A agência de risco Standard & Poor’s (S&P) informou nesta segunda-feira (23) que decidiu manter a nota de crédito da Petrobras para “BBB-“, o último degrau para a empresa ser considerada segura para investimento. Porém, a agência colocou a empresa em perspectiva negativa, ante estável na avaliação anterior.

A agência também rebaixou o perfil de crédito individual da Petrobras de “bb” para “b+”, ressaltando que o corte não afeta na nota de crédito.

A avaliação de risco é um sistema de nota desenvolvido por agências de análise de riscos para alertar os investidores de todo o mundo sobre os perigos do mercado ou da empresa que eles escolhem para aplicar seu dinheiro. Entenda como funciona.

A S&P disse que espera um fluxo de caixa enfraquecido nos próximos resultados da Petrobras, motovado pela restrição da empresa ao financiamento internacional e da recente desvalorização do real. A agência também apontou investigações de corrupção como causas de uma expectativa por resultados fracos da empresa.

Em nota, a agência apontou como motivo para a mudança da perspectiva para “negativa” o fato de que “as investigações de corrupção em curso não só dificultaram o financiamento do plano de investimento da Petrobras, mas também enfraqueceram o crédito de seus contratantes”.  A S&P acrescentou que as turbulências “retardaram a construção das plataformas de petróleo para aumentar a produção.”

“Esperamos que os fluxos de caixa possam se deteriorar ainda mais a partir de passivos potenciais decorrentes de as ações coletivas movidas contra a empresa nos EUA, embora os montantes e os termos desses passivos permaneçam incertos”, diz a agência.

A Petrobras é alvo de ação judicial nos Estados Unidos, pois tem papéis negociados na bolsa de Nova York. Em uma ação ajuizada em dezembro, alega-se que Petrobras “fez declarações falsas e enganosas por desvirtuar os fatos e não divulgar a cultura de corrupção na empresa, que consistia em um esquema multibilionário de lavagem de dinheiro e suborno incorporado na empresa desde 2006.”

Também nesta segunda, a S&P manteve em “BBB-“, com perspectiva estável, a nota de crédito de longo prazo do Brasil em moeda estrangeira. Portanto, o Brasil também está no mais baixo dentro do grau de investimento.

A agência também rebaixou a nota da Sete Brasil, empresa de sondas de águas ultraprofundas e parceira da Petrobras, de “B-” para “calote seletivo” (“SD”). Segundo a agência, o rebaixamento foi motivado depois que a empresa deixou de pagar uma dívida de US$ 250 milhões devida ao banco britânico Standard Chartered, que entrou com um pedido ao Fundo Garantidor da Construção Naval (FGCN), gerido pela Caixa, de resgate de garantias (pagamento antecipado) do empréstimo.

Grau especulativo
A Moody’s foi a primeira das três grandes agências de risco a rebaixar a nota de crédito corporativo da Petrobras para grau especulativo. Além da S&P, a empresa ainda tem grau de investimento pela agência Fitch.

No mês passado, a Moody’s rebaixou todas as notas de crédito da Petrobras. A nota de risco da dívida foi rebaixada de Baa3 para Ba2, e a empresa passou a ter grau especulativo.

Fonte: G1

Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)