American Airlines pede concordata nos EUA, mas mantém voos e funciona normalmente no Brasil

A companhia aérea American Airlines pediu concordata nos Estados Unidos para evitar a bancarrota. A empresa anunciou nesta terça-feira (29) que recorreu ao capítulo 11 da Lei de Falências nos Estados Unidos para suspender a cobrança de dívidas enquanto recupera a lucratividade de suas operações.

E empresa informou que manterá todas as suas operações, inclusive os voos no Brasil, hoje um dos países onde a empresa tem o maior retorno de negócios em todo o mundo. Por volta das 13h55 (de Brasília), as ações da companhia caíam quase 85%, a US$ 0,25.

A empresa divulgou que teve prejuízo de ao menos R$ 1,6 bilhão (US$ 868 milhões) nos primeiros nove meses deste ano. Esse foi o maior prejuízo registrado por uma companhia aérea neste ano, segundo uma reportagem da agência de notícias Associated Press.

Ela era a última das grandes companhias aéreas americanas a continuar sem pedir a proteção judicial desde os ataques de 11 de Setembro de 2001. Dados da Iata (Associação Internacional de Aviação) mostram que a American é a terceira maior empresa do mundo em número de passageiros transportados. Em 2010, foram mais de 86 milhões de pessoas.

Esse número só é menor do que os registrados pelas companhias Delta Air Lines (111 milhões) e Southwest Airlines (106 milhões).

Até o fim de setembro, a empresa havia registrado R$ 45,6 bilhões (US$ 24,7 bilhões) em ativos e R$ 54,76 bilhões (US$ 29,6 bilhões) de dívidas. O caixa da companhia havia ficado em R$ 7,5 bilhões (US$ 4,1 bilhões), e é com esse dinheiro que ela pretende se manter.

A American disse que negociou com os credores, por meio de sua controladora, a empresa AMR, uma forma de minimizar as dívidas, mas, como não houve acordo, pediu proteção judicial sob o capítulo 11 da Lei de Falências.

O capítulo 11 da legislação americana que regulamenta as falências e concordatas prevê que o devedor ganhe um prazo extra para tentar quitar seus débitos junto aos credores. Esse tempo extra pode ser de até 60 dias, dentro dos quais a empresa fica sob a avaliação da Justiça, que conta o valor de todos os bens da empresa, dos edifícios e escritórios até a mão de obra e ações.

Isso significa que a empresa ainda não foi à bancarrota – neste caso, a empresa recorreria ao capítulo 7 da Lei de Falências, que diz respeito à liquidação judicial propriamente dita. Pela lei do capítulo 11, a própria empresa se declara impossibilitada de pagar suas dívidas.

Então, ela pode manter uma recuperação num período em que os credores não podem cobrar judicialmente o devedor.

A American diz que vai manter suas operações normalmente e vai continuar voando, mas pode ser a primeira companhia a pedir ajuda neste novo período de crise mundial. O preço do combustível foi o maior vilão da concordata da aérea, depois que subiu para mais de US$ 3 o galão. Em 2006, o galão estava a US$ 1,92.

Outra conta que afetou muito os negócios foram os acordos de aposentadorias dos pilotos nos Estados Unidos. Neste ano, a empresa havia anunciado ao sindicato dos aeroviários americano que não teria caixa para negociar os US$ 600 milhões em aposentadorias e começou a pagar os acordos com participação na empresa.

Na prática, os ex-pilotos passariam a receber ações da empresa. E o que ocorreu foi que esses trabalhadores começaram a vender seus papéis. Números da Dow Jones apontam que a corrida desses profissionais para transformar suas ações em dinheiro vivo fez o preço do papel da American perder 79% de seu valor desde o começo do ano.

A American serve mais de 260 aeroportos em 50 países e realiza em torno de 3.300 voos diários.

Fonte: R7

Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)

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