‘Acidente deve ser bem maior que o anunciado pela empresa’, diz Minc
O Secretário de Meio Ambiente do Rio de Janeiro, Carlos Minc, disse na manhã desta sexta-feira (18) que o vazamento de óleo no campo de Frade, na Bacia de Campos, deve ser bem maior do que o anunciado pela empresa Chevron.
Ele afirma ainda que imagens de satélite fornecidas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) vão mostrar a dimensão da mancha de óleo na superfície do mar e abaixo dela.
“Não podemos banalizar esse acidente, foi uma coisa realmente grave e não sabemos a consequência”, afirma Minc em entrevista ao Bom Dia Rio. Ele sobrevoaria a região do vazamento ainda na manhã desta sexta com uma equipe do Instituto Estadual do Ambiente (Inea).
De acordo com o secretário, a Chevron, empresa que perfurava o poço de petróleo quando foi aberta a fissura, no último dia 10, tem que ser punida exemplarmente. “Não podemos apenas aplicar a multa que o Ibama vai dar (…) a nossa Constituição prevê o princípio da responsabilidade. Vamos exigir a reparação para os peixes, golfinhos e pescadores, além de exigir medidas rigorosas caso tenha ocorrido sonegação de informações”, afirma o secretário.
De acordo com Minc, que foi ministro do Meio Ambiente, a área onde ocorreu o vazamento de óleo é considerada região de migração de baleias-jubarte, do golfinho-pintado-do-Atlântico e do golfinho-nariz-de-garrafa.
Investigação
A Polícia Federal (PF) investiga se a petroleira Chevron perfurou além do que estava planejado na área de Frade. Com o apoio de um perito oceanógrafo, a PF investiga a possibilidade de erro na operação.
A PF quer saber ainda se a fenda por onde está vazando o óleo foi provocada pela abertura do poço. Nos próximos dias, o delegado que investiga o caso vai ouvir a equipe responsável pela perfuração.
O óleo está escapando por uma fissura de cerca de 300 m de extensão, a 1.200 m de profundidade e a 130 m do poço de perfuração. A ANP calcula que o vazamento tenha sido equivalente a mil barris, no total.
A Chevron informou nesta quinta-feira (17) que a operação de cimentação para vedar o poço continua em andamento. Segundo a companhia, o volume de óleo na superfície do oceano causado pelo vazamento caiu para “abaixo de 65 barris”. A estimativa anterior da empresa era de 400 a 650 barris – uma redução de até dez vezes.
A Agência Nacional de Petróleo (ANP) informou que o primeiro estágio de cimentação para abandono do poço na plataforma da Chevron foi concluído “com sucesso”. Mas imagens submarinas “aparentemente” indicam a existência de fluxo residual de vazamento no local.
Já o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama) divulgou que vai autuar a companhia Chevron pelo vazamento, mas a autuação ocorrerá apenas quando o vazamento de óleo for estancado e o valor da multa é proporcional ao dano ambiental causado, que será mensurado apenas no fim dos trabalhos.
Fonte: G1
Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)
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