Casos de depressão aumentam no Sertão de Pernambuco
Depois de cinco dias visitando 52 cidades do Sertão do Estado, a Caravana do Conselho Regional de Medicina (Cremepe) e do Sindicato dos Médicos (Simepe) reafirmou problemas antigos e mostrou mazelas recentes daquela região. Durante a expedição, evidenciou-se, entre outros obstáculos, a antiga falta d’água, a escalada da violência contra as mulheres e a precariedade do serviço de saúde. Foi constatado, também, o aumento do número de pessoas vítimas da depressão. Fato novo e problemático, pois falta especialista para tratar essa doença nas clínicas sertanejas. Após essas verificações, relatórios serão entregues aos órgãos públicos competentes para que melhorias possam ser feitas. “O objetivo é contribuir para o crescimento do Estado em vários aspectos”, disse o presidente do Simepe, Silvio Rodrigues.
Durante a conversa com a população dos municípios visitados, os médicos questionaram a nota, de zero a dez, que ela era capaz de dar aos serviços públicos que recebem, como, por exemplo, saúde, educação e coleta de lixo. O resultado da avaliação ficou quase na média: 5,4. Em meio a tantos problemas, uma constatação positiva foi feita: o povo não fica mais calado diante da má administração. “O cidadão está mais consciente dos seus direitos e já questiona os problemas e suas possíveis soluções. No entanto, ainda é preciso caminhar muito nesse sentido”, analisou a diretora do Simepe, Rafaela Pacheco.
Outro ponto alarmante apresentado pelo Cremepe/Simepe, ontem, à Imprensa, é a falta de assistência aos dependentes químicos no Sertão. “Em 2005, na primeira Caravana, constatamos a chegada do crack naquela região. Agora, o problema é real e tem seus agravantes, entre eles o surgimento do oxi e a falta de cuidado com os viciados. Em Cabrobró, há crianças de 8 anos dependentes desse entorpecente”, disse o médico André Longo. A situação em Ibimirim também não é diferente, de acordo com a médica Carla Bezerra. “Duas crianças foram assassinadas em Ibimirim. No bolso delas, foram encontradas pedras de crack”, relatou.
Além do sofrimento dos jovens, que se envolvem com as drogas, a Caravana descobriu irregularidades dentro de unidades de saúde. “Em Moreilandia, por exemplo, a sala de parto foi transferida para um cômodo do setor administrativo do hospital, que não tinha a menor condição de funcionar. Conversamos com a secretária de saúde de lá e ela se comprometeu a solucionar o problema”, explicou a presidente do Cremepe, Helena Carneiro Leão. Os relatórios com todos esses problema listados pela Caravana estarão disponíveis no site do Cremepe nos próximos dias e podem ser acessados pelos municípios interessados. “Diferentemente do ano passado, quando as prefeituras precisaram solicitar o documento, este ano, ele ficará disponível na internet”, garantiu.
Fonte: Folha de Pernambuco
Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)
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