Médicos criticam Anvisa e dizem que proibição de remédios para emagrecer é política
Sociedades médicas brasileiras discordaram da decisão da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) de proibir a fabricação e venda no mercado brasileiro dos remédios para emagrecer que atuam no sistema nervoso central e são derivados de anfetamina (femproporex, dietilpropiona e mazindol). Já há a intenção de ir à Justiça contra a medida.
Na visão dos profissionais, a medida, anunciada nesta terça-feira (4), foi tomada de forma unilateral, sem considerar a opinião dos profissionais responsáveis pelo tratamento da obesidade.
Maria Edna de Melo, membro da Abeso (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica), diz que todas as evidências e artigos científicos apresentados ao órgão durante as reuniões que discutiam a segurança dos medicamentos emagrecedores foram ignoradas.
– A Abeso lamenta a proibição e lamenta também que quem acabe tomando a decisão final sejam pessoas com indicações políticas, e não relacionadas à área, que tenham experiência no tratamento da doença obesidade.
Para o médico Ricardo Meirelles, presidente da comissão de comunicação da Sbem (Sociedade Brasileira e Endocrinologia e Metabologia), a análise da Anvisa foi tendenciosa.
– Demonstramos em várias reuniões que a própria Anvisa organizou para debater o assunto, através de trabalhos científicos, que os benefícios superam os riscos. Essa opinião da Anvisa é baseada numa interpretação, no nosso ver, tendenciosa. A interpretação foi feita por pessoas que não lidam diretamente com o tratamento da obesidade. A Câmara Técnica, responsável pela decisão, não tem nenhum endocrinologista. A Anvisa deveria ouvir as sociedades médicas envolvidas naquele tratamento específico para tomar uma decisão mais bem alicerçada em conhecimentos científicos.
Procurada pelo R7, a Anvisa informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que a decisão de proibição de fabricação e venda de remédios derivados da anfetamina foi baseada em uma discussão técnica que levou 12 meses.
Segundo a agência, apesar da tendência de retirada do mercado que acontece nos Estados Unidos e na Europa, a sibutramina continua com seu uso permitido no Brasil para que os médicos tenham uma opção no tratamento da obesidade.
Fonte: R7
Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)
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