Lupi perde apoio no PDT, mas Dilma segura ministro por enquanto
Apesar da situação política do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, ser considerada delicada pelo Palácio do Planalto, a presidente Dilma Rousseff decidiu que manterá o ministro no cargo depois do depoimento que ele deu no Senado nesta quinta-feira (17).
Segundo uma fonte do Planalto, o quadro político não mudou desde que a presidente conversou com Lupi na quarta-feira (16), a ponto de fazer com que ela revisse sua decisão de mantê-lo no governo, ao menos por ora.
Dessa forma, mesmo vendo a corrosão do apoio dentro do PDT, o ministro ganhou mais uns dias de sobrevida, e pode até mesmo continuar no cargo até a reforma ministerial – prevista para o início do ano que vem. Isso se não surgirem novas denúncias que compliquem ainda mais sua situação política.
Segundo essa fonte, que falou sob condição de anonimato, a presidente quer manter Lupi no cargo para não limitar ainda mais as possibilidades que terá na reforma do primeiro escalão, quando ela pode tirar o PDT do Trabalho e colocar alguém da sigla em outra pasta.
Além disso, Dilma também tenta resistir a mais uma mudança ministerial motivada por denúncias da mídia de corrupção no seu governo, já que desde junho seis ministros deixaram o governo, cinco deles em meio a denúncias.
A decisão de manter Lupi no governo contrasta com a posição do PDT. Ganha força no partido o coro daqueles que preferem que ele deixe a pasta imediatamente.
Essa dissidência tem crescido por dois motivos, principalmente: o de preservar a imagem do partido e a crença de que, se Lupi sair agora, Dilma tende a escolher outro pedetista para o cargo, evitando assim que a legenda perca o Ministério do Trabalho para um partido aliado e ganhe em troca uma pasta de menor expressão.
O presidente do PDT, deputado André Figueiredo (CE), deixou claro que existe uma divisão interna dentro da legenda, em declaração após o depoimento de Lupi no Senado.
– O partido tem uma coisa que o une, que é a certeza de estar na base da presidenta Dilma. A questão da conveniência ou não de [o ministro] ficar no cargo é uma opinião que está bastante clara que tem uns que defendem e outros que não defendem.
Ele explicou que o partido não tomará nenhuma posição sobre a permanência ou a saída do ministro no curto prazo, o que contraria as expectativas do governo, que preferia ver o PDT unido em torno de Lupi.
Além disso, senadores pedetistas como Pedro Taques (MT) e Cristovam Buarque (DF) disseram diretamente a Lupi durante a audiência que ele deveria deixar o cargo para se defender das acusações de que teria beneficiado a ONG do empresário Adair Meira, depois de supostamente pegar carona num avião indicado por ele para deslocamentos em 2009.
Fonte: Reuters
Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)
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