Governo quer maior participação estrangeira nas companhias aéreas para trazer turistas ao Brasil
O brasileiro já percebeu que pode se aproveitar da valorização do real diante do dólar para fazer as malas, viajar e fazer compras no exterior. No entanto, o governo brasileiro está preocupado com o volume de dinheiro que os turistas deixam em outros países, que é bem maior do que o montante que os estrangeiros gastam aqui. Para 2011, o Banco Central projeta um saldo negativo de US$ 15 bilhões (R$ 23,3 bilhões) – em 2010, a conta ficou US$ 10,5 bilhões (R$ 16,3 bilhões) no vermelho.
Isso significa dizer que os visitantes estrangeiros deverão deixar US$ 6 bilhões (R$ 9,3 bilhões) por aqui, enquanto os brasileiros deverão gastar nada menos que US$ 21 bilhões (R$ 32,6 bilhões) em outros países em 2011.
O ministro do Turismo, Pedro Novais, admite que “esse é um gargalo” e, para reverter – ou amenizar – esse quadro, aposta na mudança da legislação brasileira para permitir que investidores ou empresas estrangeiros detenham até 49% do capital das empresas aéreas nacionais – hoje, o limite é de 20%. De olho em reduzir o saldo negativo para o Brasil, o governo também deve ampliar a promoção do turismo brasileiro no exterior, diz o ministro.
– O que nós podemos para isso é facilitar a entrada de turistas estrangeiros no Brasil. Tentar facilitar a entrada de capital estrangeiro nas empresas aéreas. [Com 49%], continuaríamos contando com o controle das empresas, mas seria um capital estrangeiro reforçando essas atividades aqui. Isso aumentaria o número de voos, facilitaria a entrada de turistas e diminuiria esse déficit na conta de turismo. O terceiro ponto é a promoção, que estamos intensificando na proporção que nos aproximamos da Copa.
O raciocínio é simples: com mais gente de fora aqui, mais eles vão gastar com consumo de produtos e serviços. Isso alavanca o setor, que ganha desde a venda de bilhetes aéreos até a gastronomia e a hospedagem, e a movimenta a economia brasileira como um todo.
O SNEA (Sindicato Nacional das Empresas Aéreas) informou ao R7 que as companhias sempre estiveram de acordo e torcem para o sucesso da medida provisória que altera a fatia que as empresas aéreas brasileiras podem ter de capital estrangeiro. A expectativa era de que a medida fosse votada no primeiro semestre, mas o texto só deverá ser apreciado segundo semestre.
Fonte: R7
Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)
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