No mês das crianças, médicos alertam para saúde do coração
Abusar de alimentos com baixo valor nutritivo e alto valor calórico (junk food) e ser sedentário são hábitos freqüentes na infância. Até mesmo fumar e consumir bebidas alcoólicas são atitudes típicas da adolescência, mas que terão reflexo na saúde para o resto da vida do indivíduo. Estes fatores estão associados ao desenvolvimento da maioria das doenças crônicas não transmissíveis, como as cardiovasculares e diabetes, que lideram as causas de óbito na vida adulta no país e no mundo.
A Pesquisa Nacional de Saúde Escolar (PeNSE), realizada em 2009, mostrou que entre adolescentes de 9ª série do ensino fundamental nas 27 capitais do país, 43,1% dos alunos eram suficientemente ativos, mas, no entanto, 79,5% gastam mais de duas horas por dia em frente à televisão. O sobrepeso atingiu 16% e a prevalência de obesidade foi de 7,2% para o conjunto das capitais.
Não bastasse os números da pesquisa, o cotidiano nos consultórios de pediatras mostra que a doenças como obesidade e hipertensão arterial estão aparecendo na fase inicial da vida. É o que observa Kelly Rosana de Oliveira, especialista em Cardiologia Pediátrica do Grupo Unicordis. “Percebemos que existe grande desconhecimento por parte da população em relação à hipertensão arterial (pressão alta) na infância. Nos últimos anos, chama a atenção o aumento da hipertensão entre as crianças, principalmente em idade escolar, por conta do estilo de vida inadequado, com muita gordura e sal na alimentação e pouca ou nenhuma atividade física”, revela. Segundo a especialista, nas crianças maiores, os fatores genéticos e ambientais, devem também ser avaliados. A agenda atribulada também é um dos motivos do aumento do distúrbio na infância e na adolescência. “Já percebemos casos de hipertensão por fatores psicológicos como ansiedade e estresse, bastante comum entre crianças com atividades extracurriculares em demasia e jovens que vão prestar vestibular” alerta Kelly Rosana para os pais com filhos com uma agenda sobrecarregada.
INFARTO – Uma alimentação balanceada, com menos gordura, menos sal, menos calorias e mais fibras alimentares, associada à prática de exercícios físicos, devem fazer parte de uma condição natural e habitual, principalmente na infância. A dieta possui papel fundamental para a redução das taxas elevadas de colesterol e triglicerídeos, e deve ser orientada por profissional capacitado, mas de forma geral deve ser pobre em gorduras. É importante lembrar que o processo de formação da Doença Aterosclerótica (DAC – que leva ao infarto) se inicia na infância, portanto a orientação dietética aos pais e suas crianças é um importante passo na prevenção da DAC no futuro.
PREVENÇÃO – Mais uma vez a prevenção é a melhor atitude. “A cada dia aumenta o número de pais que levam seus filhos para avaliação cardiológica, isso é fruto de melhor acesso a informação, da preocupação das demais especialidades médicas, como os pediatras e cirurgiões, das academias e escolas que solicitam uma avaliação antes de iniciar atividade física”, explica a cardiopediatra do Grupo Unicordis. A visita precoce ao consultório de cardiopediatria pode ajudar no diagnóstico de problemas do coração do individuo. “No Brasil, as malformações congênitas constituem a segunda causa de mortalidade infantil, determinando 11,2% destas mortes, muitas delas evitadas, caso tivesse sido feito diagnóstico e tratamento precocemente” lamenta a médica.
“Só a mudança no estilo de vida resolve 95% dos casos de hipertensão infantil idiopática, ou seja, sem causa determinada. Incluir atividade física no dia-a-dia e alimentos saudáveis, além de retirar o excesso de sal nas refeições, é o primeiro passo para manter a pressão arterial no nível adequado”, recomenda Kelly Rosana. “As crianças devem ser incentivadas a apreciar a atividade esportiva, associando-a a diversão. Por isso, as atividades físicas recomendadas são aquelas praticadas em grupo: futebol, natação, vôlei, basquete e jogos recreativos que necessitem da movimentação corporal (pega-pega, esconde-esconde, etc).” conclui. Outra recomendação importante é para pais hipertensos, onde é maior a probabilidade do filho desenvolver o problema no futuro. Nestas famílias, o acompanhamento dos níveis de pressão arterial da criança deve começar logo cedo.
Fonte: Assessoria de Imprensa/SL Comunicação e Marketing/Ana Menezes
Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)
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