Nordeste sofre com baixo índice de doadores de medula. Em Pernambuco, 42 aguardam transplante
Criado há onze anos, o banco de dados para doadores de medula óssea no país contabiliza hoje 2,3 milhões de cadastros – menos da metade do considerado ideal por especialistas. O número é o terceiro maior do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos (cinco milhões) e da Alemanha (três milhões).
Porém, apesar da representativide em termos mundiais, o número de cadastros no país ainda é considerado insuficiente para garantir o tratamento de pacientes com doenças sanguíneas, cânceres e imunodeficiências à espera de um transplante de medula no Brasil. Estatisticamente, a chance de um paciente encontrar hoje um doador compatível entre os cadastrados é de uma para cada 60 mil medulas. Para melhorar essa relação, o Brasil precisaria ter pelo menos cinco milhões de inscritos no cadastro nacional.
Na região Nordeste, o quadro é ainda mais preocupante. O número de doadores cadastrados na região representa apenas 14% do total do banco nacional. Destes, 62 mil são pernambucanos, o equivalente a 3,9% entre os inscritos no como doadores de medula em todo o país.
O crescimento do número de doadores cadastrados se deu por conta do intensos investimento realizado em campanhas desde a criação do Registro Brasileiro de Candidatos Voluntários a Doação de Medula Ossea (Redome), no ano 2000. Desde então, foram R$ 673 milhões investidos, mas o quadro ainda está longe de ser considerado ideal.
“Prioritariamente, o que necessitamos dentro de um registro de doadores voluntários é a representação de todos os grupos étnicos brasileiros. Nos Estados Unidos, já há esse estímulo para que todos os grupos étnicos tenham a representação proporcional nos registros de doadores voluntários”, opina o hematologista paranaense responsável pelo primeiro transplante de medula no país, em 1979, Ricardo Pasquini.
Além da questão do número de doadores, há também problemas estruturais que permitam o tratamento por meio do transplante no país. Dos 70 centros para transplantes de medula óssea, apenas 20 realizam o procedimento com doadores não-aparentados (entre eles o pernambucano Real Hospital Português).”Temos 70 centros de transplantes no Ppaís, mas apenas 12 fazem todas as modalidades. A maioria faz apenas o autólogo, quando é utilizado a própria célula do receptor”, afirma. Atualmente, 42 pernambucanos esperam, na fila de transplantes, por uma medula óssea compatível qa partir um doador não aparentado.
Fonte: Diario de Pernambuco
Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)
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