Exército egípcio descarta entregar o poder rapidamente
O Exército egípcio descartou mais uma vez a hipótese de entregar imediatamente o poder como exigem os milhares de manifestantes na praça Tahrir do Cairo, que convocaram grandes protestos para esta sexta-feira.
De acordo com a imprensa, o Exército nomeou um ex-primeiro-ministro do presidente destituído Hosni Mubarak, Kamal el-Ganzuri, para formar um novo governo, no lugar Esam Sharaf, que renunciou na segunda-feira.
O Conselho Supremo das Forças Armadas (CSFA) não confirmou a informação e as consultas prosseguem, a poucos dias do início das eleições legislativas.
O site do jornal governamental Al Ahram informou que o CSFA não tomou uma decisão sobre Kamal el Ganzuri.
Mas a possível nomeação do economista de 78 anos não foi bem recebida pelos manifestantes da Praça Tahrir.
Os manifestantes também querem o fim do poder militar e a saída do principal comandante das Forças Armadas, o marechal Hussein Tantawi, acusado de perpetuar o regime de Mubarak.
O Exército pediu desculpas pelas mortes dos últimos dias, que chegaram a 41 em todo o país, 38 delas no Cairo, segundo o ministério da Saúde.
PEDIDO DE DESCULPAS
Na quinta-feira (24), as Forças Armadas do Egito apresentaram um pedido formal de desculpas pelas mortes registradas nos violentos confrontos entre as forças de segurança e manifestantes que pediam a transferência de poder na mão dos militares para os civis.
Em um comunicado publicado em sua página no Facebook, o CSFA (Conselho Superior das Forças Armadas) “lamenta e apresenta suas profundas desculpas pela morte como mártires de filhos leais ao Egito nos recentes acontecimentos da praça Tahrir”.
Uma trégua entre a polícia egípcia e manifestantes durante a madrugada desta quinta-feira conseguiu aplacar a violência que matou 39 pessoas em cinco dias e deixou mais de 3.000 feridos, mas as pessoas que estão protestando na praça Tahrir, no Cairo, prometeram ficar no local até que o Exército renuncie ao poder.
O conselho militar, que atualmente governa o Egito e que prometeu realizar as eleições parlamentares como previsto na segunda-feira, disse estar fazendo todo o possível para “impedir a repetição desses eventos”.
A junta militar assumiu o poder no Egito em 11 de fevereiro, substituindo o presidente Hosni Mubarak, deposto após uma rebelião popular que teve como epicentro a praça Tahrir, no Cairo.
Sob intensa pressão de protestos nas ruas, o chefe da junta militar egípcia prometeu na noite de terça-feira transferir até julho o poder a um presidente civil, e fez uma oferta condicional para um fim imediato do regime militar.
Fonte: Efe
Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)
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