Impulsividade representa risco no trânsito, mas álcool e drogas são determinantes, dizem especialistas
O caso do motorista do Porsche que, segundo relatos, trafegava a mais de 150 km/h em uma rua de São Paulo e matou uma pessoa no dia 9 de julho, suscitou uma discussão: uma personalidade impulsiva pode ser a responsável por este tipo de acidente? O motorista negou, em depoimento, que estivesse a esta velocidade.
Especialistas ouvidos pelo UOL Ciência e Saúde concordam que a personalidade impulsiva, ou de buscadores de sensações, representam um risco no trânsito, mas que o consumo de drogas e de álcool está muito mais ligado a acidentes como este. Ainda de acordo com depoimentos, o motorista apresentava claros sinais de embriaguez.
Para o neuropsicólogo Paulo Januzzi Cunha, que trabalha com a impulsividade e o uso de drogas, as pessoas que sempre buscam sensações para sentir prazer geralmente acabam provocando situações de risco para elas e para outras.
E, como diz a psicóloga especialista em trânsito, Ângela Coelho Moniz, o carro é um forte símbolo de poder em nossa sociedade. “Você se sente mais ou menos poderoso dependendo do carro que tem e se está em companhia de amigos ou não”.
Juntando as duas coisas, não é raro ver aqueles que arriscam suas vidas e a de outras pessoas correndo muito além dos limites de velocidade. Mas a alta velocidade em ruas pequenas de grandes cidades como São Paulo pode também ser determinada pelo uso de álcool ou de drogas, explica o neuropsicólogo.
Isso porque o álcool afeta a capacidade de julgamento, prejudica a memória e o tempo de reação. “Se o julgamento está prejudicado e a pessoa já tem tendência a buscar emoções, isso se exacerba. A capacidade de se colocar no lugar do outro, a empatia, desaparece”, lembra Moniz.
“Estudos têm revelado que o álcool e as drogas estão fortemente relacionados aos acidentes de trânsito”, conta Ana Paula Porto Noronha Fagundes, conselheira do Conselho Federal de Psicologia.
Fonte: Uol.com.br
Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)
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