Feira da Sulanca não foi abalada pelo escândalo das importações ilegais
A tradicional feira da sulanca de Santa Cruz do Cabibaribe, no Agreste, foi aberta, na manhã de ontem, com um clima de expectativa e seguiu, à noite, com um certo ar de alívio entre comerciantes e frequentadores.
Depois do escândalo envolvendo lençóis manchados de sangue misturados a lixo hospitalar importados dos Estados Unidos pela empresa Império do Forro de Bolso (nome fantasia da Na Intimidade), esperava-se que o recomeço seria mais difícil. Não foi isso o que se viu. O espaço foi tomado por comerciantes de todo o Nordeste e por famílias pouco preocupadas com as denúncias.
A pergunta “é dos Estados Unidos?” repetiu-se ao longo dos imensos corredores do Moda Center Santa Cruz. Na maioria das vezes em tom de brincadeira por parte dos clientes. A feira acontece todas as semanas, de domingo a terça-feira. A expectativa é de que o comércio no espaço aqueça ainda mais hoje.
O domingo na Capital da Sulanca, como é conhecida Santa Cruz, é dia de passear na feira e fazer compras a varejo, assim como em um shopping de cidade grande. A dona de casa Maria do Carmo da Conceição e as três filhas separaram R$ 300 para gastar com roupas. “Sempre comprei bermuda para meus filhos aqui e nunca vi nada de nome de hospital nos forros”, afirmou a mulher, que veio de Brejo da Madre de Deus.
A partir de hoje é que os negócios na feira devem ser aquecidos pelos compradores de fora do estado, que reservam a segunda-feira para as compras no atacado. Mesmo assim, muitos deles já podiam ser vistos ontem ao longo dos imensos corredores do Moda Center Santa Cruz, espaço que abriga a feira da sulanca. “Venho aqui pelo menos uma vez por mês para comprar mercadoria e abastecer minha loja, no Espírito Santo. Nunca tive problemas”, disse Celimar Pereira. Junto com a irmã, ela enfrenta 30 horas dentro de um ônibus para chegar a Pernambuco.
Na opinião dos comerciantes, o que atrapalhou mesmo a feira nas últimas semanas não foi o escândalo e sim a greve dos bancos. Isso porque muitos deles apenas aceitam dinheiro ou cheque. Nesse último caso, só quando o comprador é velho conhecido. Com o movimento de ontem, muitos já comemoravam o fato de ter vendido em um só domingo o que deixaram de comercializar durante a greve bancária.
Fonte: Diario de Pernambuco
Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)
Nenhum comentário