Conexão entre mãe e filho ajuda a identificar o significado dos choros
Hoje em dia, existem até aparelhos que ajudam a identificar a causa do choro do bebê, como a chamada “vovó eletrônica”, que diz se a criança está com fome, sono, estressada, entre outras coisas. No entanto, especialistas garantem: o convívio continua sendo a melhor maneira para quem deseja reconhecer os motivos do choro de uma criança.
Em tom de brincadeira, o pediatra Sylvio Renan diz que “um médico jamais aprendeu [a diferenciar os choros], mas as mães sabem muito bem”. Segundo o médico, o choro é natural, a única forma de expressão sonora que os pequenos conhecem, e pode ocorrer pelos mais variados motivos (frio, calor, cólica, fome, saudades, manha, angústia, medo, entre outros). E, se a mãe ou cuidadora quiser saber o que está acontecendo com a criança, é necessário estabelecer uma conexão com o pequeno.
“As mães, principalmente as que amamentam, com o tempo, desenvolvem uma noção e também sabem quando é um choro que merece preocupação, como os prantos abruptos, sem uma causa aparente ou aqueles que não param”, diz Renan. Para as mães que desejam criar esse tênue laço com os filhos, o especialista aconselha, na hora de amamentar, tirar a blusa e ainda deixar o bebê sem roupinha. A prática ainda serve para acalmar as crianças, que se sentem mais protegidas e próximas da mãe desta maneira.
“A criança que mama ao peito chora menos. Esse contato físico também serve de alimento psicológico e vai acalmar os bebês que sentem muita necessidade da presença da mãe”, diz Renan.
Mantenha a calma
Na hora do choro, é bastante comum as mães, principalmente as de primeira viagem, se desesperarem e logo ligarem para o pediatra ou até correrem para o médico. Todo esse cuidado é normal e, até certo ponto, saudável. Mas nem todo choro é motivo de preocupação, segundo a psicóloga Cynthia Boscovich, com especialidade em mães, bebês e gestantes. “Como a única forma de expressão que os pequenos conhecem é o choro, nem sempre eles estão lamentando porque as coisas não estão bem. Crianças podem chorar por manha, medo ou até por prazer e satisfação”, diz.
A psicóloga ainda recomenda que, na hora do berreiro, manter a calma é fundamental, pois as crianças percebem quando a mãe ou cuidadora se desespera. “Quando a mãe é ansiosa, o bebê, normalmente, também fica ansioso e angustiado. (…) Ele comunica algo e a mãe, que não consegue entender, vai ficando nervosa. Aí a criança capta essa sensação e não consegue ficar tranquila. A mãe tem que ficar serena para conseguir entender o que o bebê precisa.”
O pediatra Sylvio Renan também afirma que os pequenos, mais sensíveis que os adultos, captam a ansiedade da mãe, que é a sua principal fonte de segurança. “Para as crianças, a mãe é um porto seguro e, se ela se desesperar, elas podem captar isso através de odores, alteração da temperatura do corpo e até do gosto do leite, e vão ficar mais tensos ou com medo.”
Ainda segundo Cynthia, a ausência de choro também pode ser preocupante, uma vez que o bebê que chora se comunica e manifesta, de alguma forma, o que precisa. “Em geral, a criança que chora é mais saudável. Nem sempre não chorar quer dizer que esteja tudo bem; psiquicamente, esse bebê pode não estar bem. Também pode ser que não chore mais, porque desistiu de ser atendido.”
Fonte: Uol Notícias
Blog do Deputado Federal Gonzaga Patriota (PSB/PE)
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