Crise na Europa vira o mundo de cabeça para baixo
A crise do capitalismo iniciada em 2008 atinge, hoje, profundamente a Europa Ocidental. Portugal, Espanha e Grécia, países antes desenvolvidos, agora subdesenvolvidos com pires nas mãos em busca de dinheiro do FMI (Fundo Monetário Internacional).
Esses e outros países europeus que há 20 anos exageravam no luxo e no consumo, hoje, padecem de necessidades de toda ordem, se comparando à miséria que ataca, há muito tempo, países da África.
Os Estados Unidos da América, maior potência econômica e social do planeta, por sua vez, depois da crise, emperrou. Não conseguem retomar sua produtividade e atolam-se no crescimento do desemprego e de 15% da sua população vivendo abaixo da linha de pobreza, desempregada e sem ter onde morar, além de dívidas astronômicas. O crescimento americano deste ano não deve passar de 1%, fato que está trazendo de volta para o Brasil muitos dos nossos migrantes que por lá procuravam melhores dias.
O Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, atira seus problemas para o lado oposto do país que administra ao dizer que a crise de dívida na Europa está “assustando o mundo” e que os líderes europeus estão lidando com o problema, mas não tão rápido quanto necessário.
No auge da crise de crédito, que se agravou em 2008, a saúde financeira dos bancos no mundo inteiro, foi colocada à prova. Os problemas em operações de financiamento imobiliário na Europa e nos Estados Unidos geraram bilhões em perdas e o sistema bancário não encontrou mais onde emprestar dinheiro. Para diminuir os efeitos da recessão, estes países aumentaram os gastos públicos, ampliando as dívidas além dos tetos nacionais.
Frente à crise de um sistema econômico que aprendeu a acumular dinheiro, mas não a produzir justiça, o FMI, que padece de crônica falta de imaginação, tira da cartola a receita de sempre: ajuste fiscal, que significa gastos do governo, aumento de impostos, redução de crédito e etc. Nada de subsídios, de reposição salarial ou mesmo de investimentos, por mais necessários que sejam.
Embora o FMI evite falar em recessão, já não teme admitir estagnação, o que significa proliferação do desemprego e de todos os efeitos nefastos que ele gera.
GONZAGA PATRIOTA, Contador, Advogado, Administrador de Empresas e Jornalista. Pós-Graduado em Ciência Política, Mestre em Ciência Política e Políticas Públicas e Governo e Doutorando em Direito Civil pela Universidade Federal de Buenos Aires, na Argentina.
Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)
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