Estoque de carros com IPI antigo só dura mais dez dias
A corrida dos consumidores às lojas nos últimos dois fins de semana para comprar carros importados com o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) antigo reduziu drasticamente os estoques nas concessionárias. Agora, só há modelos nessas condições para os próximos dez dias, no máximo. Segundo a Abeiva, associação que reúne as importadoras independentes de veículos no país, a partir da primeira semana de outubro os preços da maioria dos modelos deverá subir entre 25% e 28% por causa da elevação do imposto.
Com o fim dos estoques atuais, muitas marcas já estão negociando com as matrizes uma forma de reduzir custos, para repassar só uma parte do novo IPI, mantendo os preços competitivos para concorrer com os modelos nacionais. A Audi, por exemplo, já anunciou que não irá repassar o imposto para a linha 2011, mas vai reajustar os preços dos modelos 2012 em 10%.
Na Kia Motors, a negociação atinge a rede de concessionárias no Brasil. A ideia é sacrificar parte da margem de lucro das revendas, concedendo um desconto no preço do veículo vindo da matriz sul-coreana.
Sem isso, um carro do modelo Picanto 1.0, que custa R$ 34,9 mil, passaria a custar R$ 43 mil, se aplicado o novo tributo integralmente. Por esse valor, o consumidor consegue comprar um modelo nacional com motor 1.6.
A alta, determinada pelo governo no último dia 15, de 30 pontos percentuais nas alíquotas do IPI de carros e caminhões que tenham menos de 65% de conteúdo nacional. A Abeiva decidiu na última sexta-feira que não recorrerá à Justiça contestando o decreto que aumentou o imposto, mas liberou suas 27 associadas. A entidade ainda acredita que o governo pode voltar atrás, concedendo prazo de 90 dias, ao menos, para o início da cobrança. A Venko Motors, importadora da chinesa Chery, uma das associadas da Abeiva, foi a primeira a conseguir liminar para garantir o prazo de 90 dias para o IPI antigo. Outras importadoras independentes também estão obtendo decisões favoráveis contra o aumento. É o caso da Zona Sul Motors de Ribeirão Preto, interior de São Paulo, e da Phoenix Comércio Internacional, de Vitória, no Espírito Santo.
Fonte: Agência O Globo
Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)
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