Apreensões de lixo hospitalar se espalham pelo Nordeste e preocupam autoridades de cinco Estados
A descoberta de dois contêineres com lixo e restos hospitalares trazidos dos EUA para Pernambuco, na semana passada, desencadeou uma série de apreensões no Nordeste de material de hospitais norte-americanos. Após Pernambuco, vigilâncias sanitárias da Bahia, Paraíba, Ceará e Piauí registraram, desde quarta-feira (19), casos suspeitos de reaproveitamento de material indevido.
Além dos produtos norte-americanos, fiscalizações descobriram que lençóis de hospitais brasileiros também estão sendo vendidos livremente em cidades nordestinas.
A suspeita de descarte irregular foi reforçada nesta quinta-feira (20), quando um caminhão que vinha de São Paulo para Santa Cruz do Capibaribe (PE) foi apreendido pela Secretaria da Fazenda com 13 toneladas de retalhos com logomarcas do hospital Santa Izabel, na Bahia. Algumas peças estavam manchadas e foram encaminhadas para análise do Instituto de Criminalística e pela Apevisa (Agência de Vigilância Sanitária de Pernambuco).
Além dessa apreensão, a semana foi marcada por flagras de materiais de hospitais norte-americanos em um hotel, um hospital e à venda em lojas e feiras de Recife, Caruaru e Cupira, todas em Pernambuco. Outros Estados também relataram produtos suspeitos, que estão sendo analisados pelas vigilâncias sanitárias.
Em contato com o UOL Notícias, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) informou que a responsabilidade da fiscalização é das vigilâncias estaduais, mas afirmou que os restos hospitalares importados clandestinamente não podem ser utilizados para uso doméstico, como forros e lençóis de cama. Mas, os tecidos descartados por hospitais –tanto nacionais quanto internacionais– podem ser reutilizados por unidades de saúde desde que sejam limpos esterilizados.
“Estes tecidos só devem ser reutilizados após processamento específico que garanta a eliminação do risco, realizado em unidades de processamento de roupas de serviços de saúde”, informa. Em nota técnica, a Anvisa explicou ainda que os tecidos hospitalares importados clandestinamente podem conter riscos biológico, químico e radiológico.
A resolução da Anvisa informa ainda que se o tecido for descartado antes do processamento de eliminação de riscos “deverá ser enquadrado em uma das classes de resíduos definidas na Resolução e submetido ao manejo correspondente.”
A nota da Anvisa reforça ainda que os serviços de saúde, nacionais e internacionais, são responsáveis e devem gerenciar corretamente os resíduos gerados e dar o destino final de acordo com as normas sanitárias.
Fonte: Uol Notícias
Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)
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