Algodão volta a ser rentável para produtores pernambucanos

Os pequenos agricultores de 14 municípios do Agreste do Estado tiveram uma agradável surpresa com a primeira colheita do algodão, marcando a retomada da cultura no Agreste do Estado. O preço alto do algodão no mercado internacional tornou rentável o produto cultivado pela agricultura familiar, que arca com um custo de produção mais alto do que os grandes proprietários. “A experiência deste ano mostrou que o algodão dá lucro, principalmente se o produtor conseguir vender depois do beneficiamento”, diz o diretor da Associação Beneficente dos Agricultores de Furnas (em Surubim), José da Silva Reis. O pai dele plantou algodão nas décadas de 50, 60 e 70.

Localizada a 10 km do centro da cidade de Surubim, a comunidade de Furnas tem uma miniusina que faz o beneficiamento do algodão e foi implantada desde 2005, numa iniciativa do governo federal com organizações não governamentais. “O algodão em rama (do jeito que é colhido) está sendo vendido por R$ 1,20 a R$ 1,30 o quilo. Já o quilo da pluma (só a parte do algodão) está por R$ 3,80 a R$ 4 o quilo e a semente é comercializada por R$ 0,60 a R$ 0,70 (também no quilo)”, resume o produtor. O algodão é uma das matérias-primas usadas para fazer tecido e a sua semente é utilizada na produção de óleo, que serve para fazer alimentos e até biodiesel.

“No ano passado, processamos cerca de 10 mil quilos de pluma de algodão”, conta Reis, acrescentando que a quantidade a ser processada este ano é a maior desde que o empreendimento foi instalado, podendo chegar a 30 mil quilos até o final deste mês, quando será encerrada a colheita, iniciada no final de novembro. A miniusina recebe o algodão plantado de 15 agricultores de Furnas e de outros produtores das cidades de Santa Maria do Cambucá e Frei Miguelinho.

A atual colheita é o resultado de uma experiência piloto que estimulou o plantio de 400 hectares por 130 agricultores familiares – numa parceria entre o governo do Estado e o Sindicato da Indústria Têxtil de Pernambuco (Sinditêxtil-PE). O Estado bancou as sementes e uma assistência técnica fornecida pelo Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA), enquanto o sindicato garantiu a compra da colheita. “Muita gente vai plantar mais algodão a partir de 2012”, acredita o gerente regional do IPA de Surubim, Francisco Lopes Sobrinho.

O agricultor Hermógenes Timóteo é um exemplo dessa expansão. Na atual colheita, ele plantou 25 hectares de algodão, mas só conseguiu “aproveitar” 10 hectares, porque uma parte da sua propriedade ficou alagada com as chuvas que atingiram a sua propriedade na área rural de Frei Miguelinho, também no Agreste do Estado. “Vou aumentar o plantio do algodão para 40 hectares. Mesmo com a perda provocada pela chuva, consegui ter lucro”, afirma. Também pode resultar num plantio maior do algodão os testes que o IPA fará com o algodão irrigado este ano naquela região. Desse modo, o cultivo fugiria de um dos problemas comuns no Agreste e Sertão: a escassez de água. “A intenção do governo é aumentar o plantio de algodão em mais 2,5 mil hectares este ano. E, no futuro, produzir localmente todo o algodão que a indústria precisa”, prevê o secretário estadual de Agricultura e Reforma Agrária, Ranilson Ramos.

Ele argumenta que a meta é chegar aos 15 mil hectares plantados com o algodão, mas “não tem condições de dizer em quanto tempo isso vai ocorrer”. Este ano, o Estado investiu R$ 1,2 milhão na iniciativa e planeja empregar R$ 5 milhões em ações para aumentar o plantio em 2012. Pelos cálculos da secretaria, o setor têxtil compra de 30 mil a 40 mil toneladas de algodão por ano. A indústria têxtil instalada em Pernambuco usa o algodão produzido na Bahia e no Centro-Oeste.

Outro entusiasta da iniciativa é o empresário e presidente do Sinditêxtil-PE, Oscar Rache Ferreira. “Testamos em laboratório, o algodão é de ótima qualidade. Na expansão, o produto não terá problema de comercialização, caso seja mantida a qualidade”, diz.

O preço alto do algodão que está viabilizando a produção da agricultura familiar é um impacto da globalização. O algodão é uma commodity (produto que tem seu preço fixado em Bolsa ) e, nesse caso, o preço alto estabelecido lá fora chegou aos pequenos agricultores do Agreste do Estado. Os produtores familiares têm um custo maior do que os grandes produtores porque, entre outras coisas, a colheita deles é manual e não têm ganho de escala, quando compram fertilizantes entre outros produtos usados no cultivo.

Pernambuco já foi um grande produtor de algodão, chegando a ter 108 mil hectares cultivados com a planta na década de 70. Na década de 80, a chamada praga do bicudo destruiu grande parte da plantação no Estado e o algodão quase deixou de ser cultivado em Pernambuco. Naquela década, ocorreu uma expansão da produção feita, em larga escala, na Bahia e no Centro-Oeste.

Fonte: Jornal do Commercio

Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)

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