Até que idade é possível congelar óvulos? Especialistas discordam
- By : Assessoria de Comunicação do Deputado Gonzaga Patriota
- Category : Clipping
Um especialista em fertilidade britânica entrou em conflito com um especialista dos EUA sobre quando é o “momento limite” para mulheres solteiras, que querem ter filhos, possam recorrer a técnicas de congelamento de seus óvulos.
Gillian Lockwood, diretora médica da Midland Fertility Services (que fica em Aldridge, Reino Unido), defende a prática até os 42 anos (dependendo das condições de saúde da mulher, claro), apesar de, nos EUA, uma pesquisa mostrar que a idade média das mulheres que procuram congelamento de óvulos por razões sociais está entre 37 e 39 — época em que os ovos estão se deteriorando rapidamente.
Uma revisão de 26 estudos a serem apresentados na reunião anual da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM), em Orlando, descobriu que mulheres que congelaram seus ovos quando tinham menos de 30 tiveram maiores taxas de sucesso do que aquelas que fizeram o mesmo procedimento quando já estavam mais velhas.
Roger Lobo, presidente da ASRM, alerta que as mulheres não devem deixar para muito tarde esta opção. Lobo comenta que congelamento de óvulos ainda é “um procedimento experimental”, com “evidências insuficientes” para comprovar se é de fato um “recurso que vale a pena”.
“Apesar de um número crescente de clínicas que oferecem este procedimento médico e a significativa atenção da mídia nos últimos anos, as mulheres não estão buscando o congelamento eletivo de óvulos em uma idade em que este procedimento já não é tão seguro para ajudá-las a realizar seus objetivos de fertilidade”.
Gillian Lockwood diz que, embora seja verdade que o congelamento de óvulos não é uma opção para muitas mulheres avançadas em seus 30 anos, é preciso examinar melhor qual a condição de saúde das candidatas.
“Quão bem essas mulheres estão clinicamente estas mulheres? Em que condições produzem seus próprios óvulos aos 40 anos? Óvulos de uma mulher de 39 anos, quando congelados, têm maior índice de fertilização in vitro do que óvulos de outra de 42 anos de idade? Há uma queda acentuada de produção entre uma idade e outra, mas ainda assim a avaliação clínica se faz necessária”.
Gillian Lockwood diz que é frequentemente contactada por mulheres na faixa dos 35 anos, com a intenção de congelar óvulos.
“Elas descobrem que seu direito de ter filhos pode acabar antes de encontrarem o homem ideal. E querem congelar seus óvulos para ganharem mais tempo a fim de conquistarem um pai para seus filhos”.
O congelamento de óvulos ainda é raro na Grã-Bretanha, mas é um procedimento reconhecido como um último recurso para as mulheres que querem preservar sua fertilidade, seja por razões sociais, seja porque problemas médicos, como aquelas que têm que enfrentar tratamentos severos contra o câncer.
A médica britânica deu assistência a cerca de cem mulheres nos últimos para congelamento de óvulos por razões sociais.
“Com a maioria das mulheres que buscam a clínica, eu vejo que estamos de acordo de que o congelamento de óvulos social não é apropriado, seja a paciente deixou para fazer o procedimento tarde demais ou seja porque a sua reserva ovariana é muito baixa. Acho que, nestes casos, eu considero antiético. Há mulhere que congelam três ou quatro óvulos quando se sabe que, para ter uma chance realista de gravidez, é preciso ter de 16 a 20 óvulos disponíveis. Eu ainda diria que uma mulher que deseja ser mãe genética e até meados dos seus 30 anos não encontrou o homem ideal teria mais chances se recorresse ao tratamento antes dos 40, mas se estiver em bom estado de saúde e tiver um bom índice de fertilidade, pode esperar até no máximo 42 anos”.
Cientistas estão desenvolvendo um teste que poderia aumentar dramaticamente as taxas de sucesso de fertilização in vitro, a partir de um único ciclo de tratamento. A técnica, criada na Universidade de Oxford, verifica a existência de anormalidades cromossômicas no embrião em desenvolvimento, mas também observa dois novos marcadores que podem, potencialmente, levar a gravidez ao fracasso.
A longo prazo, os pesquisadores esperam poder aumentar as taxas de sucesso para a marca dos cem por cento. Atualmente, só cerca de 30 por cento dos ciclos de fertilização in vitro resultam em gravidez. Muitas tentativas falham devido a anormalidades cromossômicas.
Fonte: Agência O Globo
Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)
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