Farc anunciam intenção de libertar vários reféns
A guerrilha comunista das Farc informou em seu site a intenção de soltar vários reféns, sem precisar sua identidade ou data da operação, após milhares de colombianos protestarem para exigir a libertação. As Farc prometem “concretizar (…) a libertação unilateral dos prisioneiros de guerra, como já havia antecipado em carta, apesar da queda (morte) de alguns deles em uma insensata tentativa de resgate militar”, destaca o comunicado no site www.farc-ep.co.
Na terça-feira, milhares de colombianos protestaram nas principais cidades do país pedindo a libertação dos reféns das Farc, 10 dias após a morte de três policiais e um militar em poder da guerrilha. O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, condicionou o início de um acordo de paz com a guerrilha com a libertação unilateral de todos os sequestrados em poder do grupo. “O que nós queremos é ver uma vontade real de chegar a um acordo de paz, e uma das formas de expressar esta vontade é libertar os sequestrados unilateralmente, sem condições e sem show”, declarou Santos.
“Que os libertem e depois podemos sentar para ver se há possibilidades de diálogo, mas falar de acordo humanitário, de troca, não”, completou, ao comentar a exigência das Farc de uma troca entre reféns e rebeldes detidos. Segundo a guerrilheira Sandra Velásquez, capturada na mesma zona onde morreram os três policiais e o militar, o grupo foi executado pelas Farc devido à aproximação das forças colombianas, no dia 26 de novembro passado, na província de Caquetá.
O Instituto Médico Legal colombiano informou que os quatro morreram com disparos a queima-roupa nas costas e que três deles apresentavam lesões na cabeça e no tórax. Um quinto refém, o sargento Luis Erazo, conseguiu fugir e agora se recupera em Bogotá. No comunicado de terça-feira, as Farc “deploram profundamente que quatro dos seis prisioneiros de guerra que pretendíamos libertar unilateralmente tenham morrido em uma irracional tentativa de resgate por parte do Exército colombiano, quando seguiam para o local onde seriam soltos”.
“Surpreende a atitude do governo colombiano, que não duvidamos, sabia da nossa intenção. As Farc queriam libertá-los vivos, mas o governo de Juan Manuel Santos preferiu devolvê-los mortos a seus entes queridos”. O incidente provocou a morte do coronel Édgar Yesid Duarte, do major Elkin Hernández e do intendente Álvaro Moreno, todos policiais, e do sargento do Exército José Libio Martínez, o mais antigo refém da guerrilha, capturado em 21 de dezembro de 1997.
“Queremos prestar nossa homenagem a um lutador, chamado Alfonso Cano (morto pelo Exército em novembro), que sempre valorizou a vida e, consequentemente, uma solução política para o conflito, a troca de prisioneiros, a paz com justiça social, a soberania e a dignidade dos colombianos”, destaca a mensagem das Farc.
As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, com 47 anos de luta armada, mantêm como reféns pelo menos 13 policiais e militares, que planejam trocar por alguns de seus 500 guerrilheiros presos na Colômbia e nos Estados Unidos. Na terça-feira, um tribunal colombiano confirmou a condenação à revelia de 27 anos e três meses de prisão decidida em 2010 contra “Timochenko”, principal líder das Farc, e de outros três guerrilheiros pelo sequestro em 2001 de uma ex-congressista.
Fonte: AFP
Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)
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