Bovespa fecha o ano com prejuízo de 18,11%, pior resultado desde 2008
A Bolsa brasileira fechou no azul nesta quinta-feira (29), no último pregão do ano, numa sessão marcada por volatilidade e poucos negócios. Mesmo assim, não conseguiu reverter o prejuízo acumulado ao longo de 2011, e registrou o pior resultado desde 2008, ano da crise financeira global.
O Ibovespa, principal índice de ações na Bolsa paulista, fechou o dia em alta de 0,39%, aos 56.754,08 pontos. A sessão movimentou apenas R$ 5,2 bilhões.
No acumulado de 2011, porém, a Bovespa registrou um prejuízo de 18,11%.
Foi o terceiro pior resultado da Bolsa desde o início do plano real, em 1994, ficando atrás apenas de 2008 (-41,22%) e de 1998 (-33,46%).
Na sexta-feira (30) não haverá expediente bancário, nem negócios nos mercados financeiros do país.
Bovespa é única aplicação com prejuízo entre seis investimentos avaliados
A Bolsa brasileira foi a única entre seis aplicações a registrar prejuízo este ano, segundo levantamento da consultoria Economatica.
A melhor aplicação do ano foi do ouro, com valorização de 16,46%. Em seguida aparece o dólar Ptax Venda, com alta de 11,84%.
Dólar salta 12,15% no acumulado de 2011, maior alta anual desde 2008
O dólar comercial terminou o dia no vermelho nesta quinta-feira (29), quebrando uma sequência de quatro altas diante do maior apetite por risco nos mercados internacionais após dados positivos nos Estados Unidos. Mas a cotação disparou no acumulado do ano, registrando a maior variação desde 2008, ano da crise financeira internacional.
Destaques do Ibovespa
Nas pontas do índice, o papel ordinário da Usiminas (USIM3) foi o destaque de alta, com um salto de 10%, a R$ 17,15. Na ponta contrária, JBS (JBSS3) tombou 4,4%, a R$ 6,08.
A primeira sessão de 2012 marcará a inclusão do papel da empresa de aluguel de carros Localiza (RENT3) no Ibovespa, que assim passará a ser composto por 70 ativos.
Expectativas para a Bovespa em 2012
Para profissionais do mercado, há poucas chances de uma recuperação mais significativa do mercado acionário, pelo menos enquanto o medo de quebradeira generalizada na zona do euro não for dissipado.
“A liquidez ainda está empoçada; só deve melhorar depois do primeiro trimestre (de 2012)”, disse o responsável pelo banco de investimentos Bradesco BBI, Sérgio Clemente.
Segundo Walter Mendes, sócio da Cultinvest, entre os fatores que podem contribuir para a recuperação no próximo ano está o fato de a bolsa brasileira estar bastante “descontada” em relação aos mercados internacionais.
Como de forma geral as empresas do país seguiram crescendo nos últimos anos, marcadas por instabilidade internacional, os múltiplos da bolsa brasileira estão bem menores do que os de outros mercados, mesmo emergentes. Em termos nominais, o Ibovespa está no mesmo patamar alcançado em meados de 2007. Na máxima histórica, o índice superou 73 mil pontos, no começo do ano seguinte.
“Nós estamos no meio de um ciclo de corte de juros, a economia americana está lentamente se recuperando e tenho a expectativa de que não haja ruptura na Europa nem desaceleração muito forte na Ásia”, afirmou Mendes, referindo-se à taxa Selic brasileira, que fechou este ano a 11%, depois de alcançar 12,50% em julho.
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