Pequenas empresas investem na fabricação de produtos de marca própria
Pequenas empresas faturam com a fabricação de produtos para grandes redes de varejo. As marcas próprias respondem por quase 5% do faturamento das redes de comércio, segundo estudo da Nielsen divulgado este ano.
O empresário Jack Chouveke fabrica lenços umedecidos para higiene para um grande supermercado. Para ele, o negócio é bom: 70% do faturamento da empresa são de produtos de marca própria.
Quem está acostumado a percorrer os corredores dos grandes supermercados já deve ter visto produtos que levam no rótulo a marca da rede – conhecida como marca própria. Nos últimos anos, esse tipo de mercadoria se espalhou pelas prateleiras. Em geral, é fabricada por pequenas empresas, que vêem a chance de estar presentes em grandes redes, e participar de um mercado que a cada dia ganha mais espaço dentro do carrinho de compras do consumidor.
Só nos últimos quatro anos, os produtos de marca própria quase dobraram. São leites, sucos, salgadinhos, biscoitos, artigos de vestuário, de higiene e limpeza. A lista tem mais 65 mil itens. Segundo a Associação Brasileira de Marcas Próprias, esses produtos entram nos lares de mais de 18 milhões de brasileiros.
A fábrica de lenços de Chouveke surgiu em 2003. O tecido chega em grandes bobinas de 200 kg. Ele é cortado, impregnado com agentes de limpeza e embalado com a marca do cliente. São produzidos mais de 20 modelos para adultos e crianças.
O investimento foi de R$ 8 milhões em reforma do espaço e equipamentos. No mercado de marca própria, a fábrica tem foco definido: basta produzir e o cliente, a grande rede, se encarrega do resto.
A marca própria também é garantia de faturamento longo e regular. Os contratos com as grandes redes são de um ano ou mais. Mas conquistar esse mercado nem sempre é fácil. “É difícil porque você precisa entender a necessidade e oferecer para ele um produto que vai se adequar a essa necessidade, o tecido apropriado, a fórmula adequada, aí a gente constrói o produto e o pós venda, o atendimento, a logística e a pontualidade na entrega. Tudo isso é muito difícil”, diz Alejandra Orenstein, diretora de marketing.
Depois que um contrato é fechado, a produção é rápida. Em média, cada pedido é de 50 mil unidades. O fornecedor ganha na escala. Sempre que muda a linha de produção, todas essas máquinas param por três horas. É preciso limpar as engrenagens, as tubulações, regular os equipamentos para o novo formato de lenço. E tudo isso é tempo e custo para a empresa.
A vantagem da marca própria é que os pedidos são muito grandes, e as máquinas param muito pouco. Resultado: aumenta a produtividade da fábrica.
O supermercado investe pesado no segmento. Hoje tem 12 mil produtos marca própria e vai lançar mais 300 até o final do ano. “Hoje marca própria tem uma qualidade similar à marca líder. A gente busca custo, claro que sim, para ter um preço de venda reduzido, mas o que a gente busca muito mais com o fornecedor são eficiências na cadeia para reduzir o custo e não detrimento de qualidade. A marca própria hoje tem uma qualidade equiparável às marcas líderes”, diz José Rafael Vasquez, vice-presidente da rede de supermercado.
Com 5% do mercado, a marca própria tem espaço de sobra para crescer no Brasil. É a oportunidade para pequenas empresas produzirem em grandes quantidades, com contratos longos e seguros. “A perspectiva para os próximos cinco anos é de um crescimento bastante interessante, significativo, acompanhando inclusive exatamente o que acontece lá, nós temos países na Europa, com 48%, 50%, 52% do mercado de marcas próprias, daquilo que eles faturam, e o Brasil tem a tendência de chegar lá, e a gente buscar esse número”, diz Neide, da associação do setor.
Fonte: G1
Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)
Gostaria de saber como contactar a empresa que fabrica lenços de papel emedecidos da reportagem acima.
Atenciosamente,
Eduardo Lopes