Consumidor pode pagar mais caro por bebidas no carnaval 2016

1Faltando três dias para a abertura oficial do carnaval 2016, muita gente não vê a hora de ser dada a largada para a farra. Em mente, imagina-se, vem apenas curtição, cerveja gelada, alegria e a embriaguez do frevo, que entra na cabeça, depois toma o corpo e acaba no pé. Mas antes, ela passa pelo seu bolso. Quem não se preparou financeiramente para aproveitar as festividades, é bom ficar atento, pois os preços das bebidas devem ser um pouquinho mais salgados.

Além da crise financeira que assola o país, fruto, entre outros fatores, da inflação em dois dígitos em 2015 (10,67%, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA) e da manutenção da taxa básica de juros (Selic) pelo Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), é preciso levar em conta alguns fatores que pesam no bolso do consumidor que vai encarar as ladeiras de Olinda, as ruas do Recife e as cidades do interior do estado nos festejos tradicionais. Um deles é o Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), cuja legislação e definição da alíquota é de competência dos estados. Em Pernambuco, de acordo com a Secretaria da Fazenda (Sefaz-PE), o percentual do ICMS aplicado às bebidas alcoólicas, exceto aguardente, é de 27% e não sofreu alteração recentemente. No caso das demais bebidas, como refrigerantes e água mineral, é praticada uma taxação geral do imposto, atualmente em 18%. Vale lembrar que até 31 de dezembro de 2015 essa alíquota era de 17%.

No carnaval, o brasileiro tem o hábito de esquecer tudo e se concentrar só na festa. Mas os governos estaduais, diante da quebradeira na economia, estão de olho e já atacam o consumo nos itens da folia. Um levantamento do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT) apontou que as últimas mudanças em todas as esferas do governo provocaram um aumento da carga tributária de quase 80% do valor de alguns produtos. Nos alimentos, o índice médio é de mais de 40%.

As bebidas, itens muito consumidos nesta época do ano, impulsionam os índices de tributos arrecadados pelo governo: a caipirinha tradicional (cachaça e limão) aparece em primeiro lugar, com 76,66% de tributos. Depois, aparecem em seguida o chope, com 62,20%, lata ou garrafa de cerveja, com 55,60%, lata de refrigerante, com 46,47%, e a água mineral, com 37,44%, conforme apurou o IBPT.

“Por se tornar um parque industrial muito forte, com centros de produção, distribuição e logística, o governo de Pernambuco concedeu alguns incentivos fiscais, incluindo o ICMS, mas diante da crise e dos custos com insumos da cadeia produtiva, matéria-prima e itens que compõem a definição da Selic, como energia e combustíveis, é natural que a tributação aumente. Há de considerar, ainda, a sazonalidade da época, neste caso o carnaval, e o verão, fatores que impulsionam as vendas de bebidas e principalmente de cerveja”, explicou Fábio Silveira, administrador e professor de direito tributário da Faculdade dos Guararapes (FG).

O presidente do IBPT, João Eloi Olenike, reforçou a máxima da lógica tributária no Brasil para explicar a incidência nos produtos comercializados. “Quanto maior a essencialidade do produto, menor é a tributação que incide sobre ele. Ou deveria ser assim”, pontuou. “As bebidas alcoólicas geralmente são bastante tributadas e com os aumentos recentes do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e do ICMS vão atingir diretamente o primeiro evento do ano de alto consumo, que é o carnaval”, destacou.

Ele lembra a vulnerabilidade do consumidor diante da festa. “No Carnaval, parece que o país não tem problemas. Tudo fica perfeito quando se está em festa. E nem se percebe que tudo que se desembolsa na festa tem uma carga tributária pesada que deveria custear os serviços de saúde, educação, infraestrutura, entre outros. Quando a festa acaba, aí todo mundo lembra que nada funciona de verdade”, descreve.

Formal e informal

Outra questão determinante apontada pelo professor Fábio Silveira é a separação das vendas de bebidas em postos formais (que emitem nota fiscal) e informais (caso dos carroceiros que lotam as ruas com isopores carregados de bebidas). “No caso da cerveja, pela própria alíquota do ICMS, a margem de lucro é maior. De um modo geral, diante da crise, as vendas não devem estar altas, mas para os trabalhadores informais, que não emitem nota fiscal e ainda têm restrições de vendas de alguns produtos, como as embalagens de vidro, há a chance de elevar o preço diante da demanda”, esclarece Silveira.

Silveira vai além. “Essas pessoas, via de regra, levam estoques limitados de bebidas para vender durante a folia. Quem vende primeiro, geralmente não vai se deslocar a pontos de vendas, como fornecedores e redes varejistas, para voltar às ruas com o estoque reposto. Os que ficam, com a procura maior pela bebida pelos foliões, aumentam o preço diante da procura e não baixam por uma questão de oportunidade, ou seja, são quatro dias para ganhar mais”, aponta.

A reportagem do Diario conferiu os valores médios da bebida mais procurada durante o carnaval, a cerveja, vendida em pontos formais, e constatou as diferenças, embora pequenas, entre as fabricantes, dando uma ideia do que o consumidor vai encontrar nas ruas. Nas latas de 350 ml, o valor médio de mercado varia de R$ 1,80 a R$ 2. No latão, com 473 ml, o preço fica entre R$ 2,50 e R$ 3. No super latão, que tem 550 ml, o valor sobe para R$ 4. Há ainda duas versões de diferentes cervejarias com 300 ml e 269 ml cujo preço médio é de R$ 2.

Diante do quadro econômico e da inevitável brincadeira, algumas pessoas usam estratégias diferentes para tentar gastar menos, mesmo pagando um pouco mais pelo produto. É o caso do vendedor Cesário Melo, de 38 anos. Apreciador das cervejas artesanais, mais encorpadas e praticamente sem oferta nas ruas durante o carnaval, ele leva de casa o que pretende consumir.

“Já tomei uísque no carnaval, mas diante do calor é melhor a cerveja. Hoje eu brinco de forma mais moderada e prefiro levar de casa cervejas artesanais, mais fortes e saborosas, mesmo um pouco mais caras. Levo umas cinco ou seis, que custam em média R$ 12, e fico satisfeito. Gastar uns R$ 50 por dia com essas cervejas está de bom tamanho”, disse Cesário.

Fonte: DP

Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)

 

Nenhum comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Clipping
GONZAGA PATRIOTA PARTICIPA DO DESFILE DA INDEPENDÊNCIA NO PALANQUE DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA E É ABRAÇADO POR LULA E POR GERALDO ALCKMIN.

Gonzaga Patriota, acompanhado da esposa, Rocksana Príncipe e da netinha Selena, estiveram, na manhã desta quinta-feira, 07 (Sete de Setembro), no Palanque da Presidência da República, onde foram abraçados por Lula, sua esposa Janja e por todos os Ministros de Estado, que estavam presentes, nos Desfiles da Independência da República. Gonzaga Patriota que já participou de muitos outros desfiles, na Esplanada dos Ministérios, disse ter sido o deste ano, o maior e o mais organizado de todos. “Há quatro décadas, como Patriota até no nome, participo anualmente dos desfiles de Sete de Setembro, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Este ano, o governo preparou espaços com cadeiras e coberturas, para 30.000 pessoas, só que o número de Patriotas Brasileiros Independentes, dobrou na Esplanada. Eu, Lula e os presentes, ficamos muito felizes com isto”, disse Gonzaga Patriota.

Clipping
Gonzaga Patriota participa de evento em prol do desenvolvimento do Nordeste

Hoje, participei de uma reunião no Palácio do Planalto, no evento “Desenvolvimento Econômico – Perspectivas e Desafios da Região Nordeste”, promovido em parceria com o Consórcio Nordeste. Na pauta do encontro, está o plano estratégico de desenvolvimento sustentável da região, e os desafios para a elaboração de políticas públicas, que possam solucionar problemas estruturais nesses estados. O evento contou com a presença do Vice-presidente Geraldo Alckmin, que também ocupa o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, o ex governador de Pernambuco, agora Presidente do Banco do Nordeste, Paulo Câmara, o ex Deputado Federal, e atualmente Superintendente da SUDENE, Danilo Cabral, da Governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, os ministros da Casa Civil, Rui Costa, e da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, entre outras diversas autoridades de todo Nordeste que também ajudam a fomentar o progresso da região.

Clipping
GONZAGA PATRIOTA comemora o retorno da FUNASA

Gonzaga Patriota comemorou a recriação da Fundação Nacional de Saúde – FUNASA, Instituição federal vinculada ao Ministério da Saúde, que havia sido extinta no início do terceiro governo do Presidente Lula, por meio da Medida Provisória alterada e aprovada nesta quinta-feira, pelo Congresso Nacional.  Gonzaga Patriota disse hoje em entrevistas, que durante esses 40 anos, como parlamentar, sempre contou com o apoio da FUNASA, para o desenvolvimento dos seus municípios e, somente o ano passado, essa Fundação distribuiu mais de três bilhões de reais, com suas maravilhosas ações, dentre alas, mais de 500 milhões, foram aplicados em serviços de melhoria do saneamento básico, em pequenas comunidades rurais. Patriota disse ainda que, mesmo sem mandato, contribuiu muito na Câmara dos Deputados, para a retirada da extinção da FUNASA, nessa Medida Provisória do Executivo, aprovada ontem.