Cinquenta anos da renúncia de Jânio Quadros
Ainda criança, nas caatingas do sertão pernambucano, ouvia do meu pai: “um presidente como este nunca deveria deixar o governo”… “JK está construindo muitos açudes e barragens no nordeste brasileiro”… “Juscelino inaugurou a Capital da República, Brasília”… “o trem do Recife está chegando a Salgueiro”… “a SUDENE está abrindo indústrias no Nordeste”, e coisas assim.
Antes de chegar à campanha das eleições nacionais de 1960, para o sucessor desse grande Presidente, esses e muitos outros elogios a Juscelino Kubitschek eram repetidos em todas as esquinas, por onde a gente passava.
Na campanha eleitoral, de um lado, o equilíbrio do candidato da sucessão de Juscelino Kubitschek, o marechal Henrique Teixeira Lott, do outro, ganha às ruas, a candidatura de Jânio Quadros, sul matogrossense que com menos de 40 anos de idade, em apenas 13 desses anos, conseguiu se eleger Deputado Estadual, Prefeito e Governador de São Paulo, Deputado Federal e Presidente da República, em campanhas que se apresentava como o “faxineiro da corrupção, varredor da bandalheira e engaiolador de corruptos”.
Mesmo sendo essa campanha para Presidente da República ainda tímida e sem muita crença, Jânio montou através de uma extraordinária mídia, divulgada e ensaiada, nas periferias das cidades, em organizações de estudantes, de trabalhadores, de empregadas domésticas, contando, ainda, com políticos de oposição à JK, e, principalmente animada pelo slogan: “A faxina, a limpeza, a vassoura!!” e, principalmente pelo histórico jingle “varre, varre, vassourinha, para alavancar sua marcha rumo ao Palácio do planalto, construído por Juscelino Kubitschek.
Ao trocar Juscelino Kubitschek, homem equilibrado, visionista, trabalhador, risonho, respeitado, tolerante, generoso e acima de tudo mineiro, por Jânio Quadros, o país pagou um preço muito alto.
Homem genioso, inconstante, autoritário, egoísta, instável, e grosso, que, em 200 dias de governo desmantelou o Estatuto do Servidor Público, reduziu o orçamento das forças armadas, combateu o monopólio, desvalorizou a moeda, autorizou relações diplomáticas com a então União Soviética, condecorou Che Guevara e aproximou o Brasil de Cuba. Contra a vontade dos Estados Unidos, tabelou alimentos, proibiu o uso de maiô em áreas de lazer, briga de galo, corrida de cavalo, jogou o Exército em cima de estudantes em greve, no Recife, brigou com Deputados e Senadores e praticou uma série de outros devaneios.
Hoje, 25 de agosto, 50 anos da renúncia de Jânio Quadros, através de um ato irresponsável, que tirou o Brasil de uma pacífica democracia, para a terrível ditadura que afundou o país por mais de vinte anos, colocando-o nas trevas, na escuridão, no atraso, nas perseguições, mortes, torturas, corrupção, roubalheira e tantos outros atos insanos facilitados por esse ex-presidente. Os patriotas brasileiros continuam comemorando esse meio século da sua renúncia, Jânio da Silva Quadros, in-memória.
GONZAGA PATRIOTA, contador, advogado, administrador de empresas e jornalista, pós-graduado em Ciência Política e Mestre em Ciência Política e Políticas Públicas e Governo e Doutorando em Direito Civil pela Universidade Federal da Argentina.
Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)
Acredito que houve um engano, quando o nobre deputado relata que o “combate ao monopólio” no governo de JÂNIO QUADROS fosse um ato nocivo. O monopólio no nosso país precisa ser banido,pois esse mal se estende por vários setores, deixando o cidadão mais pobre e o rico cada vez mais rico.
Um abraço.
Umberto Alves.