Em seis meses, número de mortos em acidentes aéreos já supera 2010
O número de mortos em acidentes aéreos nos seis primeiros meses de 2011 já supera o índice de 2010. Segundo dados estatísticos do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), até 4 de julho deste ano, 41 pessoas morreram em 77 acidentes ocorridos no Brasil. No ano passado, o saldo total foi de 39 mortos em 110 acidentes.
E esta diferença vai aumentar ainda mais. Na manhã de quarta-feira (13), mais 16 pessoas morreram na queda de um bimotor que fazia um voo comercial em Recife (PE). A aeronave da empresa Noar Linhas Aéreas saiu do aeroporto da capital pernambucana e seguiria para Mossoró, no Rio Grande do Norte, mas teve um problema no caminho e acabou explodindo. Este foi o primeiro acidente na aviação comercial desde a tragédia com o Airbus A-320 da TAM, que caiu em São Paulo, em 17 de julho de 2007.
Neste ano, a maior parte das ocorrências foi com aviões. Foram 67 contra dez de helicópteros – que representa 87% dos casos. Ainda de acordo com o Cenipa, os índices mensais de acidentes, de janeiro a junho de 2011, é o mais alto se comparado aos mesmos meses dos anos anteriores (2008 a 2010).
Um dos motivos para esse aumento nas estatísticas, segundo o presidente da Abag (Associação Brasileira de Aviação Geral), Francisco Lyra, é o crescimento do setor aéreo no Brasil.
– Do ano passado para cá, houve um aumento de movimento no setor de 20% a 30%. É de se esperar que esse aumento acompanhe também número de acidentes. A frota brasileira vem crescendo muito.
Lyra também explicou que há que se considerar também seguimentos dentro da aviação aérea que fazem diferença dentro dos índices de acidentes.
– Temos o piloto proprietário, aquele que usa avião para movimentos de seus negócios, não está sujeito a regras de um avião comercial. Esses que têm passageiros pagantes, como também o táxi-aéreo, o Estado acompanha com proximidade e exige padrões.
Já para o diretor de segurança de voo do SNA (Sindicato Nacional dos Aeronautas), Carlos Camacho, é “complicado trabalhar com estatísticas” em cima de vítimas. Já que, segundo ele, um único acidente pode bater qualquer número.
– Como foi o caso do avião da Gol em 2006, que bateu todos os recordes, depois em 2007 um recorde ainda maior [acidente com o avião da TAM, em São Paulo]. A aviação é uma atividade arriscada, porém, toda empresa tem que lutar para ter zero mortes. Esse piloto do acidente em Recife parece que estava de folga e foi voar. Esse é um ponto preocupante.
Para a Aeronáutica concluir o porquê do aumento nesses números é preciso analisar itens que não competem ao Cenipa. Segundo a assessoria de imprensa do órgão, existem muitas variáveis, como por exemplo quantidade de aeronaves que voam, passageiros etc. O órgão ainda informou que não interessa qual é o tipo de acidente, se de avião ou helicóptero, pois todos são tratados com a mesma importância.
Procurado para comentar os dados, o SNEA (Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias) não quis se manifestar sobre o aumento no número de mortes.
Fonte: R7
Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)
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