualmente Superintendente da SUDENE, Danilo Cabral, da Governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, os ministros da Casa Civil, Rui Costa, e da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, entre outras diversas autoridades de todo Nordeste que também ajudam a fomentar o progresso da região.

Clipping
GONZAGA PATRIOTA comemora o retorno da FUNASA

Gonzaga Patriota comemorou a recriação da Fundação Nacional de Saúde – FUNASA, Instituição federal vinculada ao Ministério da Saúde, que havia sido extinta no início do terceiro governo do Presidente Lula, por meio da Medida Provisória alterada e aprovada nesta quinta-feira, pelo Congresso Nacional.  Gonzaga Patriota disse hoje em entrevistas, que durante esses 40 anos, como parlamentar, sempre contou com o apoio da FUNASA, para o desenvolvimento dos seus municípios e, somente o ano passado, essa Fundação distribuiu mais de três bilhões de reais, com suas maravilhosas ações, dentre alas, mais de 500 milhões, foram aplicados em serviços de melhoria do saneamento básico, em pequenas comunidades rurais. Patriota disse ainda que, mesmo sem mandato, contribuiu muito na Câmara dos Deputados, para a retirada da extinção da FUNASA, nessa Medida Provisória do Executivo, aprovada ontem.