Governo de PE vai acionar EUA para apurar responsabilidades sobre liberação
O governador Eduardo Campos disse, durante reunião na tarde desta terça-feira (18), que vai acionar os Estados Unidos, através de uma representação do Ministério das Relações Exteriores, por conta da liberação de lixo hospitalar para Pernambuco. Segundo o Eduardo, os EUA erraram ao permitir que os lençóis fossem liberados e, por isso, deverão ser apuradas as responsabilidades de quem deixou o material passar. O anúncio foi feito em encontro no Palácio do Campo das Princesas.
“Não podemos permitir que um contrabandista daqui e outro lá dos EUA perturbem um arranjo produtivo que gera 150 mil empregos. Se alguma (fiscalização) falhou, foi a americana, pois o produto passou pelas rodovias de lá, pelos portos de lá, e quem pegou o contrabando foram as autoridades daqui. É preciso punir toda a cadeia criminosa e ela começa nos EUA”, disse Eduardo. Ainda durante a reunião, o governador divulgou a criação do Comitê de Gestão de Crise sobre as denúncias da utilização de lençóis importados de hospitais dos EUA na confecção de roupas nas cidades de Santa Cruz do Capibaribe, Toritama e Caruaru. Os principais objetivos são realizar uma campanha de comunicação emergencial, apresentar medidas de saúde e de prevenção e de investigação.
O Comitê será integrado por 11 membros de representantes do governo estadual, integrantes do Polo Têxtil do Agreste e presidido pelo secretário da Casa Civil de Pernambuco, Tadeu Alencar. Entre as ações que já estão sendo realizadas, está um levantamento das confecções que compraram o material importado dos EUA. Os donos dessas empresas deverão prestar depoimentos para esclarecer se eles sabiam da procedência dos tecidos.
Durante a reunião, o governador afirmou ter questionado médicos infectologistas sobre os riscos de contaminação. De acordo com Eduardo, os médicos lhe afirmaram que apenas as pessoas que manusearam os lençóis correram risco de contaminação, mas que as pessoas que compraram produtos provenientes dessas confecções não foram expostas a doenças, já que o material passou por processo de lavagem.
O caso da importação do material está sendo investigado pela Delegacia de Polícia Fazendária da Polícia Federal. O delegado Humberto Freire está comandando estas investigações.
O resultado da perícia do Instituto de Criminalística (IC), solicitada pela Agência Pernambuca da Vigilância Sanitária, ainda não foi divulgado. O estudo determinará se o material importado está realmente contaminado por sangue. Mesmo que não esteja contaminado, o material não poderia ter sido importado, já que a legislação brasileira não permite a entrada de lixo hospitalar no país.
No encontro, o governador usou uma camisa com o texto: “Eu uso produtos do Polo de Confecções. Confecção é coisa séria, não é lixo. É desenvolvimento para Pernambuco”.
Também participaram da reunião desta terça 14 representantes dos municípios que fazem parte do Polo Têxtil. Nesta sexta-feira (21), os integrantes do Comitê se reunirão novamente às 10h.
Mais casos – No município de Timbaúba, na Zona da Mata de Pernambuco, algumas lojas colocaram vários lençóis contendo inscrições de hospitais americanos à venda. De acordo com os comerciantes, o material teria sido comprado em Santa Cruz do Capibaribe. Os lençóis também estão sendo usados por hotéis de Timbaúba.
Fonte: Diario de Pernambuco
Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)
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