Acordo com aeroviários alivia risco de greve no país
Os turistas com viagens programadas para os próximos dias podem respirar aliviados. As companhias aéreas e os aeroviários (todos os trabalhadores que não exercem atividade a bordo da aeronave) chegaram a um acordo e suspenderam a ameaça de paralisação das atividades nos aeroportos neste fim de ano. “Não vamos fazer greve. Se tiver algum transtorno nos horários dos voos vai ser por conta das companhias aéreas”, afirma Paulo de Tarso, coordenador da Região Sudeste no Sindicato Nacional dos Aeroviários. A regional representa os cerca de 3,5 mil trabalhadores em Minas.
Tarso afirma que o acordo coletivo vai ser assinado hoje com os representantes das empresas aéreas. Os sindicatos vão ter os salários corrigidos em 6,5%, além de aumento de 10% para os diferentes pisos da categoria e estabelecimento de piso de R$ 1,1 mil para as empresas com maior capacidade de pagamento. A confirmação oficial do acordo no resto do país só deverá ser apresentada hoje, quando se encerrarão as assembleias do sindicato. A Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil (Fentac) informou que ontem três sindicatos assinaram o acordo coletivo: o de Pernambuco, o do Rio Grande do Sul e o de Guarulhos (SP).
A situação dos voos foi tranquila ontem no país. Até as 19 horas, do total de 2.296 voos programados, 190 (8,3%) atrasaram e 102 (4,4%) foram cancelados. No Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, na Grande BH, do total de 127 voos programados até as 19 horas, 24 (18,9%) estavam atrasados e 10 (7,9%) foram cancelados. O aeroporto deve receber movimento recorde de passageiros entre amanhã e sábado. Estima-se que 30 mil pessoas circulem pelos saguões do terminal nos dois últimos dias do ano.
O movimento dos aeroviários foi enfraquecido depois de decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST) de que ao menos 80% da categoria permanecesse no trabalho neste fim de ano. Inicialmente a categoria cobrava um reajuste de 10%. No decorrer das negociações aceitou baixar esse percentual para 7% até finalmente concordarem com a proposta de 6,5% generalizado e 10% para os pisos.
Desde o ano passado, quando o índice de atrasos passou dos 40% durante as festas de fim de ano, as empresas aéreas vêm criticando o período do ano em que cai a data-base de aeronautas e aeroviários. O motivo é, invarialvelmente, o fato de os movimentos grevistas ocorrem exatamente no período de pico nos aeroportos, atitude considerada oportunista pelos patrões. Apesar das tentativas, por enquanto não há sinalização da Justiça do Trabalho ou dos sindicatos para mudança.
Atraso em Confins
Em Confins, cerca de 50 pessoas demoraram cinco horas para embarcar ontem para Fortaleza (CE) pela Webjet. O voo deveria ter seguido para Fortaleza às 10h38, com escala em Salvador (BA), mas a aeronave foi impedida de decolar porque os passageiros de outro voo da empresa se recusaram a deixar o avião que faria o trajeto até a capital cearense. A aeronave que seria usada no voo não conseguiu pousar em Uberlândia, onde deveria ter deixados os passageiros que tinham a cidade mineira como destino final. A reportagem tentou contato com a Webjet, mas não teve o retorno das ligações. (Colaborou Gustavo Henrique Braga)
Final feliz no turismo
A indústria brasileira do turismo deve encerrar o ano com alta de cerca de 20% no faturamento das agências e operadoras de viagens, segundo a Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (Braztoa). Em 2010, as associadas da Braztoa transportaram 4,7 milhões de passageiros, com faturamento de R$ 7,5 bilhões. A expectativa é de que 2011 feche com 5,5 milhões de turistas e retorno de R$ 9 bilhões. Para 2012, apesar da crise econômica internacional, a previsão é de alta acima dos 10%.
Por Georgia Choucair, do Estado de Minas
Blog do Deputado Federal Gonzaga Patriota (PSB/PE)
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