Colesterol alto familiar se manifesta cedo e exige cuidados redobrados
Quem tem colesterol alto sabe: precisa tomar remédio e mudar os hábitos alimentares. Mas e quando a doença é genética e surge desde muito cedo? O colesterol familiar exige atenção dobrada, porque muitas vezes a pessoa tem uma alimentação saudável, mas continua com o colesterol alto. O problema é genético, ou seja, passa dos pais para os filhos. Muitas vezes não dá qualquer sinal, mas pode provocar um infarto antes dos 50 anos.
É um caso de família. Na da professora Gisele Cruz, 13 pessoas têm a doença. “É muito silencioso. A gente não dá a real importância. Falta um pouco levar a sério, que realmente é algo preocupante”, diz a professora.
O nome é complicado: hipercolesterolemia familiar (HF). Significa que a pessoa tem colesterol muito alto e passa de 300. O aceitável é menos de 200. O colesterol ruim, o LDL, também é nas alturas: acima de 190, bem mais do que o desejável de 130. Os índices podem aparecer ainda na infância.
“O fígado é o órgão que tira o colesterol da circulação. Além de produzir o colesterol que circula, o ruim, o LDL, ele também é como se fosse uma esponja. Ele puxa esse colesterol ruim do sangue e joga para fora, no intestino. As pessoas que têm HF chegam a ter metade da capacidade do fígado em limpar o colesterol do sangue. Por isso, o colesterol fica tão alto”, explica o coordenador do programa Hipercolincor, Raul Dias dos Santos Filho.
Quem tem a doença corre um grave risco de sofrer um infarto ainda jovem, antes dos 50 anos, mas dá para fugir desse perigo. Os médicos dizem que existe tratamento com remédios. Quanto mais cedo a pessoa se cuidar, menor a ameaça.
A professora Fernanda Cruz Antônio, irmã de Gisele Cruz, trata a doença há mais de 15 anos. “É remédio à noite. Às vezes, mexe com o fígado e dá mal estar, porque é muita quantidade. São oito comprimidos por noite”, conta Fernanda.
Os filhos dela, Mateus, 6, e Marcela, 11, também têm o problema. “Eu não gostei muito de descobrir que tinha colesterol alto”, diz Marcela.
No Instituto do Coração, em São Paulo, funciona o único centro de análise genética da doença no Brasil. Em um ano, 800 pessoas já foram diagnosticadas com o colesterol alto familiar.
“Cerca de 80% das pessoas que têm HF não têm a mínima idéia de que têm essa doença. Nas famílias, é muito importante lembrar que uma em cada duas pessoas pode estar afetada por essa doença”, alerta o coordenador do programa Hipercolincor, Raul Dias dos Santos Filho.
Um estudo feito em 14 países mostrou que apenas 20% dos pacientes com a doença são diagnosticados e só 7% deles fazem o tratamento adequado. Segundo os médicos, a possibilidade de morte ou de comprometimento da qualidade de vida é altíssima para quem não se trata desde cedo. Mesmo quem segue uma dieta balanceada deve fazer exames para saber se tem o problema.
Fonte: G1
Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)
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