Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)
A presidente Dilma Rousseff aproveitou o jantar na noite de quarta-feira com ministras, deputadas e senadoras da bancada feminina para fazer uma defesa da ex-presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, na véspera de seu depoimento à CPI da Petrobras. O evento, no mês em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, teve pouca pauta de gênero e ficou centrado em temas áridos como a dificuldade para aprovação do ajuste fiscal, a corrupção na Petrobras e o cenário econômico adverso.
O teor do encontro não agradou deputadas da oposição, que esperavam ouvir da presidente propostas sobre igualdade de gênero. Como isso não ocorreu e Dilma falou apenas superficialmente sobre a ampliação da participação das mulheres na política, algumas se retiraram antes do final do evento, queixando-se de que Dilma aproveitou a ocasião para fazer defesa de seu governo e pedir ajuda para aprovação de medidas de seu interesse no Congresso.
– Fiquei bem frustrada, fui para lá com o objetivo de ouvir uma pauta para mulheres, que era o que tinham nos dito que teria, mas isso não aconteceu. Não fui para ouvir discurso de governo. Foi um monólogo, mais do mesmo. A presidente ficou falando da necessidade do ajuste fiscal, admitiu que a situação na economia não estava boa, mas colocou a culpa da crise no cenário internacional – afirma a deputada Eliziane Gama (PPS-MA).
Para introduzir a defesa de Graça Foster, a presidente disse que não deixaria de tocar no assunto Petrobras porque está na “agenda do Brasil”. Segundo relatos, Dilma falou com “muito carinho” da ex-dirigente da estatal e destacou o quanto era “íntegra” e “honesta”. A presidente admitiu que houve corrupção na Petrobras, mas disse acreditar que Graça Foster não teve participação nisso.
A decoração feminina, com copos cor-de-rosa e diversos jarros de flores nas cores rosa, lilás e branco, criou um ambiente “mulherzinha” que não se refletiu no conteúdo da conversa entre a presidente e as parlamentares. Em um dos poucos momentos mais leves, Dilma fez comentários sobre a dieta Ravenna, que já a fez perder mais de 10 quilos.
Segundo contam as parlamentares, as porções do jantar de Dilma eram diferentes e menores das que foram oferecidas às convidadas. A sobremesa, brownie de chocolate, passou longe do prato da presidente, que optou pelo doce suspiro, feito com claras de ovos, para se saciar.
– Cinco suspiros dá para comer sem culpa – ensinou Dilma às parlamentares.
Mesmo em meio à avalanche de crises pela qual passa o governo, a presidente Dilma aparentava tranquilidade. Sua preocupação maior foi externada ao falar das Medidas Provisórias 664 e 665, que endurecem as regras para concessão de benefícios trabalhistas, como seguro-desemprego, pensão por morte e abono salarial.
A deputada Clarissa Garotinho (PR-RJ), que ficou na mesma mesa que Dilma, disse que a presidente estava muito preocupada com a implementação das medidas de ajuste, mas disse que entendia que o Congresso faria o debate e as mudanças sobre o tema.
– Questionei alguns pontos do ajuste e disse que são muito difíceis de serem votados. Ouvi muitas deputadas comentarem isso no jantar, que no momento de crise é quando mais pessoas são demitidas, então não dá para restringir acesso a direitos como o seguro-desemprego – disse Clarissa.
A deputada Marinha Raupp (PMDB-RO) elogiou o esforço de Dilma em se aproximar das parlamentares.
– Foi a primeira vez que a bancada teve como conversar com ela. Não foi prestação de contas, não foi professoral. Foi verdadeiramente bacana. Uma deputada disse que ela deveria se posicionar, falar com a sociedade como ela falou com as mulheres deputadas. Não foi uma cena, um evento, teve inteiração. O novo, o positivo, foi que foi a primeira vez que isso ocorreu – afirmou.
A deputada de primeiro mandato Rosângela Gomes (PRB-RJ) também gostou do contato com a presidente.
– Foi ótimo. Se o intuito era se aproximar da bancada feminina, ela conseguiu. A presidente estava muito descontraída. Seria bom ela fazer isso mais vezes, chamar a gente de seis em seis meses – disse.
Fonte: O Globo
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