Greve dos aeroviários atrasa 48% dos voos de Congonhas, em São Paulo
Dos 127 voos previstos para decolar do aeroporto de Congonhas, em São Paulo, até as 14h desta quinta-feira (22), 61 –ou 48%– não saíram no horário, segundo boletim divulgado no começo da tarde pela Infraero. A razão para os atrasos é a paralisação dos aeroviários, que desde às 4h45 estão em greve por melhores salários.
Segundo o presidente do Sindicato dos Aeronautas do Município de São Paulo, João Pedro Passos de Souza Leite, a greve vai continuar ao longo do dia, atingindo boa parte do pessoal de apoio em terra. “A maior parte dos trabalhadores parados faz parte do apoio em terra, como pessoal de rampa, push-back e descarga”, explica.
A greve é puxada principalmente pelos funcionários da TAM. Segundo a companhia área, parte dos funcionários do setor de rampa, responsáveis pelo manuseio de cargas e bagagens e pelos equipamentos de solo que atendem as aeronaves, cruzaram os braços. No começo da tarde, a TAM afirmou que a paralisação parcial estava encerrada. A ação, entretanto, continua afetando os voos.
Para João Pedro, “a tentativa de começar a greve nesta quinta-feira, foi para sensibilizar as empresas aéreas para que ofereçam uma nova proposta para os trabalhadores”. Segundo ele, a paralisação dos aeroviários no Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos, na Grande São Paulo, deve começar no final da tarde de hoje.
Ontem, o presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), João Oreste Dalazen, determinou que pelo menos 80% dos aeronautas (funcionários de empresas aéreas que trabalham embarcados) e aeroviários (que trabalham em terra) estejam em seus postos de trabalho nos dias que antecedem os feriados de Natal e Ano Novo. Ou seja, apenas 20% dos trabalhadores poderão parar nos dias 23, 24, 29, 30 e 31 de dezembro.
Nota da TAM
A TAM divulgou nota afirmando que tenta normalizar suas operações. Leia a íntegra abaixo:
“A TAM informa que está totalmente empenhada em normalizar suas operações após o encerramento da paralisação parcial, no aeroporto de São Paulo/Congonhas, de funcionários do setor de rampa (responsáveis pelo manuseio de cargas e bagagens e pelos equipamentos de solo que atendem as aeronaves). A pontualidade está voltando aos índices normais, depois de alguns atrasos e cancelamentos causados pela manifestação. Às 11h, segundo os dados oficiais da Infraero, apenas 8,2% dos voos da companhia em todo o país estavam fora do horário programado. Os clientes podem conferir a situação de seus voos ligando para a Central de Atendimento (4002-5700, capitais, ou 0800 5705700, para todo o Brasil).
Vale ressaltar que, por liberalidade, a TAM antecipou, nesta última terça-feira, 10% de reajuste nos pisos salariais, que inclui os funcionários de rampa; reajuste de 6,17%, equivalente ao INPC de dezembro de 2010 a novembro de 2011, a todos os demais funcionários da companhia; aumento de 10% nos valores do vale-refeição e do vale-alimentação (cesta básica) e a criação do piso salarial para a função de Operador de Equipamento, no valor de R$ 1.000,00. Esses valores são os mesmos já aceitos pelos aeroviários do Rio de Janeiro e de Manaus, cujos sindicatos assinaram acordo com as companhias na última terça-feira.”
Governo intervém
O governo federal decidiu entrar nas negociações para evitar a greve. Fontes oficiais disseram à agência Reuters que o governo pressionou para que as empresas aéreas elevassem a proposta de reajuste salarial dos aeronautas e aeroviários para 6,5%.
A Secretaria de Aviação Civil informou em nota divulgada nessa terça-feira (20) que “tomará as medidas cabíveis para que os passageiros não sejam prejudicados, em caso de greve dos aeroviários e aeronautas”.
Ainda de acordo com o órgão, a negociação entre aeroportuários e as companhias aéreas vem sendo acompanhada diariamente e o governo acredita que “o diálogo é um caminho privilegiado, e que o bom senso e a responsabilidade prevalecerão”.
Segundo o Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), as companhias aéreas continuam sendo responsáveis em casos de atrasos, cancelamentos ou qualquer outro problema na prestação de serviço de transporte aéreo, independentemente de greve.
Fonte: Uol Notícias
Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)
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