Missa lembra 30 dias do acidente da Noar, que matou 16 pessoas
Trinta dias de saudade, dor e revolta. Esses são os sentimentos comuns às famílias das 16 das vítimas do acidente com o bimotor LET-410 da Noar Linhas Aéreas, em Boa Viagem, no dia 13 de julho. Para eles, o tempo passou, mas as lembranças permanecem vivas e dolorosas. E, como se não bastasse, os parentes ainda carregam outros dois pesos nas costas: a falta de informações sobre as investigações e a falta de assistência da companhia aérea. Hoje, às 20h, será realizada uma missa na Igreja Nossa Senhora do Rosário, no Pina. Com camisas personalizadas e banners, cada uma das vítimas será lembrada durante a solenidade religiosa, intitulada “Vítimas da Noar: sonhos interrompidos”.
Por conta do mistério que cerca a apuração da Polícia Federal e dos órgãos de aviação responsáveis, familiares resolveram criar uma associação formada por um advogado e um representante com experiência no segmento para acompanhar e trocar informações sobre o que ocasionou a queda do voo 4896. Duas reuniões já foram realizadas, mas ainda não houve consenso.
A dentista Taciana Guerra, 47, é mãe de Raul Farias, 24, uma das vítimas do acidente. “Estou procurando forças para seguir a vida. Mas, é difícil seguir a minha rotina e não lembrar do meu filho, que também era dentista e tinha um futuro pela frente”, disse. Dias depois do acidente, disse, a empresa deixou de apoiar as famílias. A mesma opinião é dividida pelo piloto Jairo Gonçalves, que é irmão do copiloto Roberto Gonçalves, que estava no voo 4896. “A Noar não nos dá informações, nem nos ajuda”, disse.
Em resposta, a assessoria de imprensa da empresa aérea desmentiu a falta de assistência. Segundo a assessoria, tratamentos psicológicos e até psiquiátricos estão sendo oferecidos a todas as famílias. “Desde o primeiro momento, é isso que estamos fazendo para ajudar os parentes das vítimas”, argumentou a assessoria.
O seguro de vida obrigatório, que está sob a responsabilidade da empresa Mapfre, também vem sendo alvo de críticas, principalmente pelo atraso. “Mas, também eles não estão sendo claros. Queriam que a gente assinasse um recibo antes de receber o valor do seguro”, apontou o padrasto de Raul Farias, Edson Andrade, 50. A Mapfre, no entanto, afirmou que esse não vem sendo o procedimento adotado. A direção ainda disse que, ontem, depositou a quantia de duas famílias que realizaram todos os procedimentos solicitados pela seguradora.
Fonte: Pernambuco.com
Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)
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